domingo, 9 de setembro de 2012

Dificuldades e Distúrbios na Aprendizagem VIII DISTÚRBIOS PSICOMOTORES




Autora: Aldry Suzuki


II.5 – DISTÚRBIOS PSICOMOTORES

            Psicomotricidade é a integração diacrônica das funções motoras com as funções intelectivas que, sendo adquiridas, através das maturações orgânicas e experiências neuro-motoras, de uma forma harmoniosa e em condições psicológicas consideravelmente sadias resultarão num processo dinâmico de capacitação global para a aprendizagem, como um todo.

            Os distúrbios psicomotores surgem  em conseguência de alterações  na estrutura dos elementos  responsáveis pelo desenvolvimento psicomotor, que podem ser descritos da seguinte forma:

1-      Organização do esquema corporal

É o processo fundamental do conhecimento e representação de seu próprio corpo, numa estruturação  interna, que vai permitir a inter-relação de suas partes e a sua relação com o mundo exterior; a organização do esquema corporal é o fator básico do desenvolvimento de todas as manifestações motoras da criança.

Para a boa organização do esquema corporal é necessário que seus três níveis estejam integrados:

# imagem ou percepção corporal

É a consciência e o conhecimento da criança em relação ao seu próprio corpo; basia-se nas suas experiências corporais levando-a gradualmente, a perceber os diferentes elementos que formam o seu corpo, associando-os de uma forma cada vez mais coordenada e complexa.

# Controle corporal

É a possibilidade de controlar os movimentos de seu corpo para alcançar, gradualmente, a independência dos mesmos e as necessidades corporais para uma completa ação motora.

            #Conceito corporal

É a possibilidade de verbalizar os  conceitos corporais, tais como designar seus nomes e descrever suas funções.

            Outro fator que concorre para uma boa organização do esquema corporal é a necessidade de que as diversas estruturas anatomo-funcionais que formam os melhores mecanismos de interação que regulam os impulsos gerados pelos receptores periféricos e as respostas neuro-musculares, através de complexos circuitos de retro-alimentação, estejam em perfeita sincronização, pois são os responsáveis pelo sistema postural.

            O sistema postural é que determina as possibilidades de realizar corretamente alguma ação de utilidade em uma posição determinada(equilíbrio), assim como a sua potencialidade corporal, ambas responsáveis pela manutenção das relações do corpo no espaço a fim de procurar posições que permitam uma atividade definida e útil.

            Logo, as primeiras manifestações do sistema postural são fundamentais para a configuração do desenvolvimento psicomotor, tais como a posição da cabeça(seu papel no equilíbrio é fundamental) e sua sustentação, os quadris, as mãos e os pés e seus respectivos padrões de arrastar, engatinhar, sentar, erguer-se com apoio e ficar em pé liberando os movimentos de seus membros superiores.

            Contribuindo para o quadro de organização do esquema corporal encontramos a relação das primeiras informações recebidas pela criança e que são chamadas viceroptividade (impressões viscerais), proprieceptividade( impressões dos músculos, articulações e tendões) extereoceptividade( mpressões através da pele e de outros órgãos sensoriais).

            A visceroptividade, proprioceptividade e extereoceptividade são os sistemas que permitem a criança uma conexão consigo mesma e com seu meio externo, levando o seu sistema nervoso a receber informações sobre o próprio corpo.

            De certa forma podemos afirmar que estes três sistemas estão compreendidos na formação da imagem corporal.

            Finalmente, ressaltamos que  é necessária uma evolução afetiva harmoniosa, com contatos bem sucedidos e aceitação integral da criança pelo meio, para que ela possa vir a organizar de uma forma adequada seu sistema corporal.

2 – Práticas Motoras de Base

            Para que uma criança adquira uma estruturação nas suas condutas motoras de base é necessário que seu equilíbrio esteja muito bem trabalhado, pois dele dependem a coordenação dinâmica gera e as ações diferenciadas dos membros superiores.

            Uma criança que apresenta um padrão de equilíbrio defeituoso terá um desgaste muito grande para executar suas funções motoras e até intelectuais, levando-a a um quadro de fadiga, geralmente responsável por distúrbios de atenção e de concentração.

