autora: Aldry Suzuki
3.4.22 –
Superar a “Síndrome de Encaminhamento”
É comum ouvirmos dos professores a
queixa de que a disciplina por parte da direção deveria ser mais rígida, mais
severa. Isto revela o equívoco da postura de “encaminhamento”:
- A transferência de responsabilidade (o professor
não sabe o que fazer em sala, encaminha aluno esperando solução “mágica”).
- As diferentes visões(ex: encaminha-se o aluno
esperando-se uma coisa e acontece outra).
- Os problemas de comunicação (ex: encaminha-se o
aluno e não se sabe o que aconteceu com ele).
Por isto, seria
importante não entrar na “Síndrome de encaminhamento”: de que adianta o
professor ficar encaminhando alunos “problemas” para a orientação educacional,
por exemplo, se o foco do conflito está em outro lugar?
Os conflitos entre alunos e
professores devem ser enfrentados, antes de mais nada, por eles próprios. Para
isto, o professor deve ter condições de, por exemplo, entabular uma conversa
mais particular com algum aluno, se as providências tomadas em sala de aula não
foram suficientes para resolver o problema(OS COMBINADOS). Se a escola não
tiver outra possibilidade, no limite, consideramos ser preferível, então, um
membro da equipe ir para a sala de aula e o professo sair com o aluno para ter
o diálogo. Alguém poderia ir logo dizendo: “Ah, se eu for fazer isto, vou
ficar mais tempo fora do que dentro da sala”. Isto aconteceria se deixasse o problema acumular; enfrentando
logo no início, logo quando surge, muito provavelmente não haverá tanta
necessidade assim de sair da sala. Isto é muito importante: enfrentar
logo no começo. Muitos professores, para “não perder tempo”, acabam
perdendo todo o tempo durante o ano, pois o tempo que o professor utiliza com
estratégias de sobrevivência, quando não consegue equacionar adequadamente o
problema da disciplina, chega a ser mais de 50% do tempo útil de aula.
A questão não é, pois, ter uma
equipe de especialistas de plantão para encaminhar alunos (fonoaudiólogos,
psicólogos, neurologistas, médicos, assistentes sociais, orientadores
educacionais, pedagogos, psicopedagogos, etc.) mas o professor ser formado, ser
capacitado ( até com a ajuda destes profissionais) e ter condições mínimas para
poder fazer melhor o seu trabalho.
3.4.23 –Papel da Equipe
Diretiva
Que postura devem ter os membros das equipes diretivas escolares
(coordenação pedagógica orientação educacional, supervisão escolar direção
etc.) ?? Entendemos que basicamente é preciso criar um clima de confiança,
baseado numa ética e no autêntico diálogo. Por exemplo:
Como vimos, os desafios a serem
enfrentamos são enormes. Se não encontrarmos um clima favorável nem entre os
companheiros de trabalho, fica muito difícil manter o ânimo e a esperança de
que as coisas podem de fato mudar.
Como entender esta construção de uma
nova disciplina na sala de aula e na escola??
Seria algo fácil, imediato??
É evidente que não; é uma tarefa
muito difícil, todavia importantíssima. Para enfrenta-la, é preciso ter uma
Lista de processo:
IV- PRECONCEITOS SOBRE
OS EDUCANDOS
O texto tem como objetivo central é
a busca da compreensão da dimensão do não aprender em relação com alguns
preconceitos postos no cotidiano da vida escolar.
Pretendemos que este trabalho, possa
fornecer alguns elementos que favoreçam a reflexão sobre o cotidiano da escola,
pelo resgate da dimensão coletiva, tanto do aprender, quanto do não aprender em
suas relações com os estigmas que se instalam neste processo.
4.1 – O
Preconceito
“uma das características fundamentais da vida cotidiana,
é a existência de juízos provisórios, porque se antecipa à atividade possível e
independe do confronto com a realidade. Quando um juízo provisório é refutado
no confronto com a realidade concreta e mesmo assim se mantêm inabalável,
imutável e cristalizado contra todos os argumentos da razão, não é mais um
juízo provisório, mas um preconceito”.
O cotidiano escolar é permeado de
preconceitos e juízos prévios sobre os alunos e das famílias, que independem e
não são abalados por qualquer evidência empírica que os refute racionalmente.
