domingo, 9 de setembro de 2012

42 Técnicas de Contar Histórias - parte II MINHA APRESENTAÇÃO DO LIVRO


APRESENTAÇÃO

Longos anos de experiência e pesquisa em Técnicas de Contar Histórias ou Psicodramas, planejei e elaborei algumas , adaptáveis a qualquer série e a qualquer formação escolar.

Meu desejo é poder oferecer aos professores e alunos um material capaz de promover a aprendizagem  e um ensino eficiente em qualquer escola,  sendo mais uma metodologia opcional,  uma das estratégias de trabalho, para o enriquecimento do professor criativo, crítico e reflexivo, pois,  para cada psicodrama é necessário ter  objetivos em sua aula, pois em nosso dia à dia se resume em uma tríplice ação: planejamento, execução e avaliação.

Toda criança é o corpo de conhecimento constituído a partir de um esforço que nos professores fazemos para compreender melhor o seu mundo e dar-lhe um sentido mais significativo.

Fala-se muito em melhorar o ensino, transformar a escola, elevar o nível de aprendizagem dos alunos. Mas não é aí que está o núcleo. O núcleo da educação não é nem o professor, nem o aluno, nem os pais, e muitos menos os administradores escolares. O núcleo da educação não é os papéis que desempenhamos na escola ou na sociedade. Papéis são máscaras. A questão penetra mais fundo. O núcleo da educação é a pessoa – a pessoa humana.

O ser humano necessita nas escolas de: hospitalidade, carinho, compreensão, calor humano, ter perspectiva de vida, e que seja tratada com equidade . (CND)

A educação deve falar ao íntimo, ao coração da Pessoa. Senão será um discurso que até pode ser eloqüente, mas vazio e sem sentido. Seria como o surdo de uma estória, contada pelo grande filósofo judeu Martin Buber, que diz o seguinte:

“O rabino Moshé Haim, que era neto de um respeitado e santo rabino, o Baal Shem Tov, contava o seguinte: Ouvi isto de meu avô: uma vez um violinista se pôs a tocar com tal doçura, que todos os que escutavam, começavam a dançar, e bastava alguém ouvir o som de seu violino para juntar-se à roda dos dançarinos. Então, apareceu no caminho um surdo que não conhecia nada de música, e vendo todos pulando e batendo as mãos, aquilo lhe pareceu um gesto de doidos, sem gosto nem sentido”.(CND)

 

Só poderá apreciar o gosto e o sentido da educação quem for capaz de ouvir, com sensibilidade e inteligência, a música que brota do interior das pessoas – e que faz com que elas sejam o que são. Um educador que não tenha essa sensibilidade jamais poderá tocar o coração dos seus alunos – e só educa quem é capaz de tocar o coração.

Contar história é uma arte e foi pensando nisso que me propus a repartir com vocês o que tenho aprendido em minhas experiências em sala de aula e pesquisas pela experiência de vida. Procurei apontar os mais importantes na atualidade, ao qual desenvolvi em minhas experiências, aquelas técnicas que possibilitem a reflexão à discussão, a tomada de posições por parte dos objetivos de cada educador em cada técnica de contar história, pois o importante e a intenção “do objetivo” ao qual quer atingir com a “Literatura Infantil”, a “Literatura Brasileira”, na “gramática” que é vasta, encantadora e, sabendo trabalhar, torna-se deslumbrante e inesquecível para as crianças, jovens e adultos.

É por esse motivo que quanto mais  sabemos mais precisamos aprender,como diz a máxima de Sócrates “Só sei que nada sei”, isto é, sábio é aquele que reconhece a própria ignorância. Este é o ponto de partida para se buscar a sabedoria.

Porque o conhecimento, não para e certos conhecimentos, tornaram-se coisas já ultrapassadas. A questão agora é aprender a aprender (como diz Vygostky). “E para aprender a aprender basta conhecer e, principalmente, pôr em prática algumas regras, é indispensável que saibamos nos querer bem, que aprendamos a nos fazer respeitar e que possamos usar a cabeça, aprendendo a pensar e ser criativo”.[1] 

Sendo que estas técnicas não precisam necessariamente ser aplicadas somente nas “Literaturas” e sim, em seu amplo aspecto: na construção da cidadania para compreensão da realidade social e dos direitos e responsabilidades em relação à vida pessoal, coletiva e ambiental.Nessa perspectiva, entra a aprendizagem dos Temas Transversais nas questões da Ética, da Pluralidade Cultural, do Meio Ambiente, da Saúde e da Orientação Sexual(Tenho vários artigos sobre sexo, irei postar posteriormente).

E poderão interagir depois da aplicação das técnicas, se divertindo com alguns estímulos das inteligências múltiplas. Estes são jogos de minha longa jornada como educadora e pesquisadora, cujo intuito, é dar continuidade no processo de  desenvolvimento cognitivo e aos desafios de viver dos alunos, e não como competição entre pessoas ou grupos que possa implicar em desafio com vitória ou derrota. Esta é uma proposta para professores que lutam por qualidade de ensino e de vida. Espero que tenham  bom aproveito.

    

INTRODUÇÃO


 Todas às vezes que um professor ou uma professora exerce a sua função - em um lugar específico, a chamada “sala de aula”, junto aos seus alunos e alunas – entende-se que está ocorrendo uma prática pedagógica e, sendo assim há a necessidade de subsídio, por isso apresento a vocês quarenta e dois (42) PSICODRAMAS (“ técnicas de contar histórias”).

