REDAÇÃO
XVIII
MODELOS
DE DISSERTAÇÃO
ALDRY
SUZUKI AMO VOCÊS!!
1.
A DISSERTAÇÃO ESCOLAR
O aluno do ensino médio, em
especial o vestibulando, costuma elaborar sua dissertação firmando-se no senso
comum, que decorre de raciocínios indutivos e dedutivos, de observações, de
experiências de vida, de intuições, de consensos, dos quais infere juízos e
conclusões.
No senso comum, a
argumentação fundamenta-se em evidências e afirmações destituídas do rigor da pesquisa da comprovação científica. Muitas
vezes o senso comum procede de silogismos que falseiam os argumentos, gerando
falácias e divagações. Por exemplo: num tema que enfoque a violência, um
argumentos, gerando falácias e divagações. Por exemplo: num tema que enfoque a violência, um argumento falacioso,
próprio do senso comum, seria “provar” que os marginais são desempregados
(premissa maior), pois o desemprego vem aumentando nos últimos anos (premissa
menor), e que, portanto, todos os desempregados são marginais (conclusão). Esse
costuma ser o raciocínio pretensamente lógico fundamentos, teorias, informação,
enfim, conhecimento.
Pode-se definir conhecimento
como a habilidade que tem o homem de acumular dados para interpretar o meio que o cerca. Para se
expressar dissertativamente, o indivíduo usa os conhecimentos empíricos,
filosóficos ou científicos.
O saber empírico combina o
senso comum, a apreensão particular do mundo e as aparências que dele inferimos.
Pelo conhecimento filosófico, observamos e intuímos a essência do ser, as
questões subjetivas e ontológicas. Já o científico compreende a análise
comprobatória, apoiada em dados verificáveis.
Se considerarmos como objeto
da ciência a construção de um saber para a melhoria das condições de vida do
homem, deveríamos dominar esse saber para nele fundamentar nossas discussões,
recorrendo às ciências humanas (Sociologia, Psicologia, História, Antropologia,
Linguística etc.), exatas (Matemática, Física, Química, Economia etc.) e
biológias (Farmácia, Veterinária, Medicina, Enfermagem etc.)
Entretanto, do aluno secundarista
não se cobra a profundidade do saber filosófico ou cientíco, pois sua formação
escolar garante apenas noções básicas das principais áreas do conhecimento,
aprendidas no ensino fundamental e
médio, compatíveis com a capacidade de um adolescente.
O que se espera do aluno não
é um acervo mental enciclopédico ou uma cultura essencialmente livresca, mas o
interesse pelas fontes de conhecimento que o mundo lhe oferece, por meio dos
códigos e das ideologias que lhes correspondem: a música, o cinema, o teatro,
as artes plásticas etc.
Mesmo os meios de
comunicação de massa, que muitas vezes contribuem para a diluição da cultura e
a pasteurização da linguagem , podem, em alguns programas seletos
(documentários, debates, jornalismo, inter-pretativo), pôr o aluno em contato
com um manancial de informações.
A escola, por sua vez, oferece
ao aluno um panorama das principais áreas do conhecimento: Química, Física,
Matemática, Geografia, História, Biologia, Educação Física, Língua e
Literatura. Na dissertação escolar costumam ser oportunas as relações que
estabelecemos a partir dessas disciplinas, das leituras que empreendemos
(livros, revistas, jornais) e das experiências que incorporamos no cotidiano.
Assim, o senso comum
logicamente ordenado, as noções das principais áreas do conhecimento, a visão
empírica e as vivências culturais são a garanti de uma fundamentação coerente
para um texto dissertativo.
2.
Receita para um texto dissertativo
Considerando os
procedimentos técnicos estudados nestes capítulos para elaborar uma
dissertação, observe como você pode aproveitá-los na criação de um texto
dissertativo.
Como começar?
Após depreender o tema,
transforme-o numa interrogação. A resposta a essa pergunta desencadeará as
ideias. Reflita sobre o enfoque a ser dado: pense na possibilidade de concordar
com o tema (total ou parcialmente), refutá-lo ou fazer uma oposição de ideias.
Depois dessa reflexão, rascunhe livremente seu texto ou planeje o conteúdo
(sequência de ideias).
Como elaborar ?
Para construir o parágrafo
introdutório, considere as abordagens mais coerentes com o seu conhecimento
sobre o tema – uma citação, uma definição, uma interrogação, uma trajetória
histórica, uma enumeração, uma oposição
etc., podendo combiná-las ou não.
Como discutir?
Qualquer que seja o enfoque,
selecione os argumentos(para endossar , refutar ou fazer oposições). Anote
evidências, situações do cotidiano, fatos históricos; relacione causa e
consequência; pense, enfim, nos exemplos que melhor fundamentam sua discussão.
Opere com o raciocínio indutivo ou o dedutivo ( ou ambos).
Como argumentar?
Observe se cada parágrafo
argumentativo desenvolve adequadamente uma ideia-núcleo (através de evidências,
exemplos, relações de causa e consequência etc.)
Como concluir?
Para concluir, proceda de
forma coerente com a discussão: sintetize o assunto, retome o ponto de vista da
tese ou lance uma perspectiva sobre o
problema.
Etapas
para
Elaborar
uma dissertação
1)Ler atentamente o tema e refletir sobre o assunto de que trata.
2)Fazer um esboço mental do encadeamento que se pretende dar às
ideias.
