terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

REDAÇÃO III- NÍVEIS DE LINGUAGEM - ALDRY SUZUKI AMO VOCÊS!!




3- níveis de linguagem

Não  há dúvida que as línguas se aumentam e alteram com o tempo e as necessidades dos usos e costumes. (...) A este respeito a influência do povo é decisiva.
(Machado de Assis)


   A língua pertence a todos os membros de uma comunidade e é uma entidade viva em constante mutação.
  
   Novas palavras são criadas ou assimiladas de outras línguas, à medida que surgem novos hábitos, objetos e conhecimentos.
   Os dicionários vão incorporando esses novos vocábulos(neologismos),quando consagrados pelo uso. Atualmente, os veículos de comunicação audiovisual, especialmente os computadores e a Internet, têm sido fonte de incontáveis neologismos – alguns necessários, porque não havia equivalentes em Português; outros dispensáveis, porque duplicam palavras existentes.
  
   O único critério para sua integração na língua é, porém, o seu emprego constante por um número considerável de usuários.
   
   De fato, quem determina as transformações linguísticas é o conjunto de usuários, independentemente de que sejam eles, estejam escrevendo ou falando, uma vez que tanto a língua escrita quanto a oral apresentam variações condicionadas por diversos fatores: regionais, sociais, intelectuais, etc.



   O movimento de 1922 não nos deu – nem nos podia dar – uma “língua brasileira”, ele incitou os nossos escritores a concederem primazia absoluta aos temas essencialmente brasileiros {...} e a preferirem sempre palavras e construções vivas do português do Brasil a outras, mortas e frias, armazenadas nos dicionários e nos compêndios gramaticais.
                                                       (Celso Cunha)


A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo
Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil.
                                       (Manuel Bandeira)





Embora as variações linguísticas sejam condicionadas pelas circunstâncias, tanto a língua falada quanto a escrita cumprem sua finalidade, que é a comunicação.

A língua escrita obedece a normas gramaticais e será sempre diferente da língua oral, mais espontânea, solta, livre, visto que acompanhada da mímica e entonação, que preenchem importantes papéis significativos. Mais sujeita a falhas, a linguagem empregada coloquialmente difere substancialmente do padrão culto, o que, segundo alguns linguistas, criou no Brasil um abismo quase intransponível para os usuários da língua, pois se expressar em português com clareza e correção é uma das maiores dificuldades dos brasileiros: “No  português do Brasil, a distância entre o nível popular e o nível culto ficou tão marcada que, se assim prosseguir, acabará chegando a se parecer com o fenômeno verificado no italiano ou no alemão, por exemplo , com a distância entre um dialeto e outro.”
(Evanildo Bechara, Ensino da Gramática. Opressão?Liberdade?)


Com base nessas considerações, não se deve regre o ensino da língua pelas noções de certo e errado, mas pelos conceitos de adequado e inadequado, que são mais convenientes e exatos, porque refletem o uso da língua nos mais diferentes contextos.

Não se espera que um adolescente, reunindo a outros em uma lanchonete, assim se expresse: “Vamos ao shopping assistir um filme”, mas aceita-se : “Vamos no shopping assistir um filme”.

Não seria adequado a um professor universitário assim se manifestar: “ fazem dez anos que participo de palestras nesta egrégia Universidade, nas quais sempre houveram estudantes interessados”.

Escrever conforme a norma culta – que não representa uma camisa-de-força, mas um tesouro das formas de expressão mais bem cultivadas da língua – é um requisito para qualquer profissional de nível universitário que se pretenda elevar acima da vala comum de usa profissão.
O domínio eficiente da língua, em seus variados registros e em suas inesgotáveis possibilidades de variação, é uma das condições para o bom desempenho profissional e social.




1-A linguagem popular ou coloquial




É aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase sempre rebelde à norma  gramatical e é carregada de vícios de linguagem (solecismo – erros de regência e concordância; barbarismo – erros de pronúncia, grafia  e flexão; ambiguidade; cacofonia; pleonasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação, que ressalta o caráter oral e popular da língua.
A linguagem popular está sempre nas mais diversas situações: conversas familiares ou entre amigos, anedotas, irradiação de esportes, programas de TV (sobretudo os de auditório), novelas, expressão dos estados emocionais, etc.





2-A linguagem culta ou de padrão


É aquela ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas instruídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediência às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial, mas estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas, conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científicas, noticiários de TV, programas culturais etc.





3-Gíria


Segundo Mattoso Câmara Júnior, “estilo literário e gíria são, em verdade, dois polos da Estilística, pois gíria não é a linguagem popular, como pensam alguns, mas apenas um estilo que se integra à língua popular”.
Tanto que nem todas as pessoas que se exprimem através da linguagem popular usam gíria.

A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais “ que vivem à margem das classes dominantes: os estudantes, esportistas, prostitutas, ladrões” (Dino Preti)

Como arma de defesa contra as classes dominantes Esses grupos utilizam a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as mensagens sejam decodificadas apenas pelo próprio grupo.

Assim a gíria é criada por determinados segmentos da comunidade social que divulgam o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns.
A gíria é criada por determinados segmentos da comunidade social que divulgam o palavreado para outros grupos até chegar á mídia. Os meios de comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns.
A gíria que circula pode acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vocabulário de pequenos grupos ou cair em desuso.