Pode ser o professor do jardim de infância,  Pré-Escola,  Ensino Fundamental,  Ensino Médio, da Educação de Adultos, do Ensino Superior, da Educação Especial, da Educação Profissional, ou de outro sistema, em qualquer parte, com qualquer intenção e conteúdo.

O sentido e as condições desta prática pedagógica são tão importantes quanto à aprendizagem dos alunos e das alunas e, quanto à felicidade que se instala na “sala de aula”, na escola, durante os encontros e nas atividades programadas.

As Técnicas de Contar Histórias, como área de conhecimento que ajuda a formar o profissional da educação, constitui-se numa oportunidade especial para a reflexão sobre a prática pedagógica.

Esta reflexão envolve questionamentos importantes para qualquer profissional da área de educação, que sempre deverá perguntar-se:

-    Como devo atuar com as técnicas de contar histórias?

-    Que implicações e conseqüências podem ter o modo como atuo?

-    Como posso escolher e justificar minhas estratégias para ajudar meus alunos e alunas a aprender?

-    Como posso escolher e justificar os conteúdos e os objetivos com os quais trabalho?

-    Como posso motivar meus alunos para a luta da aprendizagem?...

As indagações podem ir mais além. E os PSICODRAMAS,  podem ser entendidos como uma possibilidade de atuar.

Atuar com arte, atuar com conhecimento, atuar com técnica, atuar com crítica.

Em minha experiência, com crianças de 4 a 6 anos (educação infantil), com alunos de 5ª à 8ª, alunos do Curso Médio (Magistério), (Antigo Colegial), nesta vasta experiência percebi o instrumento precioso que são as técnicas de contar histórias, pois através delas, as crianças podem inventar, desenhar, dramatizar, criar estratégias para o seu próprio desenvolvimento de aprendizagem nas áreas: de língua portuguesa, matemática, ciências naturais, história, geografia, arte, educação física e língua estrangeira, idealizando todos os processos desejáveis e imagináveis, criando o seu mundo, a sua realidade, o seu conhecimento.

Aristóteles desenvolveu seu conceito de educação, partindo da idéias da imitação que objetiva levar o educando a adquirir hábitos. Para isso é necessário que ele tenha disposição para se desenvolver e meios de fazer acontecer.

            “Na escola, por exemplo, educar é dar aula. O professor imagina-se especialista em dar aula. Todavia, pode apenas estar treinando os alunos, escamoteando os desafios propriamente educativos e formativos”. (Paulo Freire)

Perde de vista que seu papel correto não é o de dar aulas, mas o de fazer o aluno aprender. Onde o aluno é objeto, não há educação.

“Tomamos educação como processo de constituição histórica do sujeito, através do qual se torna capaz de projeto próprio de vida e de sociedade, em sentido individual e coletivo”.[2]

Este livro é, por sua vez, uma obra destinada, principalmente a professores em exercício ou em formação, procurei organizar os capítulos, dispondo-os em blocos temáticos.

No primeiro bloco, um relato de pesquisa e a importância da literatura, com sua fantasia e realidade.

No segundo bloco, concentrei os interesses comuns, referentes à sua faixa etária.

No terceiro bloco, a história, torna-se um recurso valioso para o desenvolvimento integral da criança, e colocamos várias finalidades.

No quarto bloco, a história tem adquirido, no decorrer dos tempos a melhor forma de transmissão do conhecimento e tem papel importante na modelagem do caráter do ser humano. Dentre os papéis que ela desempenha na educação, a história estimula o pensamento lógico, o poder criador, o vocabulário, a noção de seqüência, linguagem oral e composição, desenvolvimento de percepção, desenvolvimento de esquema corporal, coordenação motora, desenvolvimento das noções espaciais e temporais, afetividade, compreensão, inteligência, finalidade da literatura, auxiliando na continuidade de maneira produtiva e desejável.Facilitando a integração de conteúdos como: atitudes de cortesia, hospitalidade, atitudes de cooperação, habilidades de disciplina, observação de independência, observação, discussão, reconhecimento e identificação de objeto e animais, reflexão na exploração de elementos para compor seu mundo imaginário, saúde e higiene, o próprio corpo, curiosidade pelo que cerca, conclusões sem precipitações, mudança de opinião pela certeza dos fatos, resolução de problemas despertando a criatividade, adquirir conhecimentos de sua importância ao contar histórias, desenvolver a capacidade de pensar e desenvolver idéias, habilidades de compreensão de ordens relativas ao trabalho escolar, enriquecer o vocabulário, socialização, desenvolver a atenção, observação, reflexão e memória para ter capacidade de fazer associações, interpretar e compor idéias para a sua realidade.

No quinto bloco, a utilização, as características e os seus conteúdos respeitando a cultura local e ao mesmo tempo, aumentando suas experiências, escolhendo um local adequado para utilizar as distintas técnicas.

No sexto bloco, está a explicação singela das 41 técnicas de contar histórias e algumas variações.

No sétimo bloco, as inteligências múltiplas, seus prováveis estímulos e alguns jogos (adaptados para as histórias) com o intuito da estimulação das inteligências múltiplas.

No oitavo bloco, a conclusão e no Nono e último bloco teremos as referências bibliográficas.






[1] (Celso Antunes. A grande jogada,um manual construtivista de como estudar, ed.Vozes,2002)
[2] (DEMO. Pedro. Questões para teleducação. Vozes, 1998.p.19-20)

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