3)Elaborar o rascunho, evitando desviar-se do ponto de vista
assumido.
4)Direcionar o texto para a conclusão desejada.
5)Ler o texto, submentendo-o a uma avaliação crítica.
6)Passá-lo a limpo, observando as regras gramaticais.
7)Dar o título à redação, adequando-o ao seu texto.
Orientação
para
Elaborar
um dissertação
#Seu texto deve apresentar
tese, desenvolvimento (exposição/argumentação) e conclusão.
#Não se inclua na redação,
não cite fatos de sua vida particular, nem utilize o texto com fins
doutrinários. Redija na terceira pessoa do singular ou do plural, ou ainda
na primeira pessoa do plural.
#Seu texto pode ser
expositivo ou argumentativo (ou ainda expositivo e argumentativo). As
ideias-núcleo devem ser bem desenvolvidas, bem fundamentadas. Evite que seu
texto expositivo ou argumentativo seja uma sequência de afirmações vagas, sem
justificativa, evidências ou exemplificação.
#Atente para as expressões
vagas ou significado amplo e sua adequada contextualização. Ex. conceitos como “certo” . “errado”. “democracia”, “justiça”,
“liberdade”, “felicidade”, etc.
#Evite expressões como “belo”, “bom”, “mau”, “incrível “. “péssimo”,
“triste”, “pobre”, “rico” etc.; são juízos de valor sem carga
informativa, imprecisos e subjetivos.
#Fuja do lugar-comum, frases
feitas e expressões cristalizadas: “a pureza
das crianças” , “a sabedoria dos velhos”. A palavra “coisa”,
gírias e vícios de linguagem oral devem ser evitados, bem como o uso de “etc.”
e as abreviações.
#Não se usam entre aspas
palavras estrangeiras sem correspondência na língua portuguesa: hippie, status,
dark, punk, laser, chips etc.
#Não construa frases
embromatórias. Verifique se as palavras empregadas são fundamentais e
informativas.
#Observe se não há repetição
de ideias, falta de clareza, construções sem nexo (conjunções mal empregadas),
falta de concatenação de ideias nas frases e nos parágrafos entre si, divagação
ou fuga ao tema proposto.
#Caso você tenha feito uma
pergunta na tese ou no corpo do texto, certifique-se de que a argumentação
responde à pergunta. Se você eventualmente encerrar o texto com uma
interrogação, esta pode estar corretamente empregada desde que a argumentação
responda à questão.
#Verifique se os argumentos
são convincentes e se baseiam em fatos notórios ou históricos, conhecimentos geográficos, cifras
aproximadas, pesquisas e informações adquiridas por meio de leituras e fontes
culturais diversas.
#Se considerarmos que a
redação apresenta entre 25 e 30 linhas, cada parágrafo pode ser desenvolvido
entre 3 a 6 linhas. Você pode ser flexível nesse número, em razão do tamanho da
letra ou da continuidade de raciocínio elaborado. Tome cuidado no seu texto com
os parágrafos prolixos ou muito curtos, bem como com os períodos muito
fragmentados, que resultam numa construção primária.
3.
Exemplos de textos
Dissertativos
de alunos
Reunimos
algumas redações de alunos do terceiro ano e Curso como modelos de dissertação
que evidenciam habilidade discursiva,
organização de ideias, precisão argumentativa e reflexão questionadora.
Esta coletânea visa estimular o futuro
vestibulando, apresentando-lhe trabalhos elaborados por alunos, aplicando-se na
tarefa de aperfeiçoamento, redacional. Assim, aprecie a diversidade de
abordagens, a clareza da linguagem, a fundamentação convincente, a profundidade
reflexiva, a coerência estrutural.
Verdadeiro dilema
São sete horas da
manhã. O despertador toca e avisa que
é o momento de partida. Milhões de pessoas saem em direção ao trabalho e já
colocam o celular para funcionar. No meio do caminho , assistem à televisão,
escutam o rádio, olham para o BIP. Ligam o computador e impõem maior
agilidade ao fax. Conversam por e-mail e com a secretária eletrônica. Voltam
às suas casas e apertam o próprio controle remoto. Dormem e já estão prontas
para o próximo dia.
O avanço tecnológico
baseado nos ideais da Revolução Industrial trouxe ao homem significativos
progressos. A noção de liberdade e de comodidade passou a frequentar os lares
de todo o mundo, o que acarretou o surgimento de uma ideologia apoiada no uso
contínuo de produtos industrializados. No entanto, atualmente, o próprio
homem tem percebido que esse uso tem ocasionado profundas mudanças na
sociedade em que vive.
A substituição do mundo
real pelo virtual é um exemplo típico dessa nova Era. As pessoas se acostumam
a conviver com o progresso da máquina: além de facilitar a rotina árdua do
trabalho, também passou a influenciar nos sentimentos e preocupações do
homem, comprovando o quanto a dependência da tecnologia tem alcançado níveis
extremos nos últimos tempos.
No entanto, a mesma
tecnologia está trazendo problemas intensos. A “tecnostress”, como é chamada
a tensão ocasionada pelo excesso de tecnologia, simboliza a proliferação
desse mal por todo o planeta. As pessoas se esquecem de conviver entre si e
passaram a relacionar-se com máquinas. Fim-de-semana para diversão? Churrasco
com os amigos? Essas expressões desapareceram do vocabulário cotidiano. O que
impera é o controle do computador, do celular , do BIP, da secretária
eletrônica...