            As alterações dos padrões de equilíbrio podem ser decorrentes dos estados psíquicos de ansiedade ou insegurança que afetam o desenvolvimento do tônus muscular.

            A coordenação dinâmica geral é uma conduta motora de base responsável pela ação simultânea de grupos musculares diferentes com vistas a execução de movimentos voluntários mais ou menos complexos.

            Podemos considerar como movimentos inferiores ou em simultaneidade com os membros superiores tais como: correr, saltar, trepar, marchar,arremessar, etc...

            Ainda nas condutas motoras de base, encontramos a coordenação dinâmico-manual, que é responsável pela precisão, rapidez e força muscular dos movimentos de membros superiores especialmente das mãos, trazendo implicitamente uma prévia coordenação visomotora.

            A coordenação visomotora e o movimento manual corretamente realizado em resposta a um determinado estímulo. Como causa de uma má coordenação visomotora podemos considerar a precária coordenação da dinâmico-manual, que por sua vez depende de capacidade de dissociação de movimentos, de um controle inibitório e da coordenação olho/mão.

            Logo, é necessário que fique bem claro que a má coordenação visomotora pode ser em função de um retardo na maturação sinergia interferindo no ato motor da mão ou do mau controle das sinergias pela visão, ou até nas duas funções.


                        3 Pràticas Neuro-Motoras

            Dentro do quadro das condutas neuro-motoras classificamos as crianças que apresentam dificuldades na dissociação e inibição dos movimentos necessários a um determinado ato motor.

            Encontramos,pois, as sincinesias  que são manifestações da organização anômala da motricidade.

            As sincinesias podem ser:

# Global – quando ao realizar um esforço em qualquer parte do corpo aumenta globalmente hipertonia;

# De imitação ou de reprodução – quando o transtorno motor só afeta metade do corpo fazendo com que a parte enferma reproduza os movimentos da parte Sá.

# De coordenação tônicas – quando há uma impossibilidade de contrair isoladamente um músculo, sem que apareça a contração de outros músculos. As sincinesias  tônicas traduzem uma incapacidade na organização motora.

           

A paratonia também considerada como distúrbio neuro-muscular e caracterizada pela persistência de uma certa rigidez muscular proveniente de uma incapacidade de inibição voluntária.

            Os prejuízos da dominância lateral, apesar de estarem classificados nos distúrbios de linguagem.


                        4 – Práticas Percepto-Motoras

            Dentro do quadro de atividades percepto-motoras encontramos a organização espacial, a orientação temporal e o ritmo.

            A organização espacial é formada pela relação espacial e a posição no espaço.

            Orientação temporal – é a incapacidade de apreensão da duração da colocação no tempo, de situar o presente em relação a um antes e um depois, de distinguir o rápido do lento,o sucessivo e o simultâneo, a ordem das aparições e o princípio e o fim das experiências.

            Para compreender o “tempo” é necessário compreender que cada indivíduo possui um tempo próprio e biológico, e um tempo externo ao qual deve adaptar-se. O tempo próprio é resultante de características e pode variar de uma pessoa para outra sem implicar em anormalidades. O tempo externo é assimilado através de impressões de uma certa seqüência em sua  vida diária (acomodando-se reflexamente a um determinado ritmo).

            Aos três anos de idade a criança já adquiriu as noções tempo-espaciais, apesar de ainda não denominar os acontecimentos e diferenciar o amanhã de ontem ou manhã de tarde. Aos 6 anos essas primeiras noções já estão fixadas.

            A criança com distúrbios de orientação temporal pode apresentar dificuldades em perceber e reproduzir estruturas rítmicas, relembrar a seqüência de fatos, empregar corretamente tempos verbais.

            O ritmo se desenvolve proprioceptivamente desde os primeiros passos que eram descompassados até a aquisição de uma maneira com metria e ritmo. Na área da linguagem, o ritmo é estruturado a partir das manifestações orais, que com um feed-back de seu meio ambiente vai sendo desenvolvido aos poucos.


