segunda-feira, 10 de outubro de 2016

REDAÇÃO XV - CARTA - ALDRY SUZUKI AMO VOCÊS!!




REDAÇÃO CAPÍTULO  XV



CARTA






ALDRY SUZUKI AMO VOCÊS!!







1-    Introdução

A carta é uma modalidade redacional livre, pois nela podem aparecer a narração, a descrição, a reflexão ou o parecer dissertativo. O que determina a abordagem, a linguagem e os aspectos formais de uma carta é o fim a que ela se destina: um amigo, um negócio, um interesse pessoal, um ente amado, um familiar, uma seção de jornal ou revista, etc.


Estética

   A estética da carta varia consoante a finalidade. Se o destinatário é um órgão do governo, a carta deve observar procedimentos formais como a disposição da data, do vocativo (nome, cargo ou título do destinatário), do remetente e a assinatura.


  No caso das correspondências comercial e oficial – textos jurídicos, comunicadeos, ofícios, memorandos emitidos por órgãos públicos -, a linguagem é muitas vezes feita de jargões e expressões de uso comum ao  contexto que lhes é próprio.  

  Quando um exame vestibular sugere uma carta como proposta, o aspecto formal, bem como  a abertura e o fechamento do texto segundo o jargão, é irrelevante, pois o que prevalece é  o conteúdo e a linguagem.

  Quando um exame vestibular sugere uma carta como proposta, o aspecto formal, bem como a abertura e o fechamento do texto segundo o jargão, é irrelevante, pois o que prevalece é o conteúdo e a linguagem.



O gênero epistolar na literatura

É preciso enfatizar que uma obra literária pode apresentar a forma de carta sem, contudo, pertencer ao gênero epistolar, como é, por exemplo, o caso de Lucíola, de José de Alencar: a história é narrada através de cartas dirigidas a uma senhora, o que não descaracteriza a obra como romance.


Há exemplos famosos de correspondências apreciativas ou críticas, como as de Machado de Assis, Eça de Queirós, Mário de Andrade e outros escritores.


Entre as cartas doutrinárias, temos as religiosas, como as epístolas de São Paulo, e as políticas, como algumas cartas do Padre Antônio Vieira.


Veja como Álvaro de Campos dá sua versão jocosamente poética das cartas de amor.



Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas)

(Fernando Pessoa/ Álvaro de Campos)



Cartas de amor


Carta de amor – love letter – Liebesbrief

Tipo de mensagem de conteúdo estético e muito redundante que constitui uma parte notável das relações interindividuais.
A carta de amor é o exutório do tímido, o desabafo do apaixonado, a confissão simples de um ser que nutre um sentimento por um outro ser, em geral do sexo oposto. A originalidade desta carta reside na pobreza do conteúdo semântico dos temas desenvolvidos: a mensagem é sempre a mesma; quer-se provar e dizer que se ama. Este estilísticos diferentes, com imagens, comparações que, bem frequentemente, giram no vazio. Nela, as noções de percepção e de subjetividade são importantes. Se o destinatário da carta de amor compartilha os sentimentos do autor, vai ler um texto irrepreensível e envolvente: o conotativo toma conta de tudo. Se, por acaso os sentimentos não são compartilhados, a carta será julgada com rigor e será considerada banal, vazia e sem valor literário ou afetivo. O indivíduo rejeita o conteúdo de uma mensagem , no sentido concebido pelo remetente, que ele não deseja receber.
A carta de amor é, então, um sistema informativo, situado no  quadro de uma comunicação bilateral, se a densidade de sentimentos compartilhados for igual de ambas as partes. Uma carta de amor entendida como uma comunicação unilateral arrisca-se a representar  uma verdadeira catástrofe para seu autor, catástrofe sentimental e afetiva, que pode muitas vezes ter consequências drásticas por toda sua vida. Tudo isto, unicamente porque o indivíduo crê oferecer uma dádiva e não admite, em todos os sentidos, e com todas as nuanças psicológicas implicadas pelo ato que ele empreende, que alguém possa recusar esta dádiva (dádiva de si que também pode ser um desejo latente de posse do outro).
A carta de amor torna-se uma instituição social, na medida em que não se pode, ou não se deve, declarar a paixão apenas oralmente.
Declará-la por escrito é mais sério  e permite melhor ao outro imbuir-se da importância da mensagem emitida. (1)
Entretanto, a carta de amor, cara aos românticos, tende a rarear, correlativamente ao desenvolvimento da comunicação de todas as espécies, principalmente o telefone e os transportes rápidos (veículos automotores, aviões).

O amor, nos romances e filmes modernos , não mais se baseia em troca de correspondência: o herói apaixonado, para declarar sua paixão ou dar uma prova de amor, salta num avião, põe-se ao volante de seu carro ou envia um telegrama.