Portanto, é visível o
quanto a tecnologia vem acarretando mudanças no modo de vida da população. A
fim de evitar um avanço negativo, é necessário que haja um melhor
entendimento das reais funções que a máquina pode desempenhar na evolução do
ser humano. Afinal, quem dirige a locomotiva do mundo, máquina ou homem?
(Aluno
Mathias da Silveira T.Xavier)
|
Vencer para oprimir
Criada em 1948, a
Declaração Universal dos Direitos Humanos tem por princípios igualar a
condição social dos homens no mundo, formando um amálgama societário. Porém,
sua aplicação, aos olhos mais atentos, não passa de mera campanha burocrática.
Desde o seu surgimento,
essa declaração é citada por todo chefe político como forma de humanizar as relações
entre os povos, mas as nações desprovidas de suporte financeiro apenas a
conhecem de nome. Não há aplicação prática desses direitos em continentes
como África, Ásia, América Latina, onde a fome, o desemprego, as pestes, a
escravidão, o trabalho infantil, desenvolvem-se de forma assustadora.
Todos esses
acontecimentos, por vezes, são omitidos ou ignorados pela ONU – Órgão criado
no pós-guerra pelas nações vencedoras, com o intuito de minimizar diferenças
sociais – que deveria gerir a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Uma
equação conivente com a necessidade que têm os países prósperos de
aproveitar-se da miséria vizinha aumentando, dessa forma, seus lucros em
detrimento de populações miseráveis.
Resta às nações
flageladas o único direito garantido ao oprimido: o de assistir à história criada
e contada pela ótica do vencedor ou opressor do momento.
(Aluno Áriston Moraes)
|
A nova face da criminalidade juvenil
O estigma do
delinquente jovem sempre foi a pobreza, a cor negra e o pouco estudo. Apesar
de nada justificar a escolha desse caminho, era possível compreender a
realidade em que essas crianças e adolescentes viviam e as razões que os
impulsionavam ao crime. Contudo, ocorre atualmente um fenômeno que tem causas
do bem mais profundas. Os jovens de
classe média têm aumentado sua frequência nos noticiários policiais. Os
motivos que os atraem ao mundo do crime são totalmente diversos dos do
primeiro grupo. No caso dos meninos com boa educação e situação financeira
estável, pesam principalmente três fatores: crise familiar, educação
permissiva e consumismo desenfreado.
Os pilares
sustentadores da família enfraqueceram-se e o que se vê é o aumento do número
de divórcios, pais drogados, alcoólatras e omissos quanto à educação dos
filhos. Dessa forma, as crianças perderam seu referencial de conduta e
passaram a crescer sem valores mais sólidos.
Quando o problema não
se encontra na estrutura familiar, pode ser detectado no tipo de educação
muito severa, repleta de proibições e sem diálogo, veem em seus filhos a
saída para suas frustrações. O resultado é uma educação permissiva e sem
castigos. Certos da impunidade, os adolescentes, que naturalmente têm postura
semidivina, extrapolam seus limites, aderindo ao uso de drogas e à alta
velocidade para sentirem-se aceitos pelo grupo a que pertencem.
A Cultura consumista do
capitalismo, unida à cultura televisiva, constrói a imagem do jovem ideal:
rico, bonito, magro e coberto com roupas de marca da cabeça aos pés. O jovem
intelectual, ao contrário, passa a ser encarado como “nerd” , sendo marginalizado pela sociedade na qual vive. O “ter” superou o “ser” e contribui para que o adolescente faça qualquer coisa para ter
status.
Assim, é possível
compreender que os motivos que impulsionaram os jovens de classe média ao
crime são mais complexos quando comparados aos que levaram os jovens pobres à
delinquência, já que gravitam em torno de questões mais profundas como
educação e valores morais. Tornam-se necessárias, por isso, mudanças
familiares, educacionais e sociais. Caso esses princípios não sejam revistos
e modificados com o intuito de formar cidadãos íntegros, mais e mais
adolescentes interromperão seus estudos e se isolarão da família e de antigos
amigos para adentrarem o mundo das drogas, do tráfico, do roubo, do sequestro
e do homicídio. É preciso aproveitar a pulsação juvenil para realizações que
contribuirão para o crescimento do país, não mais permitindo que crianças e
adolescentes sejam recrutados pelo exército do crime.
(Aluna Mariana Esmeraldo Fernandes Santos)
|
Felicidade
instantânea
Com o advento da
Internet, um fenômeno novo vem ocorrendo. Muitos sociólogos e psicólogos têm
estudado este comportamento que encontra na rede mundial o seu meio de
propagação, mas que é reflexo da cultura e não fato isolado.
A cada dia, mais e mais
pessoas relacionam-se pelo computador, contudo, relacionamentos impessoais
não são exclusividade dos teclados. A juventude tenta, com relacionamentos instantâneos,
enxertar o espaço gerado por sua carência afetiva, uma ilusão de
preenchimento sentimental, expondo-se muitas vezes a situações desapontadoras
e até constrangedoras.
No contexto das grandes
cidades é que mais existe inclinação para esse comportamento individualista,
e explicações para isso estão numa
sociedade a cada dia mais competitiva, em que a cultura de fraternidade,
muito comum nas cidades pequenas, onde a vizinhança se conhece e onde
vínculos afetivos se formam, foi substituída pela cultura do interesse e da hipocrisia daqueles que se digladiam por
um posto melhor no emprego, por um salário maior, fazendo imperar a
ostentação e muitas vezes esquecendo os valores humanitários.