                        5 – Conhecimento e Expressão

            Nesse quadro podemos classificar as crianças que já operam as funções de representação simbólica utilizando o significado e o significante.

            É justamente neste estágio em que a memória encontra-se desenvolvida em toda as suas formas a base de todas as aquisições neuro-psicomotoras já estruturaram-se de tal forma que permitem a criança diferenciar, associar e transmitir, ou seja estar apta a participar do processo de comunicação através da fala e da escrita.

            Dentro de um quadro clínico em que a criança apresenta inteligência normal, classificamos os distúrbios psicomotores em:

# Instabilidade Psicomotora – cuja característica principal é a atividade muscular continua e incessante, podendo ate permanecer durante o sono; além disso a instabilidade atinge as funções intelectuais, apesar da criança  apresentar inteligência elevada; geralmente encontramos alterações na sua coordenação geral, hiperatividade, dificuldade de ajustamento ao meio  e distúrbios de aprendizagem, entre outros.

o   INDISCIPLINADO OU HIPERATIVO?  (como identificar os alunos que sofrem do distúrbio de atenção e ajuda-lo a continuar aprendendo) “Paola Gentile”

Na sala de aula ele é o “pestinha”: arranca os brinquedos dos colegas, anda de um lado para o outro, não fica mais de dois minutos sentados no mesmo lugar. Nunca termina as tarefas solicitadas e sai da sala várias vezes sem pedir licença. Em algumas ocasiões, chega a ser agressivo. Esse comportamento, geralmente confundido com indisciplina, é característico de um distúrbio de atenção que atinge cerca de 5% das crianças e adolescentes de todo o mundo: a hiperatividade. Conhecer os sintomas e aprender a lidar com esse problema é uma obrigação de qualquer professor que não queira causar danos a seus alunos. Afinal, a demora em diagnosticar o caso pode trazer conseqüências sérias para o desenvolvimento da criança.

Alan Akel, de 12 anos, sofria nas aulas e teve de atrasar seu aprendizado (hoje está numa classe intermediária entre a 3° e a 4° série) porque a direção da escola que freqüentava, em São Paulo, não identificou que havia algo de errado em seu comportamento. Os pais foram obrigados a retira-lo do estabelecimento e só descobriram que o filho era hiperativo quando a direção de outro colégio os orientou a procurar um médico.

Embora prejudique a capacidade de concentração e atenção,  a hiperatividade é facilmente tratável. Além da medicação, a reorientação pedagógica  na escola ajuda o aluno a não perder rendimento. Alan, por exemplo, apresentou melhoras assim que passou a ter um atendimento especial. “Ele é inteligente e consciente de seu problema, o que faz   com que controle melhor a instabilidade emocional”, afirma Egle Mazzocchi de Souza, coordenadora pedagógica da Essência Equipe de Ensino, onde ele estuda numa turma com apenas seis crianças e dois professores.

Professor, observe!!

Segundo o psiquiatra Ênio Roberto de Andrade, coordenador do Ambulatório de Transtornos de Deficiência de Atenção do Hospital das Clínicas, de São Paulo, a hiperatividade só  fica preciso aumentar o nível de concentração para aprender. “O diagnóstico clínico, no entanto, deve ser feito com base no histórico da criança”, explica. “por isso, a observação de pais e professores é fundamental”.

   Geralmente, os hiperativos se mexem muito durante o sono quando bebês. São muitos mais estabanados assim que começam a andar. Ás vezes, apresenta retardo na fala, trocando as letras por um período mais prolongado que o normal. Em casa, esses sintomas nem sempre são suficientes par definir o quadro. Na escola, porém, eles são determinantes.

   O distúrbio ainda não tem uma causa única comprovada. Sabe-se que a origem é genética e que seus portadores produzem menos dopamina,um neurotransmissor responsável pelo controle motor e pelo poder de concentração, que atua com maior intensidade nos gânglios frontais do cérebro. Isso explica o fato de os hiperativos não se concentrarem e esquecerem facilmente o que lhes é pedido. Pela alta incidência em meninos – cerca de 80% dos casos - , acredita-se que o problema possa estar relacionado também ao hormônio masculino testosterona .