                               (Abraham Moles)

(1)      Paradoxalmente, esta carta que une os seres contribui para sua separação, quando num divórcio, serva para um dos cônjuges provar que o outro tem sentimentos ou relações culposas com um terceiro.



Primeira carta

Vê lá, meu amor , como foste incapaz de adivinhar o que iria acontecer...  Ah, mentirosas esperanças, me enganaste...
Uma paixão que te merecera tantos projetos de ventura só te dá agora um enfado mortal que apenas se pode comparar em crueldade à  ausência de que ele mesmo é o causador. Pois quê? Este desterro a que minha dor, por mais engenhosa, não sabe que triste nome dar, há  de privar-me para sempre desses olhos em que eu via tanto amor, e que me fazia desfalecer, e que me enchiam de júbilo e que para mim valiam mais do que tudo, e que, enfim, me bastavam? Coitada de mim! Os meus é que perderam a única luz que os animava, e só lhes restam lágrimas, que outro emprego lhes não tenho dado senão chorar noite e dia desde que soube que estavas resolvido a um apartamento que não posso aguentar e que me fará morrer em pouco tempo.

Adeus, não me atrevo a deixar este papel que vai estar nas tuas mãos e queriria ter a mesma deia. Ai, que desvairada ando! Como se não soubesse que tal não é dado. Adeus, falta-me ao ânimo. Adeus.
Ama-se sempre e faz-me padecer ainda mais.
                              (Mariana Alcoforado)




As cartas amorosas de Mariana Alcoforado, uma freira portuguesa que se apaixonou por um oficial francês, são um bom exemplo desse estilo de cartal.

Essas cartas foram publicadas na França e depois em alguns tempo traduzidas para o português, em Portugal.

O arrebatamento passional, romântico, característico do texto assinado pela Mariana alcoforado, põe em relevo a função emotiva da linguagem. A dor da separação, o apego à memória da pessoa amada e a autocomiseração dimensionam a paixão da autora.

A palavra paixão, cujo étimo é pathos (sofrimento), encontra nas cartas de amor de Mariana Alcoforado sua expressão maior. Observe que a abordagem cerimoniosa é determinante do contexto barroco.


Querido José

Escrevo-te estas poucas linhas para recordar o passado entre nós dois, José desde aquele dia em que me encontrei com você na Praça Tiradentes e depois não veio mais falar comigo, eu fiquei muito triste mas não deixei de pensar em ti, o amor que eu tenho por você nunca tive por outro moço, só por você mesmo e se não fizer vida junto contigo eu não quero saber de mais ninguém porque só quis você na minha vida, pense um pouco em mim por favor, me perdoe por tudo o que eu te fiz, mas foi sem querer, e peço que venha falar comigo, que daí nós se acertamos, eu quero ser feliz com você, é triste  gente andar como cigana, jogada de um canto a outro, estarei morta para teu coração? Já esqueceu de mim por outra? Espero que não, pois ainda te amo, a toda momento vejo tua imagem querida como se estivesse de guarda no espelho, não se faça de rogado José, eu também não estou muito boa,  estivesse com dor de garganta, te espero sem falta, não seja assim ingrato, sendo você um coração de pedra não sabe corresponder a este amor desprezado, não engane este coração fraco de uma coitada que tanto sofre no mundo, sinto-me triste e aborrecida, era assim que dizias que me querias bem, mas não parece José, desde aquele dia estou sozinha, apanhei do outro na cara, mas graças a Deus ele se retirou da minha vida, José a traição que te fiz você poderá perdoar-me, hoje eu sei que se vivesse num castelo nada disso me agradava , quero ficar ao teu lado para ser um pouco feliz, não tenho sossego longe de você nem durmo de tão desgraçada , José esta carta
é cheia de erros mas, é uma carta de amor, sua tua na expressão da verdade.
Maria.

                             (Dalton Trevisan)


Dalton Trevisan,  incorporando comportamentos e linguagem de tipos humanos comuns, estende-se do vulgar ao grotesco, revelando a simplicidade, a leviandade e os valores humanos que tipificam seus personagens, inspirados no cotidiano menor. Observe que a linguagem dessa carta amorosa evidencia a incompetência linguística da remetente. A limitação expressiva vem indicada na ausência da pontuação, no emprego dos pronomes, nos tempos verbais e na acentuação. A súplica pelo reatamento, pelo retorno urgente, o pedido de perdão, a saudade, as alterações de comportamento e a saúde debilitada concorrem para expor a inquietação emocional da autora.

Ismênia, moça donzela.

1.
Saudações .

Dr.Antônio, desculpe a ousadia de escrever-lhe, mas é que ontem fiquei arrependida de não confessar a paixão que sinto, porque tive a vergonha, e mesmo vejo que o senhor é casado e pai de tantos filhos, mas acho que isso não tem importância, porque hoje em dia a gente sabe de tanta mulher casada gostando do homem de outra, quanto mais eu que sou moça donzela, a diferença é que não sou correspondida.
O Dr. Venha hoje na mesma hora de ontem falar comigo, que eu espero  no portão e mamãe não vai nos ver. Se o senhor não vier é sinal que não tem a mínima simpatia por mim.
Sem mais, sua criada obrigada.
Ismênia.