Nesse cenário, em que
as pessoas estão cada vez menos dispostas a relacionamentos estáveis, é que
os “namorados virtuais” surgem como grande solução para muitos que renunciam
a sua vida pessoal e se dedicam exclusivamente ao trabalho.
Entretanto, não é em
relacionamentos momentâneos que reside a solução para uma vida vazia de significação, pois estar
solitário não significa estar desacompanhado. Na realidade, o que hoje
impera é o uso do subterfúgio de uma
relação desimpedida e livre, que mascara a dificuldade de se abrir, quebrando
a barreira da impessoalidade para se aprofundar em um relacionamento que pode ser mais complicado, trabalhoso e amedrontador,
mas sem dúvida é mais recompensador.
(
Gabriel Saad K. Buschinelli)
|
Livros desprezados
Grave problema presente
no Brasil é o baixo nível cultural da população devido à falta de leitura de
boa qualidade. Segundo o Pisa (Programa Internacional de Avaliação de
Alunos), que verifica a capacidade de leitura do jovem, dentre os 32 países
envolvidos na pesquisa de 2001, o nosso ficou com a última colocação.
Um dos fatores que
provocam a falta de domínio da leitura
na avaliação brasileira é a escassez de livrarias: apenas uma para cada 84,4
mil habitantes. Porém, essa não é a única razão: o brasileiro prefere ler
futilidades que pouco ou nada acrescentam ao seu intelecto a se dedicar aos
grandes nomes de literatura.
Os políticos tentam
suavizar a situação do semi-analfabetismo gerada pela falta de leitura com o discurso de que é
perfeitamente normal que algumas pessoas alcancem o final do ensino médio sem saber expressar
suas ideias por meio da escrita. Obviamente, é “perfeitamente normal”, visto
que o sistema de repetência foi indevidamente abolido nas escolas públicas.
É imprescindível que a
leitura no Brasil seja estimulada desde a infância e que o sistema de ensino
sofra uma revisão. Nossa nação não pode aspirar ao desenvolvimento tendo tão
deficiente capital humano.
(Aluno
Alexandre Budu)
|
A sociedade humana
Desde os primórdios da
existência humana, é possível identificar períodos definidos que regem uma
época, em que todos os indivíduos buscam adequar-se a padrões preestabelecidos. No decorrer da história,
porém, é fácil enxergar a ruptura de dogmas responsáveis pela organização do
modo de vida, levando assim a uma mudança dos padrões culturais, sociais e
econômicos.
A igreja, por exemplo,
exerceu sua supremacia no mundo medieval, sendo ela detentora dos poderes
político e espiritual; ao povo e à nobreza cabia a aceitação das normas
estabelecidas, pois acreditavam estar submetidos a um momento histórico, sem
poder muda-lo. Entretanto, homens como Lutero contestaram leis, quebraram
regras e reconstruíram a época em que viviam.
Acreditar que somos
capazes de mudar qualquer aspecto de nossa vida é talvez o primeiro passo
para conquistarmos um futuro com o qual concordemos. No entanto, é preciso
conhecer nossas limitações e aceita-las, a fim de que não tenhamos o coração
amargurado por frustações.
Em suma, mudar é preciso,
faz parte da natureza humana. Admitir que existem limitações é uma
necessidade. Acreditar ser capaz de realizações significativas é primordial.
Vale lembrar que Galileu, Galilei, Leonardo da Vinci, Nicolau Copérnico,
considerados loucos por seus contemporâneos, foram incapazes de mudar sua
época, mas capazes de revolucionar o mundo.
(Aluna Cristiana
Conceição da Silva)
|
Império da Beleza
É intrínseco ao ser
humano apreciar o belo que, mesmo antes da antiguidade até os dias atuais, é
objeto de inspiração para poetas, músicos, pintores e tantos outros que se
manifestam artisticamente.
Mas é preciso
considerar que o conceito de beleza é mutante e, nos dias atuais, volátil.
Com o desenvolvimento
da tecnologia de cosméticos e de cirurgias plásticas, os produtos e serviços
oferecidos crescem a cada dia e seduzem principalmente as mulheres. Estas
procuram o que os comerciais, revistas, passarelas e outros meios vendem e,
diante da variedade e rapidez dos lançamentos, muitos passam suas vidas em
constante esforço para atingir seu ideal, ou melhor, um modelo preexistente
de beleza representado por modelos e atrizes.
Algumas delas declaram
a quantia vultosa (até quinze mil reais) que gastam por mês com os mais
diversos rituais de beleza, desde
cremes até aplicação de botox e cirurgias plásticas. É a beleza
ostentatória que mantém o mercado sem
recessão, contrário de outros setores da economia nacional. Afinal, qual
mulher não se deixa seduzir pelas promessa da publicidade, principalmente a
dos cosméticos, que oferece a fórmula para retardar o tempo? Todos
querem o elixir da vida jovem e bela e
se ele não vem em pote, vem pelas mãos que seguram um bisturi.
A supervalorização do
físico tem evidências por toda parte. Basta, por exemplo, notar o número de
revistas dedicadas ao assunto ou ir a uma drogaria verificar que ela já se
adaptou ao mercado e oferece não só remédios, mas também uma grande variedade
de produtos de beleza.
O que, porém, pouco se
discute é a razão dessa futilidade que envolve a incansável busca por enquadrar-se
no pressuposto padrão de beleza.
