sábado, 14 de maio de 2016

REDAÇÃO V- FIGURAS DE PALAVRAS E DE HARMONIA - ALDRY SUZUKI AMO VOCÊS!!







REDAÇÃO V  – FIGURAS DE PALAVRAS E DE HARMONIA  - ALDRY SUZUKI AMO VOCÊS!!







1-    DENOTAÇÃO E

        CONOTAÇÃO

Uma palavra ou signo compreende duas polaridades:
O significado (aspecto conceitual, a imagem mental abstrata)e o significante (aspecto concreto, gráfico, a imagem acústica).
Assim, todas as palavras são signos, desde que apresentem essas duas faces.



Quando desconhecemos o significado de uma palavra, a significação não se completa, pois, só o que compreendemos é o significante (o conjunto sonoro ou gráfico).
Reunida ao seu significado, a palavra deixa de ser apenas um fenômeno sonoro ou gráfico (significante).

Um mesmo signo pode apresentar significados diversos, conforme o contexto em que o empregamos. O significado de uma palavra não é somente aquele dado no dicionário; a palavra adquire sentidos diferentes quando empregada em novos contextos. A essa pluralidade de significados dá-se o nome de polissemia.



Veja , por exemplo, o caso de palavra corrente:

Corrente (cadeia de metal, grilhão, instrumento para prender);
Água corrente (que corre);
Estilo corrente (fluente);
Fato corrente ( conhecido de todos);
Mês corrente ( mês vigente);
Corrente de ar (circulação de ar);
Corrente elétrica ( fluxo de energia elétrica);
Corrente literária (grupo representativo de tendências, opiniões) etc.




Quando escrevemos, valemo-nos do significado da palavra para expressar nossas ideias. Um vocabulário bem escolhido transmite mais adequadamente a mensagem que codificamos.
Se queremos ser objetivos no que redigimos, precisamos utilizar uma linguagem denotativa, portanto referencial.



Essa linguagem é aquela cujo o significado real encontramos no dicionário. É a palavra empregada na sua significação usual, literal, referindo-se a uma realidade concreta ou imaginária.

Ao evocarmos ideias através do filtro da nossa emoção, da nossa subjetividade, temos a conotação, que corresponde a uma transferência do significado usual para um sentido figurado.





1-   A corrente marítima não manteve o barco na rota.
2-   A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir

                     (Chico Buarque)


Nota: No exemplo 1, as palavras corrente e barco foram usadas denotativamente.

 Já no exemplo 2, podemos observar que corrente é metáfora de resistência e barco sugere mudança de rumo.




2-    FIGURAS DE LINGUAGEM

As figuras de linguagem ou de estilo são empregadas para valorizar o texto, tornando a linguagem mais expressiva.
É um recurso linguístico para expressar, de formas diferentes, experiências comuns, conferindo originalidade, emotividade ou teor poético ao discurso.

As figuras revelam muito da sensibilidade de quem as produz, traduzindo particularidades estilísticas do autor.
A palavra empregada  em sentido figurado, não denotativo, passa a pertencer a outro campo de significação mais amplo e criativo.






As figuras de linguagem classificam-se em:


A)   Figuras de palavra

B)   Figuras sonoras ou de harmonia

C)  Figuras de pensamento

D)  Figuras de construção ou sintaxe







3-    Figuras de palavra

As figuras de palavra consistem na utilização de um termo com sentido diferente daquele convencionalmente empregado, a fim de se conseguir um efeito mais expressivo na comunicação.



São figuras de palavra:

1- comparação

2- metáfora

3-metonímia

4-sinédoque

5-catacrese

6-sinestesia

7-antonomásia

8-alegoria




Comparação
 Ocorre comparação quando se estabelece aproximação entre dois elementos que se identificam, ligados por conectivos comparativos explícitosfeito, assim como, tal, como, tal qual, tal como, qual, que nem – e alguns verbosparecer, assemelhar-se e outros.






Amou daquela vez como se fosse máquina.

Beijou sua mulher como se fosse lógico.

Ergueu no patamar quatro paredes flácidas.

Sentou pra descansar como se fosse um pássaro.

E flutuou no ar como se fosse um príncipe.

E se acabou no chão feito um pacote bêbado.
                                (Chico Buarque)

As  solteironas, os longos vestidos negros fechados no pescoço, negros xales nos ombros, pareciam aves noturnas paradas...
                                   (Jorge Amado)





Metáfora

Ocorre metáfora quando um termo substitui outro através de uma relação de semelhança resultante da subjetividade de quem a cria. A metáfora também pode ser entendida como uma comparação abreviada, em que o conectivo não está expresso, mas subentendido.

Supondo o espírito humano uma vasta concha, o meu fim, Sr Soares, é ver se posso extrair pérolas , que é a razão.