“Crianças não aprendem porque são
pobres, porque são negras, porque são
nordestinas, ou provenientes da zona rural; são imaturas, são
preguiçosas; não aprendem porque seus pais são analfabetos, são alcoólatras, as
mães trabalham fora, não ensinam os filhos...”
O que acaba ficando é a sensação do
que estamos diante de um sistema educacional
perfeito, desde que as crianças vivam uma vida artificial, sem nenhum
tipo de problemas, enfim, crianças que provavelmente não precisariam da escola
para aprender. Para a criança concreta, que vive neste mundo real, parece ser
muito difícil, se não impossível, ensinar.
Neste sentido, a escola, enquanto
instituição social concreta, apresenta-se enquanto vítima de uma clientela
inadequada”.
4.2 – A Previsibilidade do não aprender...
Um exemplo:
“Durante
entrevista com professores, realizada no 1º bimestre do ano letivo, pediu-se
que o professor indicasse em sua lista de alunos ( se sentisse habilitado) os que iriam ser
aprovados e os que seriam reprovados. Todos se prontificaram a executar essa
tarefa; nenhum questionou a prática generalizada, nem mesmo sua capacidade para
tanto. Nem a precocidade da ação...
Ao fim do ano letivo, esses dados
foram confrontados com os resultados oficiais da escola, permitindo identificar
quais e quantas crianças entre as previstas como futuras fracassadas,
fracassaram...
As previsões de reprovação, confirmaram-se
em 94,1% dos casos, um índice altíssimo que comprova o caráter auto-realizador
da previsão, transformando-a em profecia quase perfeita...
As crianças que irão fracassar são
identificadas logo no 1º bimestre letivo. Ou talvez se devesse falar em
crianças que são destinadas a fracassar...
A crença em sua capacidade preditiva
é generalizada entre os professores , sem levar em conta a influência de sua
previsão sobre a sua relação com a criança, influenciando diretamente na
aprendizagem”.
4.3 – Como os
alunos aprendem - “O Estalo”
“O discurso de diretores e professores poucas vezes se
refere ao processo ensino aprendizagem. A impressão é de que na escola ocorre
um processo exclusivamente de aprendizagem. A criança aprende ou não aprende.
Este processo de aprendizagem
“autônomo” é apresentado como decorrente de
mecanismos inatos à criança, de caráter mágico, inacessível ao
professor. Por não possuir uma chave que possibilite o acesso a este mundo
mágico, o professor nada pode fazer quando a criança não aprende.
A referência ao “estalo” constitui
uma das mais bem acabadas expressões dessa concepção de aprendizagem. O
“estalo” remete a algo misterioso que ocorre como características inerentes à
criança, independente de tudo que a cerca...
Nesta indefinição do que seja, às vezes o estalo se
confunde com o discurso da maturidade. Ou da imaturidade.
O próprio conceito subjacente de
maturidade também remete a um referencial mágico, em que a criança,
subitamente, por motivos desconhecidos “desperta “ para o mundo... Não estaria
aí embutida a ultrapassada noção de prontidão?? A criança “estalaria “ quando
estivesse “pronta “??
Finalizando, merece ser ressaltado
que a idéia de estalo não encontra respaldo em qualquer das correntes teóricas
sobre a natureza do processo de aprender. Nem o comportamentalismo, nem a
teoria gestáltica (teve início na Alemanha. Para os psicólogos
gestaltistas, como KOFFKA, KÖHLER e WERTHEIMER, primeiros pesquisadores, a
aprendizagem acontece por insight, é uma forma em que a aprendizagem se dá
“!por estalo”, parece que tudo fica claro e compreensível de repente, “Ah! já
sei” , “A! já entendi”. Os desenhistas de histórias em quadrinhos mostram como
acontece o Insight como uma lâmpada acendendo
em cima da cabeça do personagem.