P.S. Desculpe os erros porque estou um pouco nervosa.


2.


Querido Antônio.

Eu te escrevo este bilhete porque não posso suportar este amor. Olha, Antônio, se você quiser, de hoje em diante eu te farei os desejos, mas só se você me estimar como tua amante, e não me deixar faltar nada e nunca me abandonar.
Eu te espero hoje, às três horas, no mesmo lugar de sempre. Eu não quebro o juramento que fiz, mas você não sei, Antônio.
Da sempre fiel,
Ismênia.

P.S. De há muito pedi o teu retrato, será que serei merecedora? Tenho andado doente do estômago, é tudo por causa do nosso amor. Se for possível, mande-me qualquer importância pelo menino para comprar algum remédio. Sonhei a noite toda que me traías e não me querias mais, será?


3.
Estimado Antônio.

Saudações.

Esta carta será a última que minha mão e escreve. Eu acreditei no que você disse a semana passada, mas como choveu enfim teve desculpa, mas hoje está uma noite bonita, e eu te esperei até às nove horas, como você não veio então eu  sei que sou desprezada.
Ou você não apareceu por mamãe não querer sair da sala? Se foi por isso ela pode esperar fechada lá na sala? Se foi por  isso ela pode espera fechada lá na cozinha. Não se faça de rogado. Antônio, mas que horror depois de tudo que foi combinado você ficar arrependido, venha sim: Não tenha preguiça, eu te peço pela segunda vez.

A que há de ser tua.

Ismênia.

P.S. Peço por obséquio de enviar pelo menino algum dinheiro, que estou   apurada para pagar uma conta  e a pessoa está esperando aqui.


4.
Antônio.

Te peço por esmola, já que você não quer o meu amor, que me mande qualquer importância para eu dar por uma prestação, que o turco veio aqui com desaforo, e eu estou louca de tristeza.
Olha, Antônio, estou resolvida a ser tua de corpo e alma, e não quero que você me dê nada de roupa nem comida, só o aluguel da casa, eu já fico satisfeita, e o resto Deus há de dar forças para mamãe trabalhar, só queria que você me desse o aluguel da casa.
Venha de noite que eu te espero, hoje, hoje, hoje. A que será tua.

Ismênia.

 P.S. Falei com a Mamãe e ela está de acordo.

                                                   
5.
Querido Antônio.

Eu estou completamente triste, só pensando nesta vida amarga, nós fizemos o trato de eu ser tua, e você me ajudava um pouco, agora você faz oito dias hoje que não me aparece, então eu acho que se arrependeu e não me quer mais.

Sou ainda a mesma.

Ismênia

P.S. Um pequeno favor eu te peço, você me faça esta caridade de entregar ao menino qualquer importância, que minha mãe tem de pagar umas continhas que fiz, eu também preciso fazer a extração do dente, amanhã sem falta.

Desculpe se escrevi a lápis, por causa que não tinha tinta, anjinho meu.


6.
Meu inesquecível Antônio.
Não seja ingrato, não iluda um  pobre coração como o  meu, você me enganou e não vem matar esta paixão que sinto no peito, você é mesmo mau, não quer o meu amor, já estamos a cinco do mês e você só veio duas vezes aqui, não é longe, eu sei que você esta com raiva de mim.
O que foi que te fiz, Antônio, que você se tornou tão ingrato? A dona da casa me falou se eu posso pagar , estou aborrecida porque não queria te incomodar. Ontem passei um dia bem amargo, escrevo esta cartinha com lágrimas nos olhos, está vendo as letras como estão borradas?
Olha Antônio, eu quero ser sua inteirinha tua, e quero que você seja meu também.

Ismênia.

P.S. Desculpe o papel e o envelope, tudo isto é efeito da crise.
7.
Meu inesquecível Antônio.
Hoje estou tão triste, mesmo quase para desistir da vida, não dormi nada, e só pensando nesta desgraçada sorte minha, faz seis dias que você não vem aqui, sei que não mereço teu amor, sou humilde e tu és um Dr. ! Tens o mundo que sorri diante de ti, eu antes pensava mesmo que você não vinha quando chovia por causa da lama, mas com estas noites bonitas por que você não vem??
Antônio, resolvi mandar minha mãe falar com  você, para ver se pode me emprestar algum dinheiro , fiquei muito doente com uma forte gripe e muito magra, precisei ir ao médico, senão não sei o que seria de mim, ele me receitou um remédio muito caro, eu estou sem recurso e não posso pagar, se caso você me emprestar o dinheiro mande por mamãe e se você puder tudo mande pelo menos um pouco.

