REDAÇÃO
XVII
ESTRUTURA
DISSERTATIVA
ALDRY
SUZUKI AMO VOCÊS!!
1.PROCEDIMENTOS
INTRODUTÓRIOS
DA DISSERTAÇÃO
O parágrafo introdutório
(tese) apenas apresenta o assunto a ser discutido e contém a ideia central ou tópico frasal.
Os parágrafos subsequentes devem desenvolver a(s) ideia(s) na tese,
ampliando-a(s) por meio de exemplos, evidências, juízos etc.
Há muitos procedimentos para
se elaborar o parágrafo introdutório (tese): partindo do geral para o particular, do passado para o
presente, usando comparações, conceitos, definições, citações, interrogações,
etc.
Cada uma das introduções a
seguir foi delimitada por um procedimento que não precisa necessariamente
manter-se no desenvolvimento do texto. Assim, se a tese apresenta uma
trajetória histórica, o desenvolvimento não precisa obrigatoriamente apresentar
um conteúdo de igual teor. Os exemplos abaixo têm como tema o
trabalho.
Traçando
uma
trajetória
histórica
do
passado ao presente
Desde que aprendeu a
manejar o fogo e a roda, o homem passou a gerar uma força produtiva, que
desencadeou as invenções, as conquistas e o progresso. Mas essa produtividade
prejudicou o relacionamento entre os povos, assim como entre patrão e
empregado, no domínio pela tecnologia e na exploração da mão-de-obra.
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Comparando
socialmente
geograficamente,
ou fazendo
oposições
de qualquer natureza
Nos países capitalista,
o trabalho tanto oprime quanto liberta: para os assalariados, ele é a síntese
das injustiças sociais; para o empresário, é o exemplo da livre-iniciativa.
Nos países socialistas, o operariado e o campesinato trabalham para uma força
totalitária – o Estado.
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Conceituando
ou definindo
uma
ideia ou uma situação
Trabalho é uma força
produtiva que se opera pelo empreendimento físico ou intelectual. Uma sociedade
revela-se injusta quando subestima o trabalho artístico, avilta o intelectual
e marginaliza o braçal em favor daqueles que detêm a propriedade, a indústria
e o comércio.
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Contestando
uma
ideia
ou uma citação
“O trabalho enobrece o
homem”. Essa máxima, que somos levados a respeitar , oculta a divisão de
trabalho que avilta, usurpa, desgasta, sem jamais enobrecer. Ao conceito de
trabalho deveriam corresponder a realização, a estabilidade e a valorização,
além da diminuição da exploração e das diferenças de classe.
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Elaborando
uma
sequência
de interrogações
O que define o
trabalho? O tempo investido na manufatura de um produto? O esforço
empreendido para se executar uma tarefa? A
prestação de serviços? Trabalho é um meio de realização pessoal ou de
exploração alheia?
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Elaborando
uma
enumeração
de informações
Discutir o trabalho é
aprofundar questões sociais. Aos nossos questionamentos não faltam a
preocupação com a escolha profissional, a remuneração , a satisfação pessoal
e o status, fatores que distinguem o trabalho em todas as suas variantes, do
braçal ao intelectual.
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Caracterizando
espaços
ou aspectos
O som ensurdecedor dos
teares, a atmosfera saturada das usinas, a monotonia dos escritórios e o
estafante serviço doméstico – é o trabalho sistemático que se resume em
condicionada servidão.
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Narrando
um fato
Eram 4h30 da manhã
quando Pedro arrumou a marmita de arroz, feijão e farinha e foi para a obra,
onde é servente de pedreiro. Trabalhou até às 18 h e pegou o trem do
subúrbio, completando uma rotina idêntica à de milhões de brasileiros cuja
mão-de-obra é desqualificada.
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Fazendo
uso da linguagem figurada
O trabalho é o motor da
sociedade. Cada atividade ou mão-de-obra articula-se na indústria, no
comércio e na prestação de serviços, formando uma grande máquina movida pelo
trabalhador.
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Apresentando
Dados
estatísticos
Com base no Censo
realizado recentemente, o IBGE revelou que o desemprego saltou para a casa
dos 7,5%. O Seade registrou 20,4% de desempregados na região da Grande São Paulo.
É verdade que cada pesquisa mede um fenômeno diferente, maçom ps, por
qualquer ângulo, o assunto é grave. O ministério da Previdência indica que
60% dos brasileiros que trabalham estão na informalidade. São 42 milhões de
brasileiros, deixando apenas 28 milhões (40%) com as proteções da CLT.
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2.parágrafo
Argumentativo/
expositivo
Um texto organiza-se numa
sequência de parágrafos, sendo cada um deles (da tese à conclusão) um
microtexto, cujo discurso é semelhante ao da dissertação integral no uso de
metáforas, no teor polêmico, no caráter expositivo ou argumentativo, na escolha
do vocabulário, no padrão da linguagem, na abordagem objetiva ou subjetiva etc.