Em um tempo em que tudo
é rápido, instantâneo, realmente a primeira impressão pode ser a que conta. O
aspecto físico é o “carão de visitas” e torna-se determinante até mesmo na
escolha por um profissional, deixando em segundo plano a capacidade
intelectual.
Na escolha de um
companheiro ou companheira a aparência sobrepõe-se a outras qualidades que
são indispensáveis a qualquer relacionamento, como respeito e boa convivência
que deixam ambos felizes e satisfeitos. A pessoa ideal é aquela que mais se
aproxima do tido como belo.
Ou seja, para ser
bem-sucedido na vida e ser feliz, a beleza é fundamental; e como é típico do
ser humano a busca pela felicidade,
ele luta incansavelmente para tornar-se apto ao sistema.
Assim, fica claro que a
busca por beleza é antes menos uma realização(necessidade?) pessoal do que
uma imposição da sociedade, principalmente a de consumo, que define de
maneira despótica e cruel o que é belo e exclui aqueles que não se encaixam
no perfil. É a criação de novos “apartheids” vazios de sensibilidade e que
descartam a natural subjetividade da beleza.
(Aluna Carolina
Ribeiro B. de Souza)
|
Autodestruição
Há tempos a questão da
preservação do meio ambiente entrou no dia-a-dia das discussões do mundo
inteiro. O excesso de poluição emitida pelas indústrias e automóveis e a
devastação das florestas são as principais causas do efeito estufa e
finalmente se tornaram motivo de preocupação. Contudo, até agora, os resultados
pró-natureza são insignificantes perto dos prejuízos causados a ela.
Essa diferença tem
razões econômicas. Não é simples nem vantajoso uma fábrica que emite grande
quantidade de poluentes comprar equipamentos que amenizam tal emissão. O
mesmo acontece com os automóveis, grandes vilões do ar nas cidades. Segundo
reportagens, carros e ônibus velhos poluem quarenta vezes mais do que os
novos, e não é por falta de vontade que os donos não os trocam, e sim por
falta de dinheiro. Concluímos, então, que o mundo capitalista inviabiliza um
acordo com o meio ambiente e, enquanto isso , o planeta adoece.
Outro problema é a
falta de informação e educação ambiental. Muitas pessoas ainda desconhecem os
malefícios do efeito estufa, como, por exemplo, o aumento de temperatura e,
como consequência, a intensificação das secas. Esse desconhecimento somado ao
egoísmo e descaso humano trazem-nos uma visão de futuro pessimista. Das
poucas pessoas cientes desse problema, muitas não o levam a sério e não
tentam mudar suas atitudes buscando uma solução. Enquanto os efeitos dos
nossos atos não atingirem proporções mais danosas, permaneceremos acomodados
com a situação, deixando para nossas futuras gerações o dever de “consertar”
o meio ambiente.
A triste conclusão a
que chegamos é a de que a prudência e
o bom senso do ser humano não são mais
fortes que sua ambição e egoísmo. Estamos destinados a morrer no planeta que matamos.
(Aluna
Mariana Yamamoto Martins)
|
Cem anos de
República
Desde a proclamação da
República até hoje, passamos por uma sequência de golpes militares e fraudes
eleitorais, com pequenos momentos de democracia. Após vinte e um anos de
ditadura que nos empurraram para o abismo, criando politiqueiros e exploradores
do povo, é que tivemos a oportunidade de eleger o “nosso” presidente.
A república surgiu
torta, malfeita, beneficiando a casta dominante, num maldado golpe militar. Durante
um século de ditadura, direta ou indireta, os governantes exploraram e
torturaram seus governados, cassando nossos direitos políticos e de liberdade
de expressão. Com sucessivos Atos institucionais, a ditadura militar impôs o
medo à população. Para não correrem mais riscos de levantes esquerditas,
tornaram ilegal o PCB e autorizaram a criação de apenas dois partidos: ARENA
e MDB. Silenciaram a imprensa.
Dezenove anos após o
golpe militar, consagrou-se a maior manifestação popular brasileira, quando
clamávamos por eleições diretas para presidente, num instinto de liberdade
que explodiu, mas ainda ficou sufocado por mais seis anos.
Em 1989, 29 anos após a
última eleição presidencial, o país respira política. Depois de muita
discussão, brigas partidárias, debates substancialmente proveitosos, é que
conseguimos eleger, por voto direto, o governante desejado pela maioria da
população.
O Brasil está
consciente de que uma mudança é necessária. A elite já não e tão dominante e
o povo, cansado de injustiças, vai provar que é ele quem manda. A partir de
15 de março de 1990 o Brasil enterrou definitivamente a mancha ditatorial de
seu passado e parte rumo ao tão esperado progresso.
(Aluno Henrique Houoruski)
|
O papel da
tecnologia
A informática está
presente em todas as atividades desenvolvidas pelo homem. A informatização
visa à economia de recursos e de tempo. É uma ferramenta imprescindível que
deve ser bem aproveitada.
O uso da computação
permite o armazenamento e a
manipulação de uma quantidade enorme de dados. Assim, as informações
podem ser transmitidas com maior rapidez, permitindo maior agilidade na tomada
de decisões e diminuindo a margem de erro.
Na indústria, a automação
propicia o aumento da produtividade e a diminuição dos desperdícios. Os robôs
substituem ,com sucesso o homem em algumas atividades insalubres ou que
exigem grande precisão.
