sábado, 13 de outubro de 2012

FALA INTERIOR DA PERSONAGEM - CANTINHO BRASILEIRO ALDRY SUZUKI





FALA INTERIOR DA PERSONAGEM - CANTINHO BRASILEIRO






MONÓLOGO INTERIOR


Forma dramática ou literária do discurso da personagem consigo mesma. 

No monólogo interior, o narrador (em primeira ou terceira pessoa) registra as emoções da personagem, suas divagações íntimas, seus desabafos. 

É como se o “eu interior” conversasse com um “outro eu” da personagem e desabafasse suas confidências. Dessa forma, a personagem parece esquecer-se do leitor ou do ouvinte, escrevendo ou falando, de maneira desconexa, tudo que lhe vem à mente, sem obedecer, necessariamente, à concatenação lógica dos períodos e aos aspectos sintáticos tradicionais. 

Essa associação livre de idéias traduz o “fluxo de consciência” da personagem, que o narrador transcreve utilizando, de preferência, o discurso direto ou o indireto livre.



SOLiLÓQUIO



Alguns autores apresentam o solilóquio com as mesmas características do monólogo; outros , porém, diferenciam-no pela linguagem e foco narrativo.  

Enquanto no monólogo a linguagem pode apresentar-se desconexa, típica do fluxo de consciência, no solilóquio a linguagem aparece de forma lógica e concatenada.


O solilóquio é recurso utilizado no romance e no teatro; pressupõe um figurante sozinho em face do leitor ou do auditório, articulando seus pensamentos em voz alta, portanto sempre em primeira pessoa.

“ Pé na chão é bom só na roça. Na cidade é uma tecnologia. Toda a gente estranha. É verdade. Agora é que ele reparava direito: ninguém andava descalço. Sentiu um mal-estar horrível. As mãos  a gente ainda esconde nos bolsos. Mas os pés? Cousa horrorosa.

Desafogou a cintura. 

Puxou as calças para baixo. Encolheu os artelhos. Deu dez  dez passos assim.
Pipocas. Não dava jeito mesmo. Pipocas. A gente da cidade que vá bugiar( mandar bugiar: afastar alguém ou mostrar desejo de que alguém se afaste ou vá embora (ex.: ele veio chatear-me, mas eu mandei-o bugiar)no inferno. 

Ajustou a cintura. Levantou as calças acima dos tornozelos. 

Asintosamente. E muito vermelho foi jogando os pés na calçada. 
Andando duro como se estivesse calçado.” (Antônio de Alcântara Machado)


A expressão do texto está na variação de atitudes da personagem inicialmente sofrida (“Ah!muito sofre quem padece”), depois constrangida (“sentiu um mal horrível”) e, por fim, irreverente (“ a gente da cidade que vá bugiar no inferno”)
Concluindo então:

Foco narrativo ou ponto de vista do narrador
Ø      Narrador personagem ou participante: foco narrativo em primeira pessoa;
Ø      Narrador observador: foco narrativo em terceira pessoa:
Ø      Narrador onisciente: foco narrativo em terceira pessoa.
Tipos de discurso
Ø      Direito (diálogo): o narrador reproduz textualmente a fala da personagem;
Ø      Indireto: o narrador conta o que a personagem fala;
Ø      Indireto livre: a fala da personagem funde-se com a fala do narrador;
Ø      Do narrador: o narrador conta a história e tece comentários sobre personagens e acontecimentos.
Monólogo
Ø      Em primeira ou terceira pessoa;
Ø      Registro do pensamento da personagem;
Ø      Linguagem às vezes desconexa, “fluxo de consciência”.
Solilóquio
Ø      Em primeira pessoa;
Ø      Registro do pensamento da personagem;
Ø      Discurso organizado de forma lógica e concatenada.
Maravilhoso estudo... e sucesso na aprendizagem e fixação..bjs com carinho
Prof Dr Master Reikiana
Aldry Suzuki

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