Lembramos que no parágrafo
introdutório – tese –pode haver mais de uma ideia-núcleo a ser desenvolvida no
corpo do texto, sobretudo quando se inicia o texto utilizando uma comparação ou
uma oposição.
Quando isso ocorre, até mesmo os parágrafos centrais
(argumentação) apresentam duas ou mais ideias-núcleo. Observe essa ocorrência
no exemplo seguinte:
Se, para o americano, o
homem é geralmente bom – mau apenas quando não encontra condições de ser bom
– para o brasileiro, tal como para a europeu, o homem é geralmente mau, a
menos que prove o contrário. Consequência: nos Estados Unidos, o otimismo, um
estado geral de receptividade simpática, de compreensão e de boa vontade
entre os homens; no Brasil, o pé-atrás, a vigilância, uma difusa má vontade
que as palavras polidas e as declarações enfáticas não conseguem disfarçar;
nos Estados Unidos, o estímulo, o bom acolhimento às iniciativas; no Brasil,
a desconfiança, o desestímulo, a suspeita de interesse subalterno nos mais
elevados propósitos; nos Estados Unidos, a vida compreendida como integração
num dever ou num sonho; no Brasil, a vida entrevista como busca de riqueza e
de prazer, como “ofício cansativo “, algo definitivo e irremediavelmente
prosaico; nos Estados Unidos, onde a vida comporta maiores desgastes de
energia, a vida facilitada e desobstruída; no Brasil, onde o clima está
clamando por economia de forças, verdadeiras odisseias de marchas e
contramarchas a entravar as mais simples operações de natureza civil,
comercial e administrativa; nos Estados Unidos, um capitalismo progressista,
cada vez mais cônscio de suas responsabilidades
sociais; no Brasil, um capitalismo do tipo europeu que ainda acredita em
truques e cartéis, em pequena produção e preços altos, e que nas relações com
os trabalhadores ainda se nutre dos conceitos feudais e paternalísticos do
século XVIII; nos Estados Unidos , o lado bom da natureza humana podendo
desdobrar-se em sua plenitude; no Brasil, a maledicência, a suspeita, o medo
do ridículo – o estúpido medo brasileiro do ridículo – desestimulando as
qualidades positivas em proveito das negativas; nos Estados Unidos, a crença
de que a bondade acabará Triunfando
sobre a maldade e a saúde sobre a doença; no Brasil, dúvidas e reservas
mentais de toda natureza.
(Vianna Moog)
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No texto lido, há pares de
ideias-núcleos, evidenciando diversos aspectos contrastivos das duas culturas.
Dissertando num único parágrafo, o autor, como recurso estilístico, usa
ponto-e-vírgula com função de ponto-final.
Um único parágrafo pode
apresentar uma organização dissertativa, contendo tese, argumentação/exposição e
conclusão, funcionando como um microtexto. Atente para o exemplo:
A história demonstra
que o convívio social foi (e continua a ser) decisivo para o desenvolvimento
da humanidade. As descobertas de um membro do grupo, comunicadas aos outros,
tornam-se estímulos e ponto de partida para novos aperfeiçoamentos e novas
descobertas. Transmitidas de geração
em geração, não se perdem com a morte de seus descobridores. Recomeçando de
onde outros pararam, as novas gerações podem avançar sempre mais. Graças à sociabilidade, que
colocou em comum os esforços de muitas inteligências, a humanidade das
cavernas já avança rapidamente na conquista do universo extraterreno.
(Gleuso Damasceno Duarte)
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Seja argumentativo, seja
expositivo, o desenvolvimento de um texto dissertativo geralmente apresenta uma
ideia-núcleo por parágrafo. Para não se tornar apenas uma afirmação
superficial, a cada ideia-núcleo devem ser agregadas justificativas, análises,
exemplos etc.
Observe como a ideia-núcleo
abaixo não tem força argumentativa, por lhe faltar explicação mais específica e
pormenorizada:
É fundamental pensar os
aspectos morais e sociais da vida sexual.
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Atente para as questões que
qualquer leitor gostaria de ver explicadas com relação à afirmação feita:
· # O que significa pensar os aspectos morais e
sociais da vida sexual?
· # Por que esses aspectos são fundamentais?
É fundamental pensar os
aspectos morais da sexualidade, refletindo sobre as instituições – como a
igreja, a família e a escola – perpetuadoras dos padrões de comportamento
que, na maioria das vezes, cercam de preconceitos o despertar sexual. Os
aspectos sociais do problema dizem respeito à responsabilidade decorrente de
relações imaturas que podem provocar desequilíbrios emocionais, doenças
venéreas ou ainda levar a uma gravidez não-planejada.
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3.
tipos de parágrafo
Argumentativo/
expositivo
Os parágrafos
expositivos/argumentativos podem ser desenvolvidos por meio de paralelismos,
evidências, analogia ou comparação, causa e consequência, fatos históricos,
dados e cifras, passagens narrativas e descritivas, hipóteses etc.