Da sempre fiel,

Ismênia.

P.S. Antônio, se quer me ver morta, então é que você não vem hoje. Não fique zangado comigo, eu por você dou até minha salvação, quero ser tua de alma e corpo e vida.

8.
Saudações.
Queridinho, eu te mando esta cartinha para saber notícias, pois eu tenho muitas saudades tuas, quero ver se esta semana vou falar contigo, porque tu sabes que não posso sair de casa por causa de meu amigo. Eu tenho coisinhas do outro mundo para te contar.
Antônio, desde aquela noite ele não me deixa sair, até apanhei uns tapas, eu fico esperando no portão, você é e continua sendo meu  primeiro amor, você ainda há de me perdoar a traição que te fiz.
Não mereço a raiva que tens contra mim, bem sei que sou inocente, eu fui iludida pela falsa lábia daquele homem e ele agora está desempregado, eu não tenho mesmo sorte, por favor me mandes algum dinheiro pelo menino, que eu preciso demais, a tua
Ismênia.

P.S. Meu bem, enfim sempre tenho a satisfação de avisar-te que ele hoje à tarde não estará em casa, você pode vir sem medo.
Espero-te  às três horas no portão e serei tua , inteirinha tua.



9.
Antônio, você pensa que eu não sei que tens um caso com uma dama casada? Eu te peço pelo amor de teus filhos que não fales no meu nome para esta sujeita que você arrumou só para prejudicar o nosso amor, por causa de você ser um homem sem caráter, e o tempo de tratar de teus negócios como doutor de respeito andas atrás de qualquer uma, tenho  fé nas forças do inferno que todo o mal há de cari sobre ela e você, que andou se gabando de mim, eu não esperava que fosses tão ingrato assim, agora que fui abandonada pelo meu amigo, não sei se sabias que ele me deixou em estado interessante, não tenho coragem para fazer-te mal, mas espero com resignação que Deus se vingará por mim, já tive amor por ti, jurei que meu coração puro era só teu, mas o nosso como tu dizes foi mesmo como o pó que a gente limpa dos sapatos quando chega da rua, não faz mal porque uma coisa você não pode dizer, que eu tenha sido tua, pois tua eu nunca fui, era preciso cortar  a ponta da tua língua comprida, falador não tens mais o que falar? Quanto mais velho mais sem juízo, eu te odeio até a morte, nunca hei de te perdoar de me trocares por uma qualquer, quero mostrar como se dá o desprezo para um homem, sou feliz e serei até morrer, gozando a vida, fazendo inveja para você e sem mais aceite um abraço desta que te odeia.

P.S. Não assino porque você nem e digno de meu nome


                                (Dalton Trevisan)


Análise crítica de
“Ismênia, moça donzela”

De acordo com a análise de Berta Waldman, “Ismênia, moça donzela” reproduz os clichês de um “ correio sentimental”, na sucessão de cartas cujo conteúdo delineia o perfil da heroína signatária ,ora pura, ora carnal:

O clichê objetiva-se tanto ao nível da construção da história (a moça, o moço, os obstáculos que protelam o encontro), como nos seus conteúdos (os vilões e malfeitores são punidos, os amantes que persereram são premiados), como ainda na linguagem em que a narrativa é vazada (frases feitas, lugares-comuns, diminutivos etc.) (...)
Organizada por meio de uma sucessão de nove cartas justapostas que sugerem uma sequência temporal, embora não sejam datadas, a narrativa resulta numa colagem que silencia a voz do narrador para evidenciar a missiva – Ismênia – implicitamente incumbida da tarefa de relatar a história de sua relação amorosa com Antônio, o destinatário de suas cartas, já que da montagem dos textos (tarefa do narrador implícito) se inferem  os acontecimentos que os envolvem.
O desaparecimento da voz do narrador coloca a fala da personagem mais próxima do leitor que fez as vezes  de bisbilhoteiro, de interceptor da correspondência alheia, participando da trama deste tecido como o seu destinatário último.
Quanto à modalidade de linguagem utilizada , percebe-se de parte do autor uma preocupação  em produzir certos elementos constitutivos de clichê de cartas de  amor e análogos, ao lado do uso de uma linguagem mais próxima da moralidade, responsável pela introdução de  um
Veio corrosivo de subjetividade, que, no convívio com o modelo fixo, acaba por agenciar  um descompasso e como decorrência certo tipo de humor ferino.
À guisa de exemplo, segue abaixo uma série de lexias que alimentam o clichê:
“Eu te escrevo este bilhete porque não posso suportar este amor” (segunda carta).

“Não seja ingrato, não iluda um pobre coração como o meu ...” (sexta carta).

“Olha, Antônio, eu quero ser tua, inteirinha tua...” (sexta carta).

“... jurei que meu coração puro era só teu ... “ nona carta).