Paciência e disponibilidade.

Três fatores principais ajudam a distinguir o hiperativo da criança que tem apenas um distúrbio de atenção mais leve e daquela que busca apenas chamar a atenção: a continua agitação motora, a impulsividade e a impossibilidade de se concentrar, seja em brincadeiras ou em atividades pedagógicas. Essas atitudes devem ser constantes durante pelo menos seis meses seguidos (leia no quadro ao lado outros sintomas típicos)

“Os professores que têm alunos hiperativos precisam de paciência e disponibilidade, pois eles exirgem tratamento diferente, mais atenção e uma rotina especialmente estimulante”, afirma Regina Borella, orientadora pedagógica do Colégio Pueri Domus, de São Paulo. Ela viveu essa situação quando Vicente, de 5 anos, foi matriculado no Pueri. Os pais chegaram avisando que o filho precisava de limites claros, pois era “desobediente e mal-educado”

Bastaram dois meses para  a educadora suspeitar de hiperatividade. A escola, então, sugeriu aos pais uma consulta com um psiquiatra ou neurologista para confirmar o diagnóstico e, simultaneamente, passou a trabalhar de forma diferenciada com o garoto. Ele era colocado junto de alunos mais tranqüilos, para que sua agitação não encontrasse seguidores, e nas atividades de roda a professora estava sempre ao seu lado. Regina chegou a criar uma regra  contra as “fugas” da sala: todas as manhãs, Vicente faz três riscos  com um giz no quadro-negro. É o número de vezes que pode sair. Sempre que se levanta, ele apaga uma das marcas. O limite funcionou. Hoje, o menino se controla mais antes de deixar a classe.

Trabalho com os pais

Nem sempre os pais admitem que o filho é hiperativo. “muitos acham que a criança é esperta demais e, por isso, está sempre interessada em novidades”, afirma Helena Sâmara, diretora da Escola móbile, de São Paulo. “Além disso, eles acreditam que o tratamento com medicamentos pode tirar a espontaneidade do pequeno”.Helena tem dois alunos nessa situação matriculados sem suas turmas . Para um deles, a escola desenvolve sozinho um trabalho pedagógico intensivo, pois os pais não aceitam o diagnóstico.

“Em casos leves, o distúrbio pode ser tratado apenas com terapia e reorientação pedagógica”, diz o psiquiatra Ênio de Andrade. ‘”Os casos graves necessitam de tratamento com medicamentos.” O tratamento é feito por um período mínimo  de dois anos, mas deve durar até  a adolescência , quando os sintomas diminuem ou desaparecem, graças ao amadurecimento do cérebro, que equilibra a produção da dopamina.

Baixa auto-estima

Para a psicóloga Mônica Duchesne, da Associação Brasileira do Déficit de Atenção, outra conseqüência da hiperatividade é a baixa auto-estima das crianças, que surge quando elas notam que são diferentes das demais – em alguns casos, são as únicas a não concluir o dever. “Isso pode criar um estigma que traz repercussõesd sociais”, analisa.

O aluno Matheus, da Móbile, cujos pais também refutam o diagnóstico de hiperatividade, sofreu essas conseqüências. Ele se sentia inferior porque era repreendido por seu comportamento agressivo. As professoras, então , começaram a elogiar o que ele produzia. Seis meses depois, Helena Sâmara notou diferença: “Ele está  afável com os amigos e já´relata em casa o que faz na escola, sinal de que sua percepção aumentou”.

Para Mônica, se a hiperatividade não for adequadamente tratada na infância, pode deixar seqüelas na fase adulta, como desorganização para executar  tarefas e rotinas di´rias, distração excessiva, sonolência diurna e cansaço mental. Além disso, a pessoa corre o risco de se tornar hipersensível a críticas e irritadiça, aprensentar aparente falta de motivação  e rancor  exagerado, bem como problemas de memorização.