Apelar para o senso comum,
valendo-se da intuição e das relações óbvias que podemos deduzir de
experiências coletivas e hipotéticas, é uma fórmula recorrente para elaborar
uma dissertação. Trata-se de uma alternativa para quem não dispõe de um acervo
cultural abrangente.
Os modelos apresentados são
parágrafos centrais de dissertações, de que foram excluídas a tese e a
conclusão.
No
primeiro exemplo , é imediata a relação que se estabelece
entre a música e o estado de prazer que ela proporciona.
No
segundo exemplo, o senso comum conhece o fato de que a
criança fica muito tempo exposta à televisão.
Equilíbrio e
bem-estar pela música
(...) A música tem sido
uma das principais válvulas de escape do homem moderno para extravasar suas
emoções. O clássico, o romântico , o rock pauleira, cada qual expressa um
momento de nossas vidas. Talvez não percebamos isso conscientemente, mas os
sons nos invadem chegando à nossa
essência mais íntima. (...)
(Regina Azevedo)
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Televisão
(...)Nessa hora, não
veem que basta um “clic” para desliga-la. O problema é que o simples girar de
um botão nunca foi tão difícil. O tempo de exposição da criança à tevê cresce
a cada dia, principalmente nas grandes cidades. São filhos de pais sem tempo
(com dois ou três empregos), sufocados em apartamentos e entregues a uma babá
eletrônica. Na carência de opções, eles se apegam a esta fonte inesgotável de
atrações. (...)
(Andréa
Vieira)
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4.
Hipótese
A hipótese , no texto
dissertativo, antecipa uma previsão, apontando prováveis resultados. Portanto,
os argumentos hipotéticos são geralmente determinados por uma condição virtual
de realização.
A escola do futuro
(...) se não houver
opção imediata para investir em programas de educação básica, a corrida pelo
avanço científico e pela modernização sociocultural estará perdida de antemão. (...)
(José Marques de
Melo)
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Se o que está estocado
hoje nos países ricos fosse distribuído igualmente para todos, cada pessoa
poderia consumir as 2.500 calorias (vegetais e animais) de que necessita para
viver com dignidade.
(Jornal Opinião)
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5.
Trajetória histórica
Fazer uma trajetória
histórica é um recurso oportuno para tornar convincente a exemplificação.
Deve-se recorrer a esse argumento quando se tem conhecimento que legitime a
fonte histórica.
Para o vestibulando, é uma oportunidade de provar sua
cultura geral.
Cinema
(...) Para os que
nasceram do início da década de 60 em diante, o termo chanchada sempre andou
junto com outra palavra. O governo ditatorial instaurado em 1964 liquidou o
Cinema Novo – movimento que estava levando os temas sociais para o público
brasileiro – institucionalizando a pornochanchada, comédia urbana que apela
para chulices de mau gosto e que nada tem a ver com os filmes que na década
de 50, levaram verdadeiras multidões aos cinemas.(...)
(Revista Sala de
Aula)
|
Português: do
lírico ao épico
(...) O Português
arcaico, que se dá a conhecer através da literatura trovadoresca, faz parte
ainda do universo medieval. É no século XVI, sob a influência do
Renascimento, que nasce o Português moderno. Sistematizado nas primeiras gramáticas,
pereniza-se na rica literatura do período, que encontra sua expressão máxima
na publicação d’Os Lusíadas, de Camões. Pelos séculos XI, e XII, o acervo da
língua portuguesa não chegava a 5 mil palavras. No século XVI, Camões, só n’
Os Lusíadas, usou em torno de 6 mil palavras. (...)
(Paradidáticos da Ática)
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O equilíbrio
através dos sonhos
(...) Há cerca de um
século, cientistas como Freud, Jung e Adler, entre outros, começaram a
pesquisar o conteúdo dos sonhos, afim de descobrirem como e por que ocorrem ,
qual a origem das imagens que mostram, o significado dos símbolos que abrigam
e, acima de tudo, que papel desempenham na vida do ser humano. (...)
(Elsie Dubugras)
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O papel do negro
O papel do negro
escravo foi decisivo para os começos da história econômica de um país
fundado, como era o caso do Brasil, sob o signo do parasitismo imperialista.
Sem o escravo, a estrutura econômica do país jamais teria existido. O
africano escravizado construiu as fundações da nova sociedade com a flexão e
a quebra de sua espinha dorsal, quando ao mesmo tempo seu trabalho
significava a própria espinha dorsal daquela colônia. Ele plantou, alimentou
e colheu a riqueza material do país para o desfrute exclusivo da aristocracia
branca; tanto nas plantações de cana-de-açucar e café e na mineração, quanto
nas cidades, o africano incorporava as mãos e os pés das classes dirigentes
que não se autodegradavam em ocupações vis como aquelas do trabalho braça. A
nobilitante ocupação das classes dirigentes – os latifundiários, os
comerciantes, os sacerdotes católicos – consistia no exercício da indolência
, no cultivo da ignorância, do preconceito, e na prática da mais licenciosa
luxúria.