Porém, a presença
intensiva da lata tecnologia tem trazido alguns problemas, tais como: a
radicalização da competição dentro do mercado e o desemprego devido à
aplicação irresponsável da automação. Esses fatos depõem contra os benefícios
propiciados pela informática.
Deve-se notar que o
convívio do homem comum com a te alta tecnologia ainda é problemático. A
humanidade encontra-se ainda num processo de aprendizado em busca do domínio
das conquistas tecnológicas de forma a anular os aspectos negativos do progresso.
(Aluno
Olavo Ossamu Inowe)
|
E a bola continua a
rolar...
A opinião geral a
respeito do futebol brasileiro parece confirmar que os craques nacionais têm
algo no sangue que lhes dá a competência tão cobiçada por times estrangeiros.
Sabe-se, por um lado,
que a competência esportiva não é dádiva da natureza, mas sim furto de muita
dedicação. Não são os glóbulos
vermelhos, porém os treinos constantes que constroem o bom esportista.
Por outro lado, os
grandes jogadores de futebol deste país provêm de classes sociais
financeiramente desfavoráveis e, desse modo, não têm acesso às academia e
clubes. O que lhes explica o destaque profissional é que , sendo o futebol um
jogo de astúcia e esperteza, muito mais do que um conjunto de técnicas, sua
melhor escola é o espaço da malandragem: a rua, onde todos se iniciaram.
Matéria-prima não falta:
lata de cerveja, saco de lixo, gato vira-lata, bolota de jornal amarrada;
tudo vira bola para o campo de terra improvisado num pedaço de rua, onde
calejam pés e ralam os joelhos, num samba esquisito, que mostra toda uma
ginga de quadris num emaranhado de pernas.
Assim, se diversos
pratos culinários, hoje tão apreciados no Brasil, são resultado da fome do
negro escravo trabalhada com os restos do alimento do senhor branco,
igualmente o bom futebol brasileiro , não menos apreciado, advém, em última
análise, da fome de lazer do garoto de rua, trabalhada com a sucata que
provém da sociedade
(Aluno Elcio Valente Guimarães)
|
Distorções
recrimináveis
A prioridade do governo
deveria ser dada à questão fundamental, que é a reforma agrária. Sem ela, o
país torna-se cada vez mais deficiente, havendo uma desestruturação entre os
setores da economia e da sociedade.
O problema agrário no
Brasil é arcaico, verificando-se desde o período colonial um crescente
aumento de propriedades (inicialmente sesmarias) nas mãos de um pequeno
número de privilegiado por créditos concedidos pela metrópole.
A partir daí, forma
inúmeras as crises causadas pela má distribuição de terras. Leis e
instituições, foram criadas com a finalidade de diminuir a concentração de
terras. Porém, a maior parte dos países da América Latina possui áreas
totalmente inexploradas que se encontram em mãos dos grandes latifundiários,
os quais se recusam a distribuí-las para que possam ser utilizadas de forma
útil e produtiva.
Apesar de a pequena
propriedade ter importância vital na economia, pois é ela que faz frente à
produção de alimentos, visto que no latifúndio predominam áreas ocupadas pela
pecuária ou simplesmente inexploradas, recebe um crédito oficial mínimo. Há
uma grande proliferação dos latifúndios em oposição à queda rápida dos
minifúndios como decorrência de endividamentos e especulações.
Com a venda das terras,
os chamados “sem-terra” transformam-se em míseros boias-frias ou migram para
as cidades, tornando-se favelados e constituindo um novo problema para a
sociedade.
É evidente que os
planos sobre reforma agrária estão longe de se concretizar. A ineficiência do
INCRA provou que o Brasil está longe de conquistar uma reforma como a da
China ou da URSS.
Vários setores deveriam
ser questionados e mudados através de uma política firme e justa, para que
ninguém saísse prejudicado. Dizer que o minifúndio é inviável significa dizer
que o país está sendo administrado por excessiva repressão e dominação total dos
poderosos sobre os oprimidos.
(Aluna Cristiane Simioni)
|
Quando o fim é
progredir
Há milhares de anos o universo existia em
harmonia. Os ciclos de escuridão e luz se alternavam periodicamente. As
estrelas nasciam, brilhavam e explodiam. Sempre o mesmo ciclo. Harmonia.
Tranquilidade. A luz fez um planeta fértil. Plantas surgiram. A harmonia continuou. Animais surgiram.
Sucederam as eras geológicas. Surgiu, então, o homem. O homem não se contentou com os
ciclos naturais. Construiu ferramentas e com estas ergueu cidades, afastando-se
até da memória dos campos, da vida simples e natural. A harmonia se despedaçou.
Ao homem foi dado o domínio da tecnologia, mas
ele a usou para a destruição. Foi dada também a conquista do meio, mas ele o
converteu em sua própria prisão. As florestas foram arrasadas. A atmosfera
foi poluída. Enfim, a Terra criou o homem e foi destruída por sua criação.
Os mais sábios tentaram impedir o progresso,
mas o lucro do momento fechou os ouvidos do homem. A avalanche continuou. A cada
um competiu para transformar uma parte maior do todo. Ignoraram completamente
o ciclo natural. Materialismo passou a ser o novo indicador.
O progresso abalou o homem até onde a ambição
alcança. Ele cada vez sabe mais, consegue mais e constrói mais. Só que não
percebe, em sua escalada, a possibilidade da queda. Quando ele se der conta
dos abusos que comete, será tarde demais para voltar.
