APRESENTAÇÃO
Longos anos de experiência e pesquisa em Técnicas de Contar Histórias ou
Psicodramas, planejei e elaborei algumas , adaptáveis a qualquer série e a qualquer formação
escolar.
Meu desejo é
poder oferecer aos professores e alunos um material capaz de promover a
aprendizagem e um ensino eficiente em
qualquer escola, sendo mais uma metodologia opcional, uma das estratégias de trabalho, para o
enriquecimento do professor criativo, crítico e reflexivo, pois, para cada psicodrama é necessário ter objetivos em sua aula, pois em nosso dia à
dia se resume em uma tríplice ação: planejamento, execução e avaliação.
Toda criança é
o corpo de conhecimento constituído a partir de um esforço que nos professores fazemos para compreender melhor o seu mundo e dar-lhe um sentido mais significativo.
Fala-se muito
em melhorar o ensino, transformar a escola, elevar o nível de aprendizagem dos
alunos. Mas não é aí que está o núcleo. O núcleo da
educação não é nem o professor, nem o aluno, nem os pais, e muitos menos os
administradores escolares. O núcleo da educação não é os papéis que
desempenhamos na escola ou na sociedade. Papéis são máscaras. A questão penetra
mais fundo. O núcleo da educação é a pessoa – a pessoa humana.
O ser
humano necessita nas escolas de: hospitalidade, carinho, compreensão, calor
humano, ter perspectiva de vida, e que seja tratada com equidade . (CND)
A educação deve
falar ao íntimo, ao coração da Pessoa. Senão será um discurso que até pode ser
eloqüente, mas vazio e sem sentido. Seria como o surdo de uma estória, contada
pelo grande filósofo judeu Martin Buber, que diz o seguinte:
“O rabino Moshé Haim, que era neto
de um respeitado e santo rabino, o Baal Shem Tov, contava o seguinte: Ouvi isto
de meu avô: uma vez um violinista se pôs a tocar com tal doçura, que todos os
que escutavam, começavam a dançar, e bastava alguém ouvir o som de seu violino
para juntar-se à roda dos dançarinos. Então, apareceu no caminho um surdo que
não conhecia nada de música, e vendo todos pulando e batendo as mãos, aquilo
lhe pareceu um gesto de doidos, sem gosto nem sentido”.(CND)
Só poderá apreciar o gosto e o sentido da educação quem for capaz de
ouvir, com sensibilidade e inteligência, a música que brota do interior das
pessoas – e que faz com que elas sejam o que são. Um educador que não tenha
essa sensibilidade jamais poderá tocar o coração dos seus alunos – e só educa
quem é capaz de tocar o coração.
Contar história é uma arte e foi pensando nisso que me propus a repartir
com vocês o que tenho aprendido em minhas experiências em sala de aula e
pesquisas pela experiência de vida. Procurei apontar os mais importantes na
atualidade, ao qual desenvolvi em minhas experiências, aquelas técnicas que
possibilitem a reflexão à discussão, a tomada de posições por parte dos
objetivos de cada educador em cada técnica de contar história, pois o
importante e a intenção “do objetivo” ao qual quer atingir com a “Literatura
Infantil”, a “Literatura Brasileira”, na “gramática” que é vasta, encantadora
e, sabendo trabalhar, torna-se deslumbrante e inesquecível para as crianças,
jovens e adultos.
É por esse motivo que quanto mais
sabemos mais precisamos aprender,como diz a máxima de Sócrates “Só sei que nada sei”,
isto é, sábio é aquele que reconhece a própria ignorância.
Este é o ponto de partida para se buscar a sabedoria.
Porque o conhecimento, não para e certos conhecimentos, tornaram-se
coisas já ultrapassadas. A questão agora é
aprender a aprender (como diz Vygostky). “E para aprender a aprender basta conhecer e, principalmente, pôr em prática algumas
regras, é indispensável que saibamos nos querer bem, que aprendamos a nos fazer
respeitar e que possamos usar a cabeça, aprendendo a pensar e ser criativo”.[1]
Sendo que estas técnicas não precisam necessariamente ser aplicadas
somente nas “Literaturas” e sim, em seu amplo aspecto: na construção da
cidadania para compreensão da realidade social e dos direitos e
responsabilidades em relação à vida pessoal, coletiva e ambiental.Nessa
perspectiva, entra a aprendizagem dos Temas Transversais nas questões da
Ética, da Pluralidade Cultural, do Meio Ambiente, da Saúde e da Orientação
Sexual(Tenho vários artigos sobre sexo, irei postar posteriormente).
E poderão interagir depois da aplicação das
técnicas, se divertindo com alguns estímulos das inteligências
múltiplas. Estes são jogos de minha longa jornada como educadora e
pesquisadora, cujo intuito, é dar continuidade no processo de desenvolvimento cognitivo e aos desafios de
viver dos alunos, e não como competição entre pessoas ou grupos que possa
implicar em desafio com vitória ou derrota. Esta é uma proposta para
professores que lutam por qualidade de ensino e de vida. Espero que tenham bom aproveito.
INTRODUÇÃO
Todas às vezes que um professor ou
uma professora exerce a sua função - em um lugar específico, a chamada “sala de
aula”, junto aos seus alunos e alunas – entende-se que está ocorrendo uma prática
pedagógica e, sendo assim há a necessidade
de subsídio, por isso apresento a vocês quarenta e dois (42) PSICODRAMAS (“ técnicas de
contar histórias”).
