sábado, 2 de fevereiro de 2013

IRACEMA - JOSÉ DE ALENCAR - ALDRY SUZUKI






IRACEMA
JOSÉ DE ALENCAR
O romance conta, de forma poética, o amor quase impossível entre um branco, Martim Soares Moreno, pela bela índia Iracema, a virgem dos lábios de mel e de cabelos mais negros que a asa da graúna e explica poeticamente as origens da terra natal do autor, o Ceará.


Iracema: Índia da tribo dos tabajaras, filha de Araquém, velho pajé; era uma espécie de vestal (no sentido de ter a sua virgindade consagrada à divindade) por guardar o segredo de Jurema (bebida mágica utilizada nos rituais religiosos); anagrama de América."A virgem dos lábios de mel.


 Martim: Guerreiro branco, amigo dos pitiguaras, habitantes do litoral, adversários dos tabajaras; os pitiguaras lhe deram o nome de Coatiabo.


 Moacir: Filho de Iracema e Martim, o primeiro brasileiro miscigenado.

 Poti: Herói dos pitiguaras, amigo (que se considerava irmão) de Martim.

 Irapuã: Chefe dos guerreiros tabajaras; apaixonado por Iracema.

 Caubi: Índio tabajara, irmão de Iracema.

 Jacaúna: Chefe dos guerreiros pitiguaras, irmão de Poti.

 Araquém: Pajé da tribo Tabajara. Pai de Iracema e Caubi.

 Batuirité: o avô de Poti, o qual denomina Martim Gavião Branco, fazendo, antes de morrer, a profecia da destruição de seu povo pelos brancos.
O gênero literário
Para José de Alencar, como explicita o subtítulo de seu romance, Iracema é uma "Lenda do Ceará". 

É também, segundo diferentes críticos e historiadores, um poema em prosa, um romance poemático, um exemplo de prosa poética, um romance histórico-indianista, uma narrativa épico-lírica ou mitopoética. 

Cada uma dessas definições põe em relevo um aspecto da obra e nenhuma a esgota: a lenda, a narrativa, a poesia, o heroísmo, o lirismo, a história, o mito.
 O tempo
O encontro da natureza (Iracema) e da civilização (Martim) projeta-se na duplicidade da marcação temporal. 

Há em Iracema um tempo poético, marcado pelos ritmos da natureza e pela percepção sensorial de sua passagem (as estações, a lua, o sol, a brisa), e que predomina no corpo da narrativa, e um tempo histórico, cronológico. 

O tempo histórico situa-se nos primeiros anos do século XVII, quando Portugal ainda estava sob o domínio espanhol (União Ibérica), e por forças da união das coroas ibéricas, a dinastia castelhana ou filipina reinava em Portugal e em suas colônias ultramarinas.


A ação inicia-se entre 1603 e o começo de 1604, e prolonga-se até 1611. O episódio amoroso entre Martim e Iracema, do encontro à morte da protagonista, dá-se em 1604 e ocupa quase todo o romance, do capítulo II ao XXXII.
 O espaço
A valorização da cor local, do típico, do exótico inscreve-se na intenção nacionalista de embelezar a terra natal por meio de metáforas e comparações que ampliam as imagens de um Nordeste paradisíaco, primitivo. 

É o Nordeste das praias e das serras (Ibiapaba), dos rios (Parnaíba e Jaguaribe) e da Bica do Ipu ou Bica da Iracema...
Análise
A relação do casal serviria de alegoria para a formação da nação brasileira. 

A índia Iracema representaria a natureza virgem e a inocência, enquanto o colonizador Martim (referência explicita ao deus romano da guerra Marte) representa a cultura europeia. Da junção dos dois surgirá a nação brasileira, representada alegoricamente, pelo filho do casal, Moacir ("filho da dor").


A palavra Iracema é um anagrama de América. Para alguns críticos, esse anagrama é proposital, e o livro trata-se pois de uma metáfora sobre a colonização americana pelos europeus. 

O desenvolvimento da história e, principalmente, o final, remetem fortemente à história local.


Maravilhoso estudo a todos, com carinho Prof Dr Aldry Suzuki




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