“Não seja ingrato, não iluda um pobre coração como o meu, você me enganou e não vem matar esta paixão que sinto no peito...” (sexta carta).
“...eu por você dou até minha salvação, quero ser tua de alma e corpo e vida” ( sétima carta).

“Meu inesquecível Antônio” (encabeçando a sexta e a sétima carta).

Essas formas, entretanto, são confrontadas com outras, determinadas por arroubos de subjetividade, marcadas pelo uso indiscriminado e simultâneo das pessoas de tratamento tu/você, pela utilização de uma pontuação arbitrária que foge à norma, pela construção de períodos que reúnem conteúdos variados e díspares, pela utilização do pronome oblíquo que início da frase e pela escolha  de um léxico e de uma sintaxe próprios de comunicação  oral:
“Olha, Antônio, se você quiser, hoje em diante eu farei os desejos, mas só se você me estimar como tua amante...” (segunda carta).

“Ou você não apareceu por mamãe não querer  sair da sala? Se for por isso ela pode esperar fechada lá na cozinha. Não se faça de rogado, Antônio, mas que horror depois de tudo combinado você ficar arrependido, venha sim?” (terceira carta).

“Te peço por esmola, que você não quer o meu amor, que me mande qualquer importância...” ( quarta carta).

“Antônio, você pensa que eu não sei que tens um caso com uma dama casada? Eu te peço pelo amor de teus filhos que não fales no meu nome para essa sujeita que você arrumou só para prejudicar o nosso amor, por causa de você ser um homem sem caráter, e o tempo de tratar de  teus negócios como doutor de respeito andas atrás de qualquer uma tenha fé nas forças do inferno que todo o mal há de cair sobre ela e você...”  (nona carta).

É na alternância dos dois registros, com o predomínio crescente do segundo, que as cartas se vão sucedendo e desenovelando o seu conteúdo básico: a relação amor-dinheiro. Enquanto o clichê alimenta a mitologia burguesa e remete a outros incumbidos da mesma tarefa, o registro de linguagem oral remete à degradação do corpo na sociedade capitalista.
               (Berta Waldman)




3. Carta de Amigo

Com um propósito informativo e motivada pela intimidade, a carta de amigo e informal e, muitas vezes, confessional.


Rio de Janeiro, 19 de julho de 1908.

Meu caro Veríssimo:

Acabo de receber a sua carta com o seu abraço pelo livro, e venho agradecer-lhe cordialmente. Sabendo que foi sempre sincero comigo, senti-me pago do esforço empregado; muito obrigado, meu amigo. O livro é derradeiro, já não estou  em idade  de folias literárias nem outras.
O meu receio é que fizesse a alguém perguntar por que não parara no anterior, mas se tal não é a impressão que ele deixa, melhor. Creio que o compreendi bem, segundo o que me diz em um ponto da carta.

Eu vou melhorando, ainda que muito fraco. Saí hoje de manhã , e sairei outras vez se não chover. O Mário  (de Alencar) tinha-me falado da sua vinda, mas efetivamente era arriscado com tal tempo. Amanhã conto ir à cidade,se o tempo consentir. Adeus, meu bom amigo, recomenda-me a todos os seus, e receba em
Troca um abraço apertado do velho amigo.

                    (Machado de Assis)


Rio de Janeiro, 7 de setembro de 1908.


Meu querido Salvador de Mendonça:

A tua boa carta trouxe ao meu espírito afrouxado não menos pela enfermidade que pelos anos, aquele alento cordial de juventude, que nada supre neste mundo. É o meu Salvador de outrora e de sempre, é aquele generoso espírito a quem nunca faltou simpatia para dias da nossa primeira mocidade. Íamos entrando nos vinte anos, verdes, quentes e ambiciosos. Já então nos ligava a ambos a afeição que nunca mais perdemos.

Aqui estás o mesmo de então e de sempre. A tua  grande simpatia achou a velha da tradição itaboraiense para dizer mais vivamente o que sentiste do meu último livro (Memorial de Aires). Fizeste-o pela maneira magnífica a que nos acostumaste em tantos anos de  trabalhos e de artista. Agradeço-te, meu querido. A morte levou-nos muitos daqueles que eram  conosco outrora; possivelmente a vida nos terá levado também alguns outros, é seu costume dela, mas chegado ao fim da carreira é doce que a voz que me alente seja a mesma voz antiga que nem a morte nem a vida fizeram calar.
Abraça-te  cordialmente o teu velho amigo.


                               (Machado de Assis)


   Observe, nessas cartas, dirigidas a amigos, o tom amistoso e fraterno. A linguagem é harmoniosa e precisa.

   Há que se observar a lisura machadiana, bem como seu pessimismo risonho e sua peculiar ironia. Dentro dos padrões atuais, essas cartas seriam consideradas anacrônicas, não só0 por sua abordagem obsequiosa, como também pela incomum afetividade que, modernamente, seria recebida como afetação (“meu querido”).