(Aluna Sandra H. Gordon)
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S.O.S consciência brasileira
É difícil compreender como nações, que também
possuíram vegetação original nos seus territórios e a destruíram, queiram
agora, com os lucros advindos dessa exploração e com o consequente poder
adquirido por meio do capital gerado, oferecer proteção às nossas matas.
Na Europa e nos Estados Unidos existem vários
rios mortos pela devastação e pelo desrespeito ao meio ambiente. As porções
florestais nesses ditos países desenvolvidos, dotados de uma cultura superior,
praticamente inexistem. É fácil para eles demonstrar eficiência no
patrulhamento dos parque, no controle de incêndios em grandes proporções,
posto que os recursos disponíveis são mais que suficientes para o treinamento
e o equipamento da polícia florestal.
A Europa e os Estados Unidos são os maiores
compradores de madeira-de-lei(em toras) do Brasil, madeira esta extraída da
Selva Amozônica e conduzida até os afluentes maiores, onde é recolhida por
embarcações estrangeiras , sendo levada para fora do país com o consentimento
ilícito das autoridades brasileiras.
O desmatamento deve ser discutido muito mais como
questão moral e política do que por
razões ecológicas, já que os maiores devastadores da floresta são os projetos
de exploração mineral e de represamento de águas que fornecem energia para
complexos no centro da mata. Rios s]ao destruídos quimicamente, quilômetros
quadrados de floresta são inundados sem o menor estudo ecológico, nem
avaliação dos danos à natureza.
Depois desse dados, fica mais difícil ainda
compreender como as nações que financiam os maiores projetos de
devastação queiram oferecer proteção
àquilo que eles indiretamente destroem.
Faz-se necessária uma conscientização nacional
para o maior perigo e o maior
destruidor, que é o capital estrangeiro. Só com um trabalho conjunto do povo
brasileiro e do capital nacional é que
a Amazônia será preservada.
(Aluno Mário Cassio Vieira Marques Maurício)
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Sapatinho de jornal
A imagem do garotinho de rua batendo no vidro
do carro para pedir um trocado é muito conhecida de todos nós.
Não é raro olharmos para eles e sentirmos-nos
incomodados – Como podem importunar assim? Pivetes mal-educados! Quandovemos –
ou somos vítimas – um assalto praticado por eles, surgem indignações – Como Têm
coragem de assaltar um trabalhador, um homem de bem? Bandidos!
O fato é que julgamos essas crianças utilizando
os mesmos critérios que usamos para julgar crianças educadas em escola, com
comida na mesa, beijos de boa-noite;
ou seja , queremos que elas saibam quando estão sendo incômodas, que falar
palavrão é feio e assaltar é pecado. Negligenciamos o fato de que essas
crianças nunca estiveram na escola, desconhecem o significado de ser bem
tratado ou de ganhar presentes de Natal.
Elas sentem que não são benquistas, sentem-se
só , desejam vingança, matam. Não
sabem discernir entre o bom e o mau homem, por isso não se constrangem ao
assaltar turistas estrangeiros e, assim,
“sujar”a imagem do Brasil
no Exterior.
Elas não estaõ fazendo mais do que se vingar da
nossa omissão em relação a elas, o que também é uma forma de violência.
Deixamos a responsabilidade pela miséria
infantil a cargo do governo, e
camuflamos nossa indiferença contribuindo com megacampanhas beneficentes de
fim de ano – só de fim de ano.
Temos de aceitar que essas crianças são nossas
e continuarão bem perto de nós, todos os dias. De nada adianta fechar-lhes o
vidro do carro: elas baterão com mais força. A melhor seria deixar de trata-las
como marginais, para que assim, elas deixem de ser marginais.
(Aluna Melissa
Muniz Freire)
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Pichação: arte ou
deboche?
A pichação tornou-se um elo entre o público e
os emissores anônimos.
Por serem os muros semelhantes a gigantescas
cartolinas, ou a telas de cinema, as pessoas veem neles panos de fundo ideais
para deixarem suas mensagens.
Muitas vezes, uma pichação pode ser encarada
como uma obra de arte, afinal ambas têm papéis semelhantes: criticar, sensibilizar,
pregar uma ideologia, defender uma causa ou propor novos valores.
Entretanto, a pichação pode ser usada como uma
arma de deboche e agressividade, já que os pichadores veem no fato de sujarem
os muros e monumentos, com suas frases, um modo para expressarem sua
rebeldia.
Tendo ou não uma função social, as pichações são um
retrato do momento em que foram feitas, pois mostram os anseios, as atitudes,
as necessidades e as virtudes da sociedade a que pertencem.
(Aluna
Maria Claúdia Nami Cruz)
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1-
TEMA PROPOSTO
Todos os
homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e
consciência e devem agir em relação aos outros com espírito de fraternidade.
(Art. Primeiro da Declaração Universal dos Direitos
Humanos – ONU)
Irmãos, cantai esse mundo
Que não verei, mas virá
Um dia, dentro em mil anos,
Talvez mais... não tenha pressa.
Um mundo enfim ordenado,
Uma pátria sem fronteiras,
Sem leis e regulamentos,
Uma terra sem bandeiras,
Sem igrejas nem quartéis,
Sem dor, sem febre, sem ouro,
Um jeito só de viver (...)
(Carlos Drummond de Andrade )
Torna-me humano, ó noite, torna-me fraterno e solícito.