(Abdias do Nascimento)
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6.
interrogação
No vestibular, deve-se usar
com parcimônia a argumentação interrogativa. A sucessão de interrogações deve
apresentar questionamento e reflexão.
Se as orações interrogativas expressarem
dúvidas e estas não forem elucidadas na sequência do texto, as interrogações
tornam-se uma argumentação retórica que falseia o raciocínio, escamoteando os
argumentos para o leitor.
A lei do porte de
armas
(...) Será que a nova
capitulação do porte ilegal de armas de fogo como pena mais grave vai coibir
o uso de armas de fogo ou diminuir a violência no país?
O porte ilegal de armas
de fogo já era um ilícito penal e nem por isso as pessoas que usavam armas,
mesmo de forma irregular ou ilegal, deixaram de fazê-lo nem a polícia teve
condições de impedir o uso ilegal de armas.
Será que o cidadão
comum que cumpre com suas obrigações e tem uma arma em casa ou que a
transporta para a sua segurança é o responsável pelo aumento de crimes?
Um ou outro episódio
isolado envolvendo pessoas comuns em crimes não justifica a nova capitulação,
em que a intenção manifesta seria coibir pela via do endurecimento das penas.
(...)
(Renato Gomes Nery)
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Eu desisti do
Brasil
(...) Se o criminoso,
segundo o próprio Judiciário, deve ser beneficiado com uma pena leve, o que
acontecerá com o resto da sociedade? Vamos colocar grades em todas as portas
e janelas? Nos estrincheirarmos dentro de nossas próprias casas? Reduzir a
circulação de pessoas? Nos armarmos até os dentes? Viver numa colônia
penitenciaria, como na ficção kafkiana ? Se a justiça é inócua, as leis
protegem o bandido e a impunidade campeia , a sociedade fica literalmente
jogada às feras. É como se vivêssemos no velho oeste, povoado de ladrões,
bandoleiros e assassinos, mas sem nenhum candidato a xerife. (...)
(Rudy Volkman)
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7.
Definição
Definir ou conceituar um
ideia é uma possibilidade que muitos assuntos permitem, desde que se esteja
seguro de seu conteúdo. Observe que não basta emitir uma ideia-núcleo; é
preciso desdobrá-la ao máximo, elucidando o valor de seu conceito ou definição.
(...) A criatividade
não se limita à pintura, produção literária ou inovações científicas. Abrange
a habilidade em usar o cérebro para alterar, renovar e recombinar aspectos da
vida. Criar implica sentir o mundo com vitalidade e fazer o novo uso do que
se percebeu (...)
(Revista
Planeta)
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Privilegium
A palavra “privilégio”
vem do latim “privilegium” e nela se identificam as raízes “privus” (privado)
e “lex” (lei). A etimologia não
poderia ser mais clara para definir as aposentadorias especiais dos
políticos: legislação em causa própria.
Enquanto um trabalhador
comum vê-se obrigado a contribuir por 35 anos (30 no caso das mulheres) para
depois receber sua aposentadoria, os políticos armaram pelo Brasil afora uma
imensa rede de carteiras de aposentadoria que lhes dão o “direito” de, em
geral com apenas oito anos de
contribuição, ver uma generosa quantia depositada todos os meses em sua
conta.
(“Editorial”. Folha de S. Paulo)
|
(...) A língua é um
conjunto de sinais que exprimem ideias, sistema de ações e meio pelo qual uma
dada sociedade concebe e expressa o mundo que o cerca; é a utilização social
da faculdade da linguagem. Criação da sociedade, não pode ser imutável; ao
contrário, tem de viver em perpétua evolução, paralela à do organismo social
que a criou.(...)
(Celso Cunha)
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8.
refutação
Refutar ideias ou juízos
admitidos consensualmente é um desafio enriquecedor da argumentação. Nesse
procedimento, investe-se contra a normatividade, o stablishment, questionando
valores, conceitos e juízos.
O domínio cabal do assunto e a habilidade
discursiva são determinantes na intenção persuasiva do texto.
Mesmo nos vestibulares, o
candidato pode revelar esse arrojo em sua dissertação, quando a proposta
favorecer a discordância.
Intolerância à
brasileira
(...) Ao contrário do
que contam as vozes oficiais , o Brasil não é um país de tradição liberal,
pacífica, cordial: desde a chegada de Cabral e dos colonizadores a essas
então paradisíacas praias, a nossa história tem sido antes de tudo um mar de
intolerância, de censura, de proibições, de perseguições – e até de morte
para aqueles que não aceitam as regras impostas pela maioria ou por
aqueles que têm representantes no
poder. (...)
(Marco Antônio de Carvalho)
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9.
Comparação
Comparar situações distintas
que têm em comum pontos de semelhança, é
estabelecer uma analogia – recurso
expressivo que pode também gerar imagens metafóricas.
Paranoias
A paixão futebolística
é como a paranoia do ciumento: organiza o mundo de modo a confirmar suas
crenças e suspeitas.