De acordo com essa teoria, toda aprendizagem consiste na reorganização
perceptiva (uma percepção do todo da situação-problema), ou seja, uma
aprendizagem por compreensão, sendo que
a experiência anterior e o estímulo proposto também são fatores importantes(
dois rostos e pode ver uma taça no centro – um rosto de menina e um rosto de
uma velha) – Esta teoria da gestalt influenciou muito na área da percepção e
também da aprendizagem, por tentar explicar os aspectos correspondentes à
solução de problemas),ou a construtivista(é a aplicação
pedagógica dos estudos de JEAN PIAGET(896-1980), educador, psicólogo, biólogo e
filósofo suíço que reformou em bases funcionais as questões sobre pensamentos e
linguagem. Ao mesmo tempo pensador e cientista experimental, a PIAGET
interessava uma visão transformadora da Epistemologia. Segundo suas pesquisas,
o conhecimento é construído através da interação do sujeito com o objeto. O
desenvolvimento cognitivo se dá pela assimilação do objeto de conhecimento a
estruturas anteriores presentes no sujeito e pela acomodação dessas estruturas
em função do que vai ser assimilado. Para PIAGET, a criança se apodera de um
conhecimento se “agir” sobre ele, pois aprender é modificar, descobrir,
inventar. Nesse enfoque, a função do professor é propiciar situações para que a
criança construa seu sistema de
significação, o qual, uma vez organizado na mente, será estruturado no papel ou
oralmente.), menos ainda a sócio-histórica (O
sociocontrutivismo é uma teoria que vem sendo desenvolvida a partir dos estudo
de VYGOTSKY e seus seguidores. Vygotsky(1896-1934) graduou-se em Literatura na
Universidade de Moscou. Lecionou Literatura e Psicologia e criou um laboratório de
Psicologia no Instituto de Treinamento de Professores. Trabalhou no Instituto de
Treinamento de Professores. Trabalhou no Instituto de treinamento de Psicologia e no Instituto
nos Estudos de Deficiências em Moscou. No período de 1925 a 1934, reuniu um
grupo (do qual participaram Luria e Leontiev) e iniciou estudos sobre a crise
da Psicologia, buscando uma alternativa para
conflito entre as concepções idealistas e mecanicista. E estudo de
Vygotsky e seguidores sobre a aquisição de linguagem como fator histórico e
social enfatizam a importância da interação e da informação lingüística para a
construção do conhecimento. O centro do trabalho passa a construção do
conhecimento . o centro do trabalho passa a ser, então, o uso e a
funcionalidade da linguagem, o discurso e as condições de produção. O papel
do professor é o de mediador, facilitador, que interage com os alunos
através da linguagem num processo dialógico. O sociocontrutivismo, hoje traz em
si uma convergência das idéias piagetianas e vigotskyanas, enfatizando a
construção do conhecimento numa visão social, histórica e cultural. Piaget
trabalha com os níveis maturacionais, Vygosky trabalha com a relação
aprendizagem-desenvolvimento. O socioconstrutivismo apresenta um conceito de
zona de desenvolvimento proximal como a
distância entre o nível de desenvolvimento potencial. Diferencia nível de desenvolvimento real(aquele que se
caracteriza pelas etapas já alcançadas, resultado de processos de
desenvolvimento já completados) de nível de desenvolvimento proximal 9
capacidade de desempenhar tarefas com a ajuda de adultos ou de companheiros
mais capazes.) A zona de desenvolvimento proximal é um domínio psicológico em
constante transformação: aquilo que uma criança é capaz de fazer hoje com a
ajuda de alguém, conseguirá fazer
sozinha amanhã),nenhuma teoria
engloba conceitos, nem mesmo embriões de
idéias, em que a criança seja vista como ente “adormecido”, ausente, até o
momento em que, por fatores desconhecidos, simplesmente desperta para o mundo”.
4.4 – Alunos
doentes não aprendem...
“Para praticamente todos os
segmentos que compõem a sociedade brasileira, os problemas de saúde constituem
uma barreira para a aprendizagem e logicamente uma das principais causas do
fracasso escolar”.
Para muitos profissionais da Saúde e
da Educação, a doença impede a aprendizagem. Porém, que tipo de doença, em que
gravidade? Aparentemente estas questões não se colocam. Estar doente, não
importa a gravidade, nem a época da vida em que se esteve doente, nem o tempo,
é um estado absoluto.
Independente de formação e até mesmo
da experiência, de onde vem a opinião generalizada de que qualquer problema de
saúde compromete a aprendizagem escolar??...
Tratando-se de preconceito, não há
necessidade de rigor; diferentes preconceitos podem se fundir, se confundir, na
mesma explicação.
Aqui se põem duas questões
importantes.
Em primeiro lugar, nem a saúde, nem
a doença podem ser pensadas enquanto fenômenos absolutos, e neste sentido,
podem ser apenas um dos fatores que influenciam a aprendizagem.
