domingo, 9 de setembro de 2012

42 Técnicas de Contar Histórias - VIII CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DE UMA " BOA HISTÓRIA E NARRAÇÃO"






IV – CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DE UMA “BOA HISTÓRIA E NARRAÇÃO”


O narrador se encontra diante dos ouvintes para iniciar a história. Antes porém, é conveniente estabelecer uma breve conversa que facilite o entendimento do enredo e evite interrupções.


Por Favor !!  Não Entre!
Contando histórias.





                                                           # um cartaz –indicando que você está contando história;

                                                            # que não deve ser interrompida naquele momento.

·   Se a história gira em torno de animais domésticos e começamos  diretamente, sem preâmbulos, os ouvintes poderão interromper, dizendo: “eu também tenho um gato”... como sei disso, vou contar. “O gato de botas”, eles ficam felizes em contar sobre seu gatinho de estimação. Nem todos falam, não importa, escutam essa conversa que não deve ser longa, só o tempo necessário para que as crianças se predisponham a escutar a história de um gato que não é o deles, mas bem que poderia ser. Isso facilita também a identificação e a integração da mensagem.

·   Em história de brinquedos, bonecas, irmãozinhos, deve-se permitir à criança falar sobre a própria vivência. É uma conversa informal estabelecendo portanto, a empatia indispensável e ainda permite ao narrador conhecer melhor as crianças, além de dar-lhes  oportunidade para falar.

·   Contar histórias é uma arte, por conseguinte requer a prática de certa tendência inata, uma predisposição latente, aliás, em toda pessoa, mas é preciso despertar naquelas que se propõem lidar com crianças. Em primeiro lugar, o contador deve estar consciente de que a história é que é importante. Ele é apenas o transmissor, conta o que aconteceu  - e o faz com naturalidade, sem afetação, deixando as palavras fluírem.

·   Contar com naturalidade implica ser simples, sem artificialismo. São, também, indispensáveis a sobriedade nos gestos e equilíbrio na expressão corporal. Se o contador vivencia o enredo com interesse e entusiasmo, ele estabelece sintonia com o auditório. As emoções se transmitem pela voz, principal instrumento do narrador. Há vários tipos de vozes: adocicada, sussurrando, suave, cálida, arriscada (perigoso, temerário, intrépido), espinhenta, sem vibração, sem modulações, inertes, sem consistência, inexpressiva. O narrador tem de expressar-se numa voz definida, inconfundível tem de saber modulá-la de acordo com o que está contando, considerando os seguintes aspectos:

   Intensidade: o timbre de voz varia na razão direta da distância de quem fala a quem ouve, varia também conforme a emoção que se quer passar, juntamente com o ritmo, a inflexão e as entonações. Durante cursos de treinamentos, algumas pessoas perguntam como se faz a voz do “Lobo” ou do “Porquinho” e sendo o “Lobo” um animal de maior parte que assume na história um papel violento, o narrador engrossa a voz, torna-se mais grave. Se o foco da narrativa gira em torno de crianças, flores, seres delicados, o narrador reveste-se de ternura, sem falsear a voz. Isso é muito importante, saber modular a voz e torna-la expressiva, deverá constituir um treino constante que ela possa ser utilizada em toda a sua plenitude.

Clareza: Ela deve falar por si, sem necessidade de explicações. Significa boa dicção, correção de linguagem, evitando repetições desnecessárias, os chamados “tiques” de linguagem, daí, nés, os cacoetes (certo?, então?, ai!, entenderam?, etc), defeitos esses que podem ser corrigidos com disciplinas, impostação de voz.

Conhecimentos: Apreciar os comentários das crianças e avaliar as suas reações. Entretanto, nada disso funciona se você não gosta de crianças, se não se diverte tanto quanto elas com a história. Funciona, assim, quando é capaz de sentir que o ato de narrar é uma interação integral de captar com sensibilidade a mensagem na narrativa. A criança por si, encontra em cada uma dessas histórias um motivo que a toca particularmente de maneira íntima e pessoal.

Simplicidade: Simplicidade de linguagem. Períodos curtos e em ordem direta. Crianças e adultos entendem bem o que é simples e claro. Só prestam atenção no que lhes interessa e reagem da mesma forma diante das histórias. Só o tema as interessa, se sua linguagem está de acordo com suas necessidades e compreensão, então vem, participam e aprendem. Caso contrário, simplesmente as ignoram.

Se aprende fazer... fazendo,

            Se aprende andar... andando,

            Se aprende falar... falando,

            Se aprende a contar história ... contando história.


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