4. Carta familiar

É também a intimidade que caracteriza a carta familiar. Sua linguagem varia conforme o grau de parentesco e a época em que se insere. A confissão igualmente motiva o contato familiar, abrindo-se, inclusive, para a irreverência humorística.

São Paulo, 12 de agosto de 1851.
Minha irmã

No dia de teus anos, que queres que eu te  diga?? Que os anos de virgem são como as manhãs de flores? E que, na aurora da vida, flores e donzelas , cintilantes do orvalho de Deus, têm mais pureza e perfume? Não.

Dir-te-ei somente uma coisa – É que lá no Rio Vale talvez a pena fazer anos. Nunca tarde de primavera e de esperança, vivendo e sentindo-se, é doce por ventura sentir que mais uma no passou como um sonho, mais um ano de saudade e felicidade.
Aqui não acontece assim- O céu tem névoas, a  terra não tem verduras, as tardes não têm perfumes. É uma miséria! É para desgostar um homem toda a sua vida ver ruínas. Tudo aqui parece velho e centenário... até as moças são insípidas como a mesma velhice!
O dia 12 de setembro está para chegar. Estou quase não fazendo anos desta vez.
Adeus, minha irmã, a página nova da vida que se abriu hoje, seja tão feliz como a que se fechou ontem. O dia seja belo como outrora, o futuro tão suave como a saudade é doce. Adeus!
É a palavra que dentre as coisas em ruínas da nossa terra te envia o teu irmão de coração.

                           (Azevedo)


Pieguismo e derramamento afetivo cruzam-se nessa carta de Álvares de Azevedo, cuja linguagem seria considerada anacrônica, artificial e ultrapassada diante dos padrões modernos. O perfil da irmã aniversariante é impregnado de lirismo e imagens grandiloquentes que pontificaram a literatura ultrarromântica. A valorização da juventude, do belo, da donzelice, do sentimento de exílio, da saudade é traduzida metaforicamente nos trechos grifados.



Carta de Micael dos Reis a um primo de São José do Monte, o mecânico Manuel Bastos.

Manequinho, não precisa mandar mais carta para a oficina de lanternagem de Zuzu Tavares, uma vez que mudei de ofício e abracei a carreira de escultor moderno. Sei como o pessoalzinho de São José do Monte vai rir ao saber que o filho  de Santinho Reis está fazendo nome a poder de ferro-velho e coisa distorcida. Peguei inclinação pelo ramo no dia em que vi nos jornais um para-lama de sucata que pegou o primeiro prêmio numa  demonstração de esculturagem no estrangeiro e mais depois em São Paulo . Aí, primo, meti os peitos.
Nem retirei o macacão de lanterneiro. E de macaçaõ, todo lambuzado de óleo e sujo de graxa, pulei para o negócio de lata velha. Peguei de jeito uma porta de automóvel, meti o  maçarico nela, furei e bordei. Em, seguimento, lasquei por cima uma pá de ventilador e arrematei a obra com uma porta de automóvel, meti o maçarico nela, furei e bordei. Em  seguimento,lasquei por cima uma pá de ventilador e arrematei a obra com uma antena de televisão. Parti para o IV exposição da Primavera com esse trabalho que chamei de
Vento outonal nas Rosas do meu Coração. Não tirei o primeiro lugar porque um cretino teve a ideia genial de aparecer com um fogão econômico de 1917 soltando fumaça por todos os buracos. Começo e fim da criação , como era o nome do dito fogão econômico, venceu de ponta a ponta. Uma dona ficou tão esfogueteada que comeu três  quilos de fumaça e foi esvaziar o estoque no hospital. Em todo o caso, meu Vento Outonal tirou o segundo posto e uma braçada de palmas nos jornais. Agora , na próxima vez, vou  aparecer de macacão, barba escorrida no peito e de boné listrado na cabeça, de modo a ficar nas evidências do mundo. Vou entupigaitar a praça com o Jarro do Barão, um penico que muni de uma trombeta de gramofone e um vidro de magnésia leitosa. Primo, em matéria de invencismo eu sou fogo selvagem. E para despedir, recomendações aos tios, principalmente um grande abraço na prima Noca. E não deixe de ver se compra em São José do Monte e redeondezas uma caixa de descarga anti pretendo concorrer a uma exposição  na Bahia que vai render uma  nota bonita. Um caixa desse tipo não é só folclorítica  como fotografática. Calha muito bem em recantos de sala de visitas por baixo daqueles retratos de família em feito oval.

                   (José Cândido de Carvalho)





A intimidade de linguagem e o teor confessional da carta descambam para o humor satírico , compondo uma crítica descambam para o humor satírico, compondo uma crítica debochada  da arte. 

Em sua linguagem figuram neologismos, como “ invencismo”, “folclorítica”,  e “fotografática”, e palavras recolhidas na linguagem   popular, como “entupigaitair”. 