      Como lidar com a agitação dos alunos:
Ø  Crianças hiperativas podem apresentar melhoras consideráveis sem eu comportamento e desenvolvimento pedagógico se algumas regras forem consideradas. Aí vão as sugestões da psicóloga Mônica Duchesne e do psiquiatra Ênio Roberto de Andrade:
Ø  Trabalhe com pequenos grupos, sem isolar as crianças hiperativas;
Ø  Dê tarefas curtas ou intercaladas, para que elas possam concluí-la antes de se dispersar;
Ø  Elogie sempre os resultados;
Ø  Use jogos e desafio para motiva-los;
Ø  Valorize a rotina, pois ela deixa as crianças mais seguras, mas mantenha sempre elevado o nível de estímulo, através de novidades no material pedagógico;
Ø  Permita que elas compensem os erros: sutilmente, faça-as pedir desculpas quando ofenderem os colegas ou convença-as a arrumar a bagunça em classe;
Ø  Repita individualmente todo comando que for dado ao grupo e faça-o de forma breve e usando sentenças fáceis de entender;
Ø  Peça a elas que repitam o comando, para ter certeza de que escutaram e  compreenderam o que você quer;
Ø  Dê uma função oficial às crianças, como a de ajudante do professor, isso pode melhorar o rendimento delas com os colegas e abrir espaço para que elas se movimentem mais;
Ø  Mostre os limites de forma segura e tranqüila, sem entrar em atrito;
Ø  Oriente os pais a procurar um psiquiatra, um neurologista ou um psicólogo.


             Teste pode ajudar no diagnóstico
             O site da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA) divulga um teste para auxiliar no diagnóstico da hiperatividade. Para o teste ter validade, os sintomas  devem aparecer antes dos 7 anos de idade e persistir por pelo menos seis meses, sem que  criança se dê conta deles, e em grau incompatível com o nível de desenvolvimento dela. Há um módulo específico para hiperativos, aquelas crianças que apresentam com freqüência pelo menos seis dos  dez sintomas descritos  a seguir. O teste serve como auxílio para professores e orientadores na escola, mas é preciso ter em mente que o diagnóstico final deve ser feito sempre por um médico. Por isso, oriente os pais a pedir ajuda especializada quando a criança:
q  Agita mãos ou pés ou se remexe na cadeira;
q  Abandona sua cadeira sem sala de aula ou outras situações nas quais se espera que permaneça sentada;
q  Corre ou escala em demasia em situações impróprias;
q  Tem dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente em atividades de lazer;
q  Está sempre “ a todo o vapor”;
q  Fala demais;
q  É impulsiva;
q  Dá respostas precipitadas, antes de ouvir a pergunta inteira;
q  Tem dificuldade de aguardar sua vez;
q  Se intromete na conversa dos outros ou a interrompe;
q  Tem dificuldade para seguir instruções;
q  Perde objetos com freqüência;
q  Enfrenta os perigos sem avaliar os riscos.(Revista Nova Escola, n° 132 – Maio de 2000, pg. 30 à 32.)


            “Hiperatividade – é um distúrbio de atenção que atinge cerca de cinco por cento das crianças e adolescentes de todo o mundo. Embora prejudique a capacidade de concentração e atenção,a hiperatividade  é facilmente tratável. Além de medicamentos, a  reorientação pedagógica na escola quando é necessárip aumentar o nível de concentração para aprender, embora o diagnóstico deva ser feito com base na história da criança.

            A origem do distúrbio pode ser de origem genética, segundo algumas pesquisas, e  os seus portadores produzem menso dopamina, um neurotransmissor responsável pelo controle motor e pelo poder de concentração.” (CND- Curitiba – Paraná, 2003)

           

“Se uma criança não pode aprender da maneira que é ensinada, é melhor ensina-la da maneira que ela pode aprender”. ( Marion Weichmann)


# Debilidade Psicomotora – cuja característica principal é a presença de paratonia e sincinesias; além disso a debilidade atinge a socioabilidade que esta prejudicada por isolamento, geralmene encontramos hipoatividade e distúrbios de aprendizagem, entre outros.

            Finalizando este capítulo, descreveremos um distúrbio da escrita que é classificado como um distúrbio psicomotor.