Assim como o ciumento
(vide Dom Casmurro) acha que tudo é indício da traição de sua mulher, o
torcedor fanático vê em qualquer coisa o sinal de uma perseguição ao seu time
ou de favorecimento ao adversário.
(Fragmento
de “Paranoias”, José Geraldo Couto, Folha de S. Paulo, 13/01/2001.)
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Sem terra e sem
nome
O Brasil de Eldorado de
Carajás que os telejornais mostraram e os jornais detalharam é mais parecido
com a Libéria, a Somália e outras nações africanas que se dissolvem na
selvageria das guerras tribais.
Aqui, as tribos em
guerra não declarada não se dividem a partir de linhas étnicas, mas sociais.
De um lado, os
“com-tudo” ou quase tudo. Do outro, os que nem nome têm, na hora da morte,
como não tinham uma vida digna desse nome.”
(Clóvis Rossi)
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10.
Perspectiva
Ao se empreender uma
discussão, pode-se firmar uma perspectiva sobre o assunto, antecipando
eventuais resultados.
Propor uma solução (possibilidade geralmente reservada
para a conclusão) é um artifício argumentativo que exige coerência com o
assunto. Não se deve aventar soluções impraticáveis em relação ao problema
discutido.
A escola do futuro
(...) De qualquer
maneira, torna-se indispensável incorporar as inovações tecnológicas às
instituições de ensino, rompendo com o modelo de escola ritualista e
burocrática. Nesse sentido, deve-se articular a educação formal com os
processos mais velozes de assimilação intelectual que ocorrem através dos
meios de comunicação de massa e da aprendizagem prática decorrente da
inserção precoce dos adolescentes na vida profissional.
A escola do futuro
poderá ser mais eficaz, absorbendo a tecnologia disponível para transmitir
novos conhecimentos e para demonstrar novas formas de aplicação do saber
acumulado. Mas ela só produzirá efeitos se contar com o empenho de
professores autoconfiantes, mais bem treinados para as tarefas de salas de
aula. Trata-se de um desafio a ser enfrentado pelas universidades e pelos
centros de formação pedagógica. (...)
(José Marques de Mello)
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Tecnologia e
humanismo
(...) É necessário,
entretanto, penetrar nos arcanos desse labirinto tecnológico para imaginar as
consequências práticas que poderão advir, quando se tornar possível a
qualquer usuário falar em linguagem corrente com um aparelho, para lhe propor
qualquer questão e ouvir de volta, em sua própria voz, e traduzida para
qualquer idioma, as informações armazenadas nos bancos de dados e as soluções
calculadas pelos recursos da computação. O conhecimento humano, infinitamente
disperso em enésimas fontes, estará universalmente ao dispor de qualquer um,
como um servo cérebro dotado de toda cultura acumulada e do poder das
inteligências mais altas. A disponibilidade desse conhecimento e a utilização
dessa inteligência continuarão, entretanto, a depender da cultura isso é, do
conhecimento e da inteligência de que os utiliza. (...)
(Benedicto Ferri de Barros)
|
11.
causa e consequência
Uma argumentação convincente
e bem fundamentada pode ser obtida por meio das relações de causa e
consequência, em que são apontados os aspectos que causaram o problema
discutido e suas decorrências.
A escola do futuro
(...) Nas últimas
décadas a educação figurou como item inexpressivo nos investimentos públicos.
A remuneração atribuída aos professores da rede estatal deixou de ser
compensadora economicamente, causando a migração dos docentes qualificados
para o exercício de atividades mais rentáveis. A eclosão de greves contínuas
para reivindicar melhorias salariais desgastou e desmotivou o magistério.
O Professor perdeu a autoestima,
razão pela qual decresce a procura de
oportunidades para adquirir competência pedagógica. Os jovens preferem
direcionar-se para carreiras mais bem-sucedidas no mercado e mais bem
valorizadas pela sociedade.(...)
(José Marques de Melo)
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Comprovado:
Criminoso é o Estado
(...) A incompetência
do Estado em administrar os seus presídios, onde, além da superlotação,
reinam a corrupção, tráfico de drogas, promiscuidade, falta de higiene e
condições mínimas para que um condenado
não se esqueça de que é humano, é a causa principal que leva o
criminoso a provocar incêndios, matar seguranças e possíveis companheiros
delatores e ganhar a liberdade ilegal.
(...)
(Mozahir Salomão)
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12.
Bilateralidade
Apontar outro aspecto de uma
discussão é um recurso dialético que permite ao leitor comparar dois lados de
uma questão (bilateralidade).
Dessa forma, a discussão
torna-se bilateral, evitando radicalizar um único ponto de vista. Esse recurso
geralmente é usado quando o tema proposto para dissertação apresenta pontos
favoráveis e desfavoráveis, como, por exemplo, o apelo erótico na propaganda, a
informática nos países subdesenvolvidos, a televisão como meio de cultura etc.