Expressões como “ mais depois em São Paulo”, “meti os peitos” e outras dão a tônica intimista e espontânea que uma carta pessoal caracteriza.

Debochadamente, o autor destila uma crítica cortante  aos valores estéticos e sua implicações de gosto, quando prevê o sucesso de suas bizarras esculturas modernas.



5. carta de cerimônia

A correspondência cerimoniosa deve garantir a mesura protocolar que se exige no contato com órgãos públicos e seus altos escalões. Seu discurso, que pode afigurar-se pedante ou bacharelesco, só se justifica em situações de formalidade.


Ajuda, 2 de janeiro de 1851.

   Ilmo, Sr. Secretário da Academia  Real das Ciências de Lisboa:

   Não consentindo a distância de minha residência à sede da Academia Real   das Ciências que eu assista às suas sessões literárias, ao passo que as minhas muitas ocupações obstam a que de outra qualquer  maneira cumpra com as obrigações acadêmicas, sou, por força maior, um membro inútil da mesma Corporação.
   Nestes termos, eu rogo a V. Exa. Que, apresentando este ofício na primeira sessão de efetivos, peça, do modo mais positivo, e, se tanto for necessário, exija que o meu nome  seja riscado do catálogo dos sócios da Academia Real das Ciências de Lisboa.
   Espero dever à urbanidade de V. Exa.  a particular mercê de comunicar a resolução dessa assembleia, que por nenhum princípio pode ser contrária às minhas  instantes solicitações.

Deus guarde a V. Exa.

              (Alexandre Herculano)



Temos aqui um exemplo de carta cerimoniosa, essencialmente informativa, portanto referencial. O pronome de tratamento “V. Exa.” e a linguagem sóbria correspondem à formalidade do contexto ( o afastamento das obrigações acadêmicas) e a entidade envolvida (Academia Real das Ciências de Lisboa).



6. Carta no vestibular

Vestibulares como os da Unicamp e Unesp, no Estado de São Paulo, oferecem ao candidato a possibilidade de optar por uma carta. Sua abordagem é dissertativa e, portanto, deverá ser fundamentada por meio de evidências, juízos, exemplos – que poderão ser narrativos ou descritivos – admitindo a expressão em primeira pessoa.

Assim, qualquer que seja o assunto ou tema proposto, encaminhará o candidato  à defesa  de um ponto de vista que deve ser exposto de forma dissertativa, apresentando tese, argumentação e conclusão.

Observe que o vestibular avalia o corpo de carta, cujo conteúdo e linguagem atestarão a capacidade discursiva do aluno, sua opinião, seus argumentos sua destreza linguística.

Caso o tema dado apresente como destinatário uma  autoridade ou instituição, o vestibulando deverá empregar o pronome de tratamento adequado. Se for dirigida a um amigo, a linguagem poderá ser simples, em razão da intimidade do autor com o destinatário.

O candidato não deve assinar a correspondência, pois a redação no vestibular é sigilosa. Lembramos que o destinatário e o vocativo são opcionais.
Na lista abaixo, os principais pronomes de tratamento:


·       Vossa Alteza para príncipe.

·       Vossa Eminência para cardeal.

·       Vossa Excelência para deputado (federal e estadual), embaixador, general, governador de Estado, juiz, ministro, prefeito, presidente da República, secretário de Estado, senador, vereador.

·       Vossa Excelência Reverendíssima para bispo e arcebispo.

·       Vossa Magnificência para reitor.

·       Vossa Majestade para rainha, rei.

·       Vossa Reverendíssima para sacerdote.

·       Vossa Santidade para papa.

·       Vossa Senhoria para chefe de seção, diretor de repartição pública, funcionário público (abaixo de ministro), major, oficiais até coronel, tenente , tenente-coronel.

Observe que, utilizando qualquer dos pronomes de tratamento, o verbo deverá ficar na terceira pessoa do singular, assim como os demais pronomes. Exemplo:



Vossa Excelência poderá ocupar o gabinete, tão logo seu pedido seja deferido.


No modelo que se segue, temos uma proposta da Unicamp e a carta que a desenvolve, selecionada pela própria banca da Universidade como exemplo de redação acima da média.


Proposta c

Trabalhe sua carta a partir do seguinte recorte temático: O governo brasileiro tem promovido campanhas de alcance nacional, a fim de combater o tabagismo, o uso de álcool e drogas, a proliferação da dengue, do vírus da Aids e da gripe, entre outras doenças que comprometem a saúde pública.


Instruções:

1.        Escolha uma campanha promovida pelo Ministério da Saúde que, na sua opinião, deva ser mantida.
2.        Argumente no sentido de apontar aspectos positivos da estratégia dessa campanha.
3.        Dirija sua carta ao Ministro da Saúde, justificando a manutenção da campanha escolhida.