Caracterizada como um vocabulário especial, a gíria surge como um signo de grupo, a princípio secreto, domínio exclusivo de uma comunidade social restrita (seja a gíria dos marginais ou da polícia, dos estudantes, ou de outros grupos ou profissões).

(...) Ao Vulgarizar-se, porém, para a grande comunidade, assumindo a forma de uma gíria comum, de uso geral e não diferenciado,(...) torna-se difícil precisar o que é de fato vocábulo gírio ou vocábulo popular.
(...) É expressa frequentemente sob forma humorística ( e não raro obscena, ou ambas as coisas juntas), como ocorre, por exemplo, em certos signos que revelam evidente  agressividade, como bicho, forma de chamamento que na década de 1970 substituía amigo, colega, cara; coroa, para pessoa mais idosa, madura: quadrado, em lugar de conservador, tradicional, reacionário; mina, para namorada, foram trazida da linguagem marginal da prostituição, onde originalmente significa mulher rendosa para o malandro, que vive à custa dela etc.

                                                        (Dino Preti)


Primeiro, ela pinta como quem não quer nada. Chega na moral, dando uma de Miguel, e acaba  na boca do povo. Depois desbaratina, vira levo-leva, sai de fininho e some. Mas, às vezes volta  arrebentando,sem o menor aviso. Afinal, qual é a da gíria?
                    (Cássio Schubsky, Superinteressante)






4-Linguagem vulgar

Existe uma linguagem vulgar, segundo Dino Preti, “ligada aos grupos extremamente incultos, aos analfabetos”, aos que têm pouco ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar multiplicam-se estruturas com “nóis vai,ele fica”, “eu di um beijo nela”, “vamos i no mercado”





5-Linguagem regional

Regionalismos ou falares locais são variações geográficas do uso da língua padrão, quanto às construções  gramaticais, empregos de certas  palavras e expressões e do ponto de vista fonológico. Há, no  Brasil por exemplo, falares ou dialetos amazônico, nordestino, baiano, fluminense, mineiro , sulino.
Ex: falar ou dialeto gaúcho.


Pues, diz o divã no consultório do analista de Bagé é forado com um pelego. Ele recebe os pacientes de bombacha e pé no chão.
- Buenas. Vá entrando e se abanque, índio velho.
- O senhor quer que eu deite logo no divã?
-bom, se o amigo quiser dançar uma marcha, antes, esteja a gosto. Mas eu prefiro ver o vivente estendido e charlando que nem china da fronteira, pra não perder tempo nem dinheiro.

(Luís Fernando Verissimo, O analista de Bagê)



Ex: falar ou dialeto caipira.
















Aos dezoitos anos pai Norato deu uma facada num rapaz, num adjuntório e abriu o pé no mundo. Nunca mais ninguém botou os olhos em riba dele, afora o afilhado.
-Padrinho, avim cá chama o sinhô pra mode i mora mas eu.
- Quá, fio, esse caco de gente num sai daqui mas não.
-Bamo. Buli gente num bole, mais bicho... O sinhô anda perrengado...

                                (Bernardo Élis, Pai  Norato)










Papos
- Me disseram...
- Disseram-me.
- Hein?
- O correto é “disseram-me”. Não “me disseram”.
- Eu falo como quero. E te digo mais... Ou é “digo-te”?
-O quê?
-Digo-te que você...
- O “te” e o “você” não combinam.
- Lhe digo?
- Também não. O que você ia me dizer?
_ Que você sendo grosseiro, pedante e chato. E que eu vou te partir a cara. Lhe partir a cara. Partir a sua cara. Como é que diz?
_ Partir-te a cara.
- Pois é. Partila-hei de, se você


Não para de me corrigir . Ou corrigir-me
- É para os eu bem.
-Dispenso as suas correções. Vê se esquece-me. Falo como bem entender. Mais uma correção e eu...
- O quê?
- O mato.
- Que mato?
- Mato-o. Mato-lhe. Mato você.
Matar-lhei-ei-te. Ouviu bem?
_ Eu só estava é querendo...
-Pois esqueça-o e para-te.
Pronome no lugar certo é elitismo!

-Se você prefere falar errado...
-Falo como todo mundo fala. O importante é me entenderem . Ou entenderem-me?
_ no caso... não sei.
- Ah, não sabe? Não o sabes?

Sabes-lo não?
-esquece.
-Não. Como “esquece”

você prefere falar errado?
E o certo é “esquece” ou esqueça”?
Ilumine-me.
Mo diga. Ensine-lo-ias se o soubesses, mas não sabe-o.
- esta bem, esta  bem. Desculpe.
- Fale como quiser.
-agradeço-lhe a permissão para falar errado que mas dás. Mas não posso dizer-lo –te o que dizer-te-ia.
-Por quê?
- Porque , com todo esse papo, esqueci-lo.
(Luís Fernando Verissimo)




 Meus amores  tudo sobre redação e colocarei por 19 capítulos ... amo vocês, bom estudo com muita paz e luz e que a inteligência divina os oriente, guie em amplo aspecto com glórias e realizações em tudo que almejares, desejares, que suas metas, ideais sejam grandes e com certeza serão vitoriosos como eu sou, amém. Com carinho de sua eterna Prof Dr Master Reikiana Aldry Suzuki bjs




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