Só humanitariamente é que se pode viver.
Só amando os homens, as ações, a banalidade dos
trabalhos,
Só assim – ai de mim! – ,só assim se pode
viver.
( Fernando Pessoa )
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Uma utopia da
utopia
Muitas vezes, perante conjunturas
sociopolítico-econômicas adversas, a tão propalada racionalidade humana perde
seu sentido e dá lugar à imaginação. Diante da total incapacidade de reversão de uma situação sociopolítica,
o ser humano desenvolveu a habilidade de sonhar e fantasiar uma nova
realidade; através disso consegue projetar suas expectativas e anseios. A partir
desses devaneios surgem as chamadas utopias sociais que visam promover formas
alternativas de desenvolvimento social.
A História nos revela uma sucessão infindável de
utopias sócias e de utopistas: Platão,
que propôs uma sociedade governada por intelectuais; Santo Agostinho, que me seu livro A cidade de Deus propôs um modelo
de sociedade teocrática; Thomas Morus,
que faria críticas à sociedade Inglesa do século XVI com seu livro Utopia e
acabaria sendo condenado à morte por tal ato. Até a própria Revolução
Francesa revela sua faceta utópica ao propor a igualdade e a fraternidade
entre os homens.
A dura e aparentemente inexorável realidade
leva os chamados utopistas a se deslocarem do real ao imaginário. No mundo
das ideias e das palavras tudo pode ser resolvido, pois tudo é possível:
os mais graves problemas encontram suas
soluções, as mais graves crises deixam de existir; lá impera a harmonia e o equilíbrio,
tudo funciona cmo um relógio suíço. A rudeza da realidade é substituída, nos
escritos dos utopistas, pelas sutilezas do discurso teórico-filosófico,
quando tudo se resolve num duelo de palavras e ideias.
Apesar de não possuírem um sentido claro e
realista em suas propostas, as utopias conseguem expressar a insatisfação ou
a indignação dos setores intelectualizados e sonhadores de uma sociedade.
(Aluno Gustavo Pereira )
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2-Tema proposto
A partir
do 16 anos, os jovens poderão votar, segundo a nova Constituição. O limite
etário é muito precoce, dizem muitos. Mas precoce também é o envolvimento dos
jovens brasileiros numa realidade pesada até para os mais velhos.
Dizem que
os jovens são alienados e ignorantes da discussão ideológica, diferentemente da
juventude dos anos 60. (...) Ilusão é pensar que o jovem não está interessado
em assuntos de temática política. Aos 16 anos, se não estiver interessado em
assuntos de temática política. Aos 16 anos , se não estiver trabalho. Vive as
expectativas de uma economia infeliz.
Nessa
idade, se não estiver no exercício de sua sexualidade, vive os desejos
represados pela moral ou por uma falta de história amorosa que espera
acontecer. E vive o medo sinistro da Aids, que não assustava as gerações
anteriores.
(Samir
Mesarini, Sala de Aula)
Um voto a mais para o
futuro do Brasil
De acordo com a nova
Constituição, a idade mínima para o voto baixou para dezesseis anos, não
sendo compulsório o exercício desse direito (ou dever) até completar a
maioridade. O fato tem provocado muitas controvérsias, principalmente por
parte dos adultos que julgam os jovens de dezesseis anos precoces demais para
tamanha responsabilidade, esquecendo-se, porém, de refletir sobre seu próprio
preparo ideológico.
Os adultos costumam
alegar que a geração da Era da informática vive marginalizada do processo
político do país, ignorante dos problemas socioeconômicos em que o Brasil
imergiu. A realidade, no entanto, difere bastante dessa imagem alienada
criada em torno dos jovens: mais da metade do povo brasileiro começa a
trabalhar antes de completar dezoitos anos , o que acentua a participação
econômica da juventude no país. Se um adolescente que trabalha paga Imposto
de Renda, seria inviável privá-lo do direito de cidadão – o exercício do
voto.
Aqueles que acusam os
jovens de serem marginais e alheios à discussão ideológica, na verdade, temem
a própria alienação sociopolítica por causa do atual quadro econômico
instável do país. Dizer que a
juventude da década de sessenta era mais consciente e responsável que
a de hoje é uma atitude sebastianista: cultua o passado, mitificando-o, sem enxergar
o outro lado da moeda.
Os jovens dos anos
sessenta apelavam para o uso das drogas a fim de fugir da realidade. Mitos
como Elvis Presley e os Beathes confessaram ser viciados,
anos mais tarde, mas constituíram o símbolo jovial, o modelo seguido por milhares
de jovens do mundo inteiro, naquela época.
Se os jovens de
dezesseis anos não estão preparados para o uso do voto, os (semi) analfabetos
no Brasil ultrapassa a marca de 65% da população, enquanto apenas 30% dos jovens de dezesseis anos vão votar
nesta eleição. Portanto, o voto aos dezesseis anos é perfeitamente plausível,
afinal o futuro do Brasil precisa desse voto juvenil. “O jovem é a externa esperança”, como diria Drummond.
(Aluna Pui Kwan Wong)
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Meus
amores terminei o capítulo XVIII falta somente o 19 com vários temas de
vestibular da FUVEST – UNICAMP –UNESP- CESPE- PUC- MACKENZIE – UFSCAR-UNIP ,
bom estudo meus lindos... e uma esplendorosa aprendizagem... amo vocês de sua
eterna Prof Dr Master Reikiana Aldry Suzuki
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