                                  (Machado de Assis)

O Pão de Açúcar era um teorema geométrico.
                                (Osvaldo de Andrade)

Minhas sensações são um barco de quilha pro ar.
                             (Fernando Pessoa)




METONÍMIA


Ocorre  metonímia quando há substituição de uma palavra por outra, havendo entre ambas algum grau de semelhança, relação, proximidade de sentido ou implicação mútua. Tal substituição fundamenta-se numa relação objetiva, real, realizando-se de inúmeros modos:

O continente pelo conteúdo e vice-versa:

Antes de sair, tomamos um cálice(1)  de licor.
“(1)O conteúdo de um cálice.”

A âncora pesada o sal(2) feria.

(2)O mar.



A causa pelo efeito e vice-versa:


E assim o operário ia

Com suor e com cimento (3)
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento.
                                (Vinícius de Moraes)
(3) com trabalho.


Sou alérgico a cigarro (4)

(4) A fumaça.




O lugar de origem ou de produção pelo produto:


Comprei uma garrafa do legítimo porto (5).

(5)O vinho da cidade do Porto.


Ofereceu-me um havana (6).

(6) Um charuto produzido em Havana.












O autor pela obra:


Ela aprecia ler Jorge Amado (7).

(7) A obra de Jorge Amado.


Comprei um Portinari (8).

(8) Um quadro do pintor Portinari.






O abstrato pelo concreto e vice-versa:

Não devemos contar com o seu coração (9).

(9) Sentimento, sensibilidade.


A velhice(10) deve ser respeitada.

(10) As pessoas idosas.



O símbolo pela coisa simbolizada:


A coroa (11) foi disputada pelos revolucionários.

(11) O poder.


Não te afaste da cruz (12).

(12) DO CRISTIANISMO.













Da  matéria pelo produto e vice-versa:


Lento, o bronze (13) soa.
(13) o sino.


Joguei duas pratas (14) no chapéu do mendigo.

(14) Moedas de prata.



O inventor pelo invento:


Edson (15) ilumina o mundo.

(15) A energia elétrica.







A coisa pelo lugar:


Vou à prefeitura (16).

(16) Ao edifício da Prefeitura.



O instrumento pela pessoa que o utiliza:


Ele  é um bom garfo (17).

(17) gulosos, glutão.





Sinédoque

Ocorre sinédoque quando há substituição de um termo por outro, havendo ampliação ou redução do sentido usual da palavra numa relação quantitativa. Encontramos sinédoque nos seguintes casos:


O todo pela parte e vice-versa


A cidade inteira (1) inteira viu assobrada, de queixo caído, o pistoleiro sumir de ladrão, fugindo nos cascos (2)de seu cavalo.

                        (José Cândido de Carvalho)

(1)    O povo.
(2)    Partes das patas.


O singular pelo plural e vice-versa


O paulista(3) é tímido; o carioca (4), atrevido.

(3)    Todos os paulistas.
(4)    Todos os cariocas.






O indivíduo pela espécie ( nome próprio pelo nome comum):


Para os artistas ele foi um mecenas (5).
(5)    Protetor.

Este homem é um harpagão.(6)

(6)    Avarento.




Catacrese

A catacrese é um tipo especial de metáfora , é uma espécie de metáfora desgastada, em que já não se encontra nenhum vestígio de inovação, de criação individual e pitoresca. É a metáfora tornada hábito linguístico, já fora  do âmbito estilístico.

                                      (Othon M. Garcia)





São exemplos de catacrese

Folhas de livro

Dente de alho

Céu da boca

Mão de direção

Asa da xícara

Língua de fogo

ou perna da mesa

Braço de mar

Leito do rio

Barriga da mesa

Embarcar no trem

Miolo da questão

Pele de tomate

Montar em burro

Cabeça de prego

Ventre da terra

Sacar dinheiro no banco

Amolar a paciência

Costas do Brasil

Manga da camisa

Boca da calça

Casa do botão

Menina dos olhos

Bala de revólver



Sinestesia

A Sinestesia consiste na fusão de sensações  diferentes numa mesma expressão. Essas Sensações podem ser físicas (gustação, audição, visão, olfato e tato) ou psicológicas(subjetivas).


A minha primeira recordação é um muro velho, no quintal de uma casa indefinível. Tinha várias feridas no reboco e veludo de musgo. Milagrosa aquela mancha verde {sensação visual} e úmida, macia {sensações táteis}, quase irreal.

                                   (Augusto Meyer)


Tocava uma valsa que era boa, deixando aquele gosto {sensação gustativa} de tristeza {sensação psicológica (subjetiva)} no ar.

                             ( Mário de Andrade)




Antonomásia

Ocorre antonomásia quando designamos  uma pessoa por uma qualidade, característica ou fato que a distingue.
Na linguagem coloquial, antonomásia é o mesmo  que apelido, alcunha ou cognome , cuja origem é um aposto  (descritivo, especificativo, etc) do nome próprio.


E ao rabi simples(1), que a igualdade prega,
Rasga e enlameia túnica inconsútil;

                              (Raimundo Correia)
(1)    Cristo


O Genovês(2) salta os mares...