Em segundo lugar, as crianças que
efetivamente apresentam problemas de saúde realmente comprometedores da
aprendizagem, na sua grande maioria, não estão nas escolas públicas, e quanto
estão, certamente em número bastante reduzido, comparativamente á clientela
escolar como um todo.
Este processo de biologização, que
coloca como causa do fracasso escolar quaisquer doenças das crianças, desloca o
eixo de uma discussão político-pedagógica para causas e soluções
pretensamente médicas, portanto
inacessíveis `a educação... isentando-a,
portanto, de suas responsabilidades junto ao indivíduo atípico”.
4.5 -Alunos
com “problemas emocionais” não aprendem...
“Ao se conversar sobre o não aprender nas escolas, é
bastante comum a referência aos fatores emocionais como causas do desempenho
escolar...
Uma criança com problema psicológico
sério poderá apresentar repercussões desse problema em todos os momentos de sua
vida, em todas as suas atividades. Inclusive na escola. Inclusive, não apenas.
Isso é óbvio demais, seria absurdo negar a importância do psiquismo sobre toda a vida do ser humano. Entretanto, também
é razoável supor que os mesmos não devam ocorrer com muita freqüência.
As pessoas que vivem no Brasil de
hoje, enfrentam, em sua maioria, problemas concretos, com os quais se defrontam
cotidianamente, podendo ocasionar alterações emocionais. Doenças?? O que seria
mais patológico, assimilar os golpes da vida e reagir ou pairar sobre a
realidade, nem se dando conta do que acontece?
As pessoas sentem, reagem,
explodem... Vivem a vida moderna. Por isso são doentes??
Nesta sociedade em que vivemos, será
que existem pessoas sem problemas de ordem emocional? Então, por que enxergar
tantos “defeitos” psíquicos...
As crianças da classe trabalhadora
apresentam problemas emocionais? Certamente, porém na em escala
significativamente diferente de crianças de outras classes sociais. Problemas
de ordem diferente, mas na com freqüência diferentes...
Mas, então quem é a criança a quem
se atribui com maior freqüência desajustes emocionais?? É a criança da
periferia, que vive em um ambiente com valores diferentes, que é constantemente
agredida pela vida, que precisa se defender para sobreviver. A criança que tem
que ser forte. Que agredida, dela se diz agressiva...
De modo geral, todas as falas sobre
problemas emocionais centram-se me comportamentos, muito mais que na
aprendizagem em si. Então, surge a indagação: o que é mais importante para a
escola... aprender ou ter o comportamento esperado??
Se se acredita que as causas do não
aprender se situam na esfera emocional, a única solução só pode mesmo ser por
meio da figura do psicólogo. A escola não tem competência – nem este é os eu
papel – para lidar com problemas emocionais.
Porém, ao
psicologizar uma questão iminentemente pedagógica, ela simplesmente transfere
responsabilidade, exime-se de seu próprio fracasso. Em última instância, delega
seu espaço para outra instituição, a saúde.
4.6 - Alunos
não aprendem porque são imaturos...
“Falar em imaturidade... pressupõe
adotar o homem adulto como padrão... O ser em desenvolvimento se transforma no
ser em amadurecimento...”.
O sistema imunológico da criança
pequena apresenta diferenças em relação ao de outras idades. Não por
incompetência, ou por imaturidade, como se diz com freqüência. É diferente
porque precisa ser assim, porque esta criança tem um ano e não trinta . Ele é
competente para esta criança de um ano, como seria lógico esperar.
A criança de cinco anos não é neurológica ou
intelectualmente imatura ... é menos
ainda, emocionalmente imatura... Se a criança fosse um adulto em miniatura,
ou apenas um adulto em potencial, não brincaria, não daria gargalhadas, não
subiria em árvores, não andaria em enxurrada, não seria feliz. Não seria uma
criança...
A cada momento, o ser humano tem as
características físicas, emocionais, cognitivas adequadas a este momento
determinado. A criança de sete anos tem a maturidade conveniente aos seus sete
anos. Ela é ela mesma, em cada fase. É pelo momento presente e não pelo que há
de vir.
Falar em imaturidade... é
desconhecer que os ser humano é um ser histórico, permanentemente em
construção. Inacabado, sim... Por isso mesmo, um agente de transformação”