                    Campinas,18 de novembro de 2007.


Prezado senhor Ministro da Saúde

    Escrevo-lhe com o objetivo de parabeniza-lo por sua estratégia no controle da proliferação do vírus causador da AIDS, a partir do programa de redução de danos. Sou uma jovem estudante do Ensino Médio e, como tal, convivo diariamente com pessoas de minha faixa etária. Por estudar em um colégio particular, tanto eu quanto meus colegas dispomos de recursos financeiros suficientes para frequentar as festas rotineiras, ocasionalmente comprando substâncias ilegais. Apesar de eu me posicionar contra esse tipo de atitude, preocupo-me com meus amigos que, ao priorizarem o “barato” e a diversão, esquecem-se das consequências letais que seus atos podem trazer para suas saúdes; principalmente ao lidarem com agulhas e substâncias injetáveis, propícios vetores de doenças como a AIDS.
   Exatamente por isso, concordo com a medida, autorizada pelo senhor, de distribuir seringas descartáveis ou mesmo drogas, de forma a controlar a proliferação do HIV. Além dos resultados bem-sucedidos, cientificamente, e de contar com países de primeiro mundo como aliados nesta causa , o Ministério da Saúde mostrou estar adequado ao
Princípio, ditado pela Constituição Brasileira, de que o Estado deve ser o responsável por promover a Saúde.
   Ao adotar esta postura pragmática, o senhor mostrou não só estar ciente do problema que a saúde pública enfrenta , mas também mostrou estar aberto a discussões que preservem a saúde da população e, ao mesmo tempo, respeitem suas liberdades individuais. Além disso, ao adotar  uma medida certamente “polêmica”, o Ministério está conseguindo atingir a meta de conscientizar e persuadir a sociedade, que mostra-se interessada pela inovação da técnica utilizada. A discussão  gerada é muito mais saudável que a negação da mesma, como noto entre meus colegas, que adotaram a política  do governo, ao mesmo tempo que rejeitam a postura puritana dos americanos. Ao aproximar-se da população , o senhor fez com que todos meditassem sobre o assunto, a fim de que possam chegar a um consenso para a solução do problema.
   Por isso, senhor Ministro, parabenizo-o por uma política que está dando bons resultados. Se meus colegas ainda não se desvincularam das drogas, ao menos têm a consciência do desafio que é o combate à AIDS, graças ao canal de comunicação aberto pelo governo. Isso demonstra um amadurecimento da sociedade diante da responsabilidade da mesma quanto à manutenção da saúde. Assim como a campanha de Oswaldo Cruz para a erradicação da varíola , no séc. XIX, o senhor mostra que sua campanha de erradicação da AIDS é vanguardista e eficaz. Em meu meio ela já foi aceita, portanto espero que seu sucesso atinja todos e perdure.

Atenciosamente,
                                                         F.T.S.



ANÁLISE FEITA PELA BANCA DA UNICAMP

  Nesta carta, o candidato escolhe tratar da campanha de combate à AIDS, promovida pelo governo, e argumenta a favor de uma estratégia específica , a da redução de danos.

  A imagem do autor, ou melhor, da autora apresentada desde o início, é a de “uma jovem estudante do Ensino Médio ”aluna de colégio particular, que convive com usuários de drogas injetáveis. Percebe-se que a imagem não é gratuita, mas faz parte da argumentação desenvolvida na carta em defesa da estratégia da campanha, servindo como motivação e argumento de autoridade.

   Na exploração do recorte temático, a autora é bastante objetiva. Não apenas aponta os resultados cientificamente comprovados da medida, mas ainda ampara sua implantação na responsabilidade do governo, prevista na Constituição, pela saúde pública. O domínio da complexidade do tema se evidencia, sobretudo, quando a autora destaca, como um aspecto positivo da própria polêmica resultante da adoção da medida, precisamente, a tematização de questões envolvidas, como a tensão entre liberdades individuais e saúde pública.

   Confronta um consequente amadurecimento da sociedade que encara os problemas públicos com um puritanismo por parte de países que rejeitaram a medida, e aponta  antecedentes históricos dessa postura no Brasil, associando o vanguardismo da estratégia de redução de danos à Campanha de Vacina. A argumentação termina referindo-se novamente à eficácia da estratégia em seu meio, ou seja, lembrando da imagem da autora, a quem a convivência com o público-alvo da campanha confere um conhecimento da causa. Com isso se percebe, na redação, um uso apropriado da coletânea, integrando ao projeto de texto.

   Alguns esparsos problemas de coesão e impropriedade não impedem a leitura fluente e agradável dessa carta, em que a imagem do interlocutor também é muito bem trabalhada. A cada parágrafo, o discurso é dirigido, de cuja importância e manutenção a autora pretende convencer.



Bom estudo meus amores, com carinho de sua eterna Prof Dr Master Reikiana Aldry Suzuki






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