O petróleo
(...) O petróleo é uma
das principais fontes de energia do mundo atual. A sua utilização para o
bem-estar do homem e desenvolvimento da civilização é vasta e diversificada,
sobressaindo aquela que o transforma nas mais diversas formas de energia,
quer luminosa, calorífica, quer motriz, fazendo com que esteja presente no
exercício das mais variadas atividades do elemento humano. Em contrapartida
ele pode ser um dos principais agentes poluidores do meio ambiente. Por isso,
para que a sua utilização seja realmente compensadora para o nosso bem-estar,
necessárias se fazem várias medidas relacionadas com a preservação do
ambiente em que vivemos. (...)
(Revista Petrobras)
|
Jogos de guerra
(...)Bella matribus
detestava...”(as guerras odiadas pelas mães)”. O verso de Horácio descreve de
maneira sutil e sensível os horrores das guerras. Paradoxalmente, porém,
guerras são momentos em que se materializam notáveis avanços científicos que
mais tarde acabam beneficiando toda a humanidade.
As propriedades
antibióticas do Penicillium notatum (penicilina), por exemplo, haviam sido
descobertas em 1928 por sir Alexander Fleming , mas foi só em 1940, na
segunda Guerra, que pesquisadores desenvolveram uma droga injetável e com
valor terapêutico.
Analogamente, foi
graças aos esforços para construir a bomba atômica que o homem passou a
colher melhor e usar a energia nuclear, tanto para geração de energia
elétrica como para a medicina.
Os computadores,
responsáveis pela grande revolução tecnológica das últimas décadas, também só
se concretizam com o esforço de guerra. (...)
(“Editorial”, Folha de S.
Paulo.)
|
13.
evidência
Ao se expor uma
ideia-núcleo, deve-se desenvolvê-la para que o parágrafo encerre um juízo
completo. As evidências que comprovam a ideia podem decorrer de uma
justificativa ou explicação.
(...) O que constitui
problema para os países pobres é a atual divisão internacional do trabalho,
que deixa para os ricos o arbítrio de impor preços para o que adquire nos
países pobres. Não há nada falta de produção de alimentos. (...)
(Jornal
Opinião)
|
Televisão
(...) A influência da
televisão sobre a criança nunca foi tão discutida como hoje. Psicólogos,
pedagogos, educadores e comunicólogos se debruçam sobre o tema e tentam tirar
conclusões. Há um sem-número de
pesquisas que constatam o impacto da tevê sobre o telespectador mirim e a
lista de efeitos negativos supera a dos positivos. Torna as crianças
agressivas, deixa-as obesas, com coordenação motora lenta, leva-as à imitação
e erotização precoce.
(Andréa Vieira)
|
O socialismo
morreu? Viva o socialismo
(...) E quando se fala
em modernidade internacionalizante e de economias abertas, mais se acentua o
caráter perverso do sistema capitalista mundial. Para nós, países
industrializados do Terceiro mundo, o anti-humanidade deste regime é ainda
mais revoltante, pois é dentro de nossas próprias fronteiras que se verifica
esta indigna convivência entre a opulência, resultante da apropriação privada
dos frutos da produção, e a mais terrível degradação social representada, por
exemplo, pela existência de milhões de crianças sem escola, sem alimentos,
sema saúde, sem o mais elementar vestígio de respeito à dignidade da pessoa
humana. (...)
(Domingos Leonelli)
|
14. Oposição
Opor duas ideias numa
argumentação é provar a capacidade de abordar dialeticamente um assunto,
explorando com o mesmo interesse crítico dois polos que sustentam a discussão.
Para chegar a um posicionamento, bastaria mais um parágrafo ou a conclusão,
confirmando ou refutando um dos pontos de vista debatidos.
Mulher: os caminhos
da libertação
(...) É no seio da
família que meninas e meninos recebem uma educação diferenciada. O menino
aprende a ser agressivo, racional, seguro, independente, frio , forte,
corajoso e “polígamo” (pode ter muitas mulheres). Características
identificadas com a masculinidade.
A menina aprende a ser
dócil, emocional, insegura, dependente, frágil, meiga e fiel. Características
símbolo de feminilidade. Muita verdade está embutida numa frase que se tornou
clássica: ” ninguém nasce mulher ou homem, tornam-se mulheres ou homens”.
Um dos primeiros
presentes que a menina ganha é uma boneca. O menino ganha uma bola ou um
caminhão. São as primeiras definições do universo feminino: a casa; do
universo masculino: a rua.
A educação formal nas
escolas, a religião, os meios de comunicação têm reproduzido uma ideologia patriarcal que
atravessa todas as esferas da sociedade e reforça a submissão de nós
mulheres.
É com base nessas
ideias, nessa ideologia machista que se desenvolve a dupla moral, uma moral
para os homens, outra para as mulheres; a violência contra mulheres
(estupros, espancamentos...); o conceito de mulher ideal, bonita de cabeça
oca; o sistema comercial que faz da mulher um objeto e propaganda e um
símbolo sexual.