                            (Castro Alves)
(2)    Colombo


Pelé ( = Edson Arantes do Nascimento)

O Cisne de Mântua (= Virgílio)

O Dante Negro (= Cruz e Souza)

O Corso (=Napoleão)




Alegoria
A alegoria é uma acumulação de metáforas referindo-se ao mesmo objeto; é uma figura poética que consiste em expressar uma situação global por meio de outra que a evoque e intensifique o seu significado. Na alegoria, todas as palavras estão transladadas para um plano que não lhes é comum e oferecem dois sentidos completos e perfeitos – um referencial e outro metafórico.


A vida é uma ópera, é uma grande ópera. O tenor e o barítono lutam pelo soprano, em presença do baixo e dos comprimários, quando não são o soprano e o contralto que lutam pelo tenor, em presença do mesmo baixo e dos mesmos comprimários. Há coros numerosos, muitos bailados, e a orquestra é excelente...

                                (Machado de Assis)


A vida é um grande poema em estrofes variadas; umas em opulentos alexandrinos de rimas milionárias; outras, frouxas, quebradas, misérrimas, mas o refrão é uma para todas , sempre o mesmo: morrer.

                                 (Coelho Neto)



4-    Figuras sonoras ou de harmonia


Chamam-se figuras de som ou de harmonia os efeitos produzidos na linguagem quando há repetição de sons ou, ainda, quando se procura “imitar” sons produzidos por coisas ou seres.

As figuras de harmonia ou de som são:

1)        Aliteração
2)        Assonância
3)        Paranomásia
4)        Onomatopeia






Aliteração

Ocorre aliteração quando há repetição da mesma consoante ou de consoantes similares, geralmente em posição inicial da palavra.









Toda gente homenageia Januária na janela.

                                     (Chico Buarque)


Quando essa preta começa a tratar do cabelo
É de se olhar toda a trama da trança e transa do cabelo.

                            (Caetano Veloso )

Chove chuva choverando.

                      (Osvaldo de Andrade)





Assonância

Ocorre assonância quando há reprodução de sons semelhantes em palavras de significados diferentes.





Sou Ana, da cama

Da cana, fulana, bacana

Sou Ana de Amsterdam.

            (Chico Buarque)


 A ponte aponta

E se desaponta.

A tontinha tenta

Limpar a tinta,

Ponto por ponto

E pinta por pinta...

           (Cecília Meireles)




Paronomásia

Ocorre paronomásia quando há reprodução de sons semelhantes em palavras de significados diferentes.






Berro pelo aterro pelo desterro
Berro por seu berro pelo seu erro
Quero que você ganhe que você me apanhe
Sou o seu bezerro gritando mamãe.

                    (Caetano Veloso)


Que a morte apressada seja tributo do entendimento, e a vida larga atributo da ignorância.

                            (Vieira)





Onomatopeia

Ocorre onomatopeia quando uma palavra ou conjunto de palavras imita um ruído ou som.








O silêncio fresco despenca das árvores.
Veio de longe, das planícies altas,
Dos cerrados onde o guaxe passa rápido...
Vvvvvvvvvvv... passou.

                  (Mário de Andrade)


Ó rodas , ó engrenagens,r-r-r-r-r-r-r eterno.

                  (Fernando Pessoa)




Onomatopeia é um recurso de grande valor expressivo. Quando se trata de emissões sonoras humanas (espanto, alegria, dor etc.), os sons onomatopaicos obedecem aos modelos fonológicos de uma língua, embora atinjam, de certa forma , a universalidade, já que estão sempre associados às imagens. Observe os modelos:

Emoções humanas








Atos humanos





  

Exercícios- resumo


Faça a correspondência

Figuras de palavra e de harmonia

Definição
1) Comparação
Reprodução de sons semelhantes em palavras de significados diferentes.
2) Metáfora
Acúmulo de metáforas referindo-se ao mesmo objeto.
3) Metonímia
Substituição de um termo por outro, com ampliação ou redução do sentido usual da palavra.
4) Sinédoque
Reprodução aproximada de um som.
5) Catacrese
Comparação implícita, subjetiva.
6) Sinestesia
Repetição de fonemas vocálicos idênticos ou semelhnates.
7) Antonomásia
Metáfora desgastada.
8) Alegoria
Combinação de sensações diferentes numa só impressão.
9) Aliteração
Substituição de uma palavra por outra, por haver entre ambas alguma semelhança ou relação.
10)Assonância
Repetição de fonemas consonantais idênticos ou semelhantes.
11)Paronomásia
Aproximação entre dois termos semelhantes ligados por conectivo.
12) Onomatopeia
Designação de pessoa por uma qualidade, fato ou característica.
Gabarito: 11-8-4-12-2-10-5-6-3-9-1-7




MEUS AMORES BOM ESTUDO, COM MUITA PAZ E LUZ  CHEIO DE GLÓRIAS E REALIZAÇÕES EM AMPLO ASPECTO DE SUA ETERNA PROF DR MASTER REIKIANA ALDRY SUZUKI  BJS