A – DISGRAFIA


É um distúrbio que se apresenta por dificuldade no controle de movimentos para a escrita. Classificamos disgrafia dentro de distúrbio psicomotor, por ser a coordenação de um sistema de movimentos eu determinam, comandam e dominam os atos motores, incluindo a escrita.

“Na disgrafia a criança apresenta dificuldade em passar para a escrita o estímulo visual da palavra impressa, é o que chamamos de “letra feia”.

Podemos caracterizar a disgrafia também pela lentidão no traçado das letras. As principais características  da disgrafia:

q Apresentação desordenada de um texto;

q Inexistência ou dificuldade em fazer margens;

q Espaço irregular entre as palavras, linhas;

q Traçado de má qualidade;

q Distorção da escrita oscilando para cima e para baixo;

q Separação inadequada das letras;

q Ligações defeituosas de letras.” (CND- Curitiba – Paraná, 2003)

Classificamos disgrafia dentro de distúrbios psicomotor, por ser a coordenação de um sistema de movimentos que determinam, comandam e dominam os atos motores, incluindo a escrita.

Causas:

·     Distúrbios psicomotores;

·     Dominância manual contrariada;

·     Problemas emocionais;

·     Portadores de D.C.M;

·     Falhas de ordem pedagógica, caracterizadas pelo desconhecimento do movimento da letra;

·     Nível de exigência, por parte de pais e educadores, que inibindo o processo de grafismo natural, exijam coloridos dentro de limites, cobrir linhas pontilhadas, etc.;

·     Nível de exigência e cobrança para que a criança copie seu nome com perfeição (pré-escola);exigência através de “cadernos especiais” para “melhorar a letra” e “cadernos de pauta dupla” que , para nos, atrapalham e inibem um processo normal e natural que muito influi na expressão do pensamento através da escrita;

·     Perseverança de exercícios gráficos ligados a copias de palavras frases e textos exaustivos;

·     Falhas na estruturação do esquema corporal;

·     Áreas de percepção visual prejudicadas (figuras – fundo), coordenação viso-motora, constância de percepção, relação espacial e posição espacial.

Características:

·     Letra excessivamente feia ou ilegível;

·     Micrografia (letra muito pequena);

·     Macrografia ( letra excessivamente grande);

·     Dificuldade em seguir o movimento da letra, da palavra, da frase e do texto, num espaço determinado e até mesmo ilimitado e livre;

·     Repassamentos.


  Convém lembrar que os amplos movimentos são comandados por uma pequena área cerebral, ao passo que os pequenos ou finos movimentos são executados por uma grande área cerebral.

      Sendo  assim, para nós, torna-se mais fácil reabilitar partindo de uma pequena área, conseqüentemente, dos grandes movimentos afetados para chegar até as grandes áreas cerebrais que comandam a multiplicidade dos grandes movimentos.

      Nosso pensamento esta voltado para as individualidade  de cada pessoa dentro deste conceito, não nos cabe rotular de disgráficos apenas  os que apresentam letra feia, pois não podemos, não devemos e não  queremos modificar o traçado gráfico da criança que passa  da idade pré-escolar. Cabe-nos respeitar e aceitar suas limitações e até as imposições de sua forma de expressão gráfica.

      Nosso aconselhamento aos educadores e pais é que pesquisem, cuidadosamente, as causas para depois trata-las de forma terapêutica adequada  e não através de exercícios inadequados, tradicionais, cansativos e até repressores que só tendem a agravar o quadro.

      Os exercícios indicados, entre outras atividades específicas, são os de coordenação global dinâmica, equilíbrio e coordenação viso-motora, além do uso adequado de materiais específicos, como as borrachas adaptáveis aos lápis, que proporcionam melhor acomodação dos dedos facilitando o apoio motor para a escrita.

      De nossa parte, procuramos reabilita as disgrafias numa sintonia com a criança e suas limitações, a escola e a família, para que o resultado seja alcançado em menor espaço de tempo e sem violentar a criança.


Prof Dr Master Reikiana
Aldry Suzuki

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