No mundo do trabalho
encontramos uma divisão clara introduzida pelo sistema capitalista: trabalho “fora
de casa” (produção) e as “tarefas domésticas” (reprodução). (...)
(Isabel Pomar Bonnín)
|
A obra de arte:
critérios a que obedecer
(...) A obra de arte,
fundamentalmente, consiste numa interpretação objetivada duma impressão
subjetiva. Difere, assim, da ciência, que é uma interpretação subjetiva de
uma impressão objetiva. E da filosofia , que é, ou procura ser, uma interpretação
objetivada de uma impressão objetiva.
A ciência procura as
leis particulares das cousa – isto é, aquelas leis que regem os assuntos ou
objetos que pertencem àquele tipo de cousas que se estão observando. A
ciência é uma subjetivação, porque é uma conclusão que se tira de determinado
número de fenômenos. A ciência é uma cousa real e, dentro dos seus limites,
certo, porque é uma subjetivação de uma impressão objetiva, e é assim, um
equilíbrio.(...)
(Fernando Pessoa)
|
16.
Exemplificação
A estratégia argumentativa
que melhor contribui para tornar o texto persuasivo e convincente é a exemplificação,
que ilustra e fundamenta as ideias-núcleo. No primeiro texto, o autor demonstra
um conhecimento peculiar do assunto discutido.
Sem a exemplificação
correspondente a cada ideia-núcleo citada, a argumentação ficaria inócua.
Os venenos da vida
(...) Busca-se,
simplesmente, restabelecer a harmonia entre a produção e o cuidado com a
natureza, de resto , herança e legado que não nos pertence. Enquanto nos
centros maiores prospera essa consciência preservacionista, no interior de
Minas Gerais e do País, depreda-se região sob cerrados, transformando-se
coberturas nativas em carvão para alimentar o parque siderúrgico. Caem os
pequizeiros, as cagaiteiras, as mamas-de-cadelas derrubada por tratores. Firme
e silenciosamente, no entanto , a natureza devolve os maus-tratos. No vale do
Jequitinhonha e em outras regiões, uma lagarta de nome estranho – tryrinteina
arnobia – engole diariamente vários hectares de matas homogêneas,
aproveitando-se do despovoamento de usa antipraga: os passarinhos afugentados
pelo homem. (...)
(Maurício Pessoa )
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Signo e ideologia
(...) Há um enorme
série de exemplos de instrumentos, ou até mesmo produtos de consumo, que perderam
seu sentido inicial para que se transformarem em signos, ou seja, que
passaram a funcionar como veículos de transmissão de ideologias: o pão e o
vinho para os cristãos; a balança da justiça; a maça do pecado; a pomba para
a paz etc. (...)
(Adilson Citelli)
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17.
Cifras e dados
Uma ilustração convincente
num texto dissertativo pode ser obtida por cifras e dados aproximados ou reais.
Numa dissertação para vestibular, deve-se ter a garantia da fonte informativa
(uma pesquisa notória, uma notícia de jornal), citada ainda que
aproximadamente, a fim de que a argumentação não resulte em inferências e elocubrações
infundadas.
A droga movimenta milhões
Os Estados Unidos são
hoje o maior consumidor dessas drogas. Recente estudo do Departamento do
Estado comprovou que na terra do Tio Sam cerca de 2,2 milhões de viciados,
sem falar de milhões de dependentes de drogas comerciais, o que coloca esse aluvião
de gente como potencial mercado para os traficantes.
Daí este quadro impressionante:
só nos Estados Unidos a droga movimenta cerca de U$$100 bilhões por ano. É evidente
que não se irá acabar com o narcotráfico se não puser um paradeiro ao uso da
droga.
(Jornal Opinião)
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A dança dos nomes
Todo mundo conhece a
grandeza dos problemas que a China enfrenta para alimentar, vestir e abrigar
1,3 bilhão de habitantes. A revista The Economist mostra que além das
dificuldades para garantir a oferta de comida, vestuário e habitação, a China
está enfrentando um novo tipo de escassez: a escassez de nomes.
É isso mesmo. Estão
faltando nomes e sobrenomes para atender a enorme demanda chineza nesse campo. Assim é que os cinco sobrenomes
mais comuns – Li, Wang, Zhag, Liu e Chen – são usados por nada mais nada
menos do que 350 milhoes de pessoas. Só os que têm o sobrenome Li chegam a 87
milhões, ou seja, mas da metade da população brasileira.
(Antônio Ermínio de Moraes)
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O universo mais
próximo
A primeira dificuldade
do telescópio, cujos olhos eletrônicos deverão sondar distâncias de até 14
bilhões de anos-luz, próximo ao momento do nascimento do Universo, envolveu
uma antena de transmissão de dados que ficou presa a uma cabo. Sem a antena,
o Hubble, que pode transmitir dados de uma enciclopédia de 30 volumes num
período de 42 minutos , seria pouco mais de uma das milhares de peças, de
parafusos e restos de foguetes e satélites, que formam uma crescente nuvem de
lixo em órbita da terra.