Pode ser o professor do jardim de infância, Pré-Escola, Ensino Fundamental, Ensino Médio, da Educação de Adultos, do
Ensino Superior, da Educação Especial, da Educação Profissional, ou de outro
sistema, em qualquer parte, com qualquer intenção e conteúdo.
O sentido e as condições desta prática pedagógica são tão importantes
quanto à aprendizagem dos alunos e das alunas e, quanto à felicidade que se
instala na “sala de aula”, na escola, durante os encontros e nas atividades programadas.
As Técnicas de Contar Histórias, como área de conhecimento que ajuda a
formar o profissional da educação, constitui-se numa oportunidade especial
para a reflexão sobre a prática pedagógica.
Esta reflexão envolve questionamentos
importantes para qualquer profissional da área de educação, que sempre deverá
perguntar-se:
-
Como devo atuar com as técnicas de contar histórias?
-
Que implicações e conseqüências
podem ter o modo como atuo?
-
Como posso escolher e justificar minhas estratégias
para ajudar meus alunos e alunas a aprender?
-
Como posso escolher e justificar os conteúdos e os
objetivos com os quais trabalho?
-
Como posso motivar meus alunos para a luta da
aprendizagem?...
As indagações podem ir mais além. E os PSICODRAMAS, podem ser entendidos
como uma possibilidade de atuar.
Atuar com arte, atuar com conhecimento, atuar com técnica,
atuar com crítica.
Em minha experiência, com crianças de 4 a 6
anos (educação infantil), com alunos de 5ª à 8ª, alunos do Curso Médio
(Magistério), (Antigo Colegial), nesta vasta experiência percebi o
instrumento precioso que são as técnicas de contar histórias, pois através
delas, as crianças podem inventar, desenhar, dramatizar, criar estratégias para
o seu próprio desenvolvimento de aprendizagem nas áreas: de língua portuguesa,
matemática, ciências naturais, história, geografia, arte, educação física e
língua estrangeira, idealizando todos os processos desejáveis e imagináveis,
criando o seu mundo, a sua realidade, o seu conhecimento.
Aristóteles desenvolveu seu conceito de educação, partindo da
idéias da imitação que objetiva levar o educando a adquirir hábitos. Para isso
é necessário que ele tenha disposição para se desenvolver e meios de fazer
acontecer.
“Na
escola, por exemplo, educar é dar aula. O professor imagina-se especialista em
dar aula. Todavia, pode apenas estar treinando os alunos, escamoteando os
desafios propriamente educativos e formativos”. (Paulo Freire)
Perde de vista que seu papel correto não é o de dar aulas, mas o de fazer
o aluno aprender. Onde o aluno é objeto, não há educação.
“Tomamos educação como processo de constituição histórica do sujeito,
através do qual se torna capaz de projeto próprio de vida e de sociedade, em
sentido individual e coletivo”.[2]
Este livro é, por sua vez, uma obra destinada,
principalmente a professores em exercício ou em formação, procurei organizar os
capítulos, dispondo-os em blocos temáticos.
No primeiro bloco, um relato de pesquisa e a importância da
literatura, com sua fantasia e realidade.
No segundo bloco, concentrei os interesses comuns, referentes à
sua faixa etária.
No terceiro bloco, a história, torna-se um recurso valioso para o
desenvolvimento integral da criança, e colocamos várias finalidades.
No quarto bloco, a história tem adquirido, no decorrer dos tempos
a melhor forma de transmissão do conhecimento e tem papel importante na
modelagem do caráter do ser humano. Dentre os papéis que ela desempenha
na educação, a história estimula o pensamento lógico, o poder criador,
o vocabulário, a noção de seqüência, linguagem oral e composição, desenvolvimento
de percepção, desenvolvimento de esquema corporal, coordenação
motora, desenvolvimento das noções espaciais e temporais, afetividade,
compreensão, inteligência, finalidade da literatura, auxiliando na
continuidade de maneira produtiva e desejável.Facilitando a integração de
conteúdos como: atitudes de cortesia, hospitalidade, atitudes de
cooperação, habilidades de disciplina, observação de independência,
observação, discussão, reconhecimento e identificação de
objeto e animais, reflexão na exploração de elementos para compor seu mundo
imaginário, saúde e higiene, o próprio corpo, curiosidade pelo que
cerca, conclusões sem precipitações, mudança de opinião pela certeza dos
fatos, resolução de problemas despertando a criatividade, adquirir
conhecimentos de sua importância ao contar histórias, desenvolver a
capacidade de pensar e desenvolver idéias, habilidades de compreensão de
ordens relativas ao trabalho escolar, enriquecer o vocabulário, socialização,
desenvolver a atenção, observação, reflexão e memória para ter
capacidade de fazer associações, interpretar e compor idéias para a sua
realidade.
No quinto bloco, a utilização, as características e os seus
conteúdos respeitando a cultura local e ao mesmo tempo, aumentando suas
experiências, escolhendo um local adequado para utilizar as distintas técnicas.
No sexto bloco, está a explicação singela das 41 técnicas de
contar histórias e algumas variações.
No sétimo bloco, as inteligências múltiplas, seus prováveis
estímulos e alguns jogos (adaptados para as histórias) com o intuito da
estimulação das inteligências múltiplas.
No oitavo bloco, a conclusão e no Nono e último bloco
teremos as referências bibliográficas.
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