(Ulisses Capozoli)
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18. enumeração
Na enumeração, desenvolve-se
uma série de itens, que podem ou não ter sido apresentados na tese. A sequência
enumerativa deve obedecer a critérios lógicos, como no texto abaixo, em que
escola, literatura e meios de comunicação são apresentados na tese e
desenvolvidos na argumentação, compondo a sequência de um processo.
As funções dos
meios de comunicação
Quatro funções básicas
têm sido convencionalmente atribuídas aos meios de comunicação de massa:
informar, divertir, persuadir e ensinar. A primeira diz respeito à difusão de
notícias, relatos, comentários etc. sobre a realidade, acompanhada, ou não,
de interpretações ou explicações. A segunda função atende à procura de
distração, de evasão, de divertimento, por parte do público. Uma terceira
função é persuadir o indivíduo – convencê-lo a adquirir certo produto, a
votar em certo candidato, a se comportar de acordo com os desejos de um
anunciante. A quarta função – ensinar – é realizada de modo indireto ou
direto, internacional ou não, por meio de material que contribui para a
formação do indivíduo ou para ampliar seu acervo de conhecimentos, planos ,
destrezas etc.
(Samuel Piromm Netto)
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19. o
parágrafo conclusivo
Se na tese temos a apresentação
do assunto, no desenvolvimento a ampliação e a comprovação da tese, na
conclusão cabe o ponto de chegada ou arremate do assunto.
Na conclusão podemos
elaborar uma síntese do conteúdo discutido, sugerir uma perspectiva de solução (caso
a abordagem permita), retomar o posicionamento da tese ou , ainda, combinar
essas possibilidades.
A conclusão pode ser também
fechada, quando recupera a ideia da tese, ou aberta, quando levanta uma
hipótese, projeta um pensamento, uma proposta ou faz uma pergunta retórica,
instigando a reflexão do leitor.
Lembre-se de que a
interrogação no parágrafo conclusivo (bem como ao longo do texto) encontra
ressonância no leitor quando traz implícita a crítica bem-fundamentada, o
comprovado conhecimento e a intenção questionadora.
Caso contrário, as
interrogações constituem um recurso para desviar-se da discussão, repassando-a
ao leitor, o que põe em dúvida a capacidade argumentativa do autor.
20.
retomada da tese
Retomada a tese é reafirmar
um posicionamento, reforçando a ideia central.
Observe, nos modelos, duas teses e o endosso das respectivas
conclusões. Foram omitidos os parágrafos argumentativos para que se possa
perceber a pertinência entre a tese e a conclusão.
Tese
A gíria é um patrimônio
comum, é um instrumento de comunicação que parece imprescindível sobretudo
para a juventude. Até mesmo as gerações que a condenavam acabaram por assimilar
algumas expressões de maior ocorrência. Os marginais contribuem com um
repertório próprio, muitas vezes desconhecido pela população, e os meios de
comunicação asseguram a penetração de elementos inovadores.
Conclusão
Pode-se deduzir que não
há como expurgar do discurso de todos os falantes essa variante de
comunicação, uma vez que os veículos de massa garantem a sua manutenção no
sistema, realimentando o léxico com inovações linguísticas. Assim, não se
deve preterir a norma privilegiada em favor da gíria, e sim equilibrar os
registros de fala adequados a cada contexto social.
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Tese
Revelando desejo,
aflorando lembranças, antecipando acontecimentos e desdobrando os segredos do
inconsciente, os sonhos encerram uma experiência que preenche as horas do
sono, merecendo espaço na sabedoria popular desde a antiguidade.
Conclusão
Hoje sabemos que os
sonhos compensam desejos reprimidos nos desvãos do inconsciente, atuando como
um agente equilibrador do psiquismo. Convivendo
com as crenças populares, com as terminologias científicas, desvelando
resquícios do passado ou canalizando as energias da libido , o sonho é o
regulador do equilíbrio psíquico e um patrimônio de símbolos por estudar.
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21.
Síntese
Elaborar uma síntese
significa enfeixar os enfoques dados ao assunto, de modo a resumir a discussão;
em seguida, levanta-se uma projeção hipotética sobre o problema.
Para rompermos com toda
essa situação de país subdesenvolvido, semicolonial, é preciso compreendermos
que o Brasil não é exterior a nós, mas está em nós, faz parte do nosso corpo
e da nossa alma. O problema da cultura brasileira é um problema nosso, um
problema pessoal. Nossa existência será dependente e inautêntica enquanto for
dependente e inautêntica a existência do País.
(Ronald Corbisier)
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Bons estudo meus amores, com
carinho de sua eterna Prof Dr Master Reikiana Aldry Suzuki bjs
A minha tese do doutorado:
Corpo, corporal está neste link TESE DO DOUTORADO CORPO E CORPOREIDADE.pdf by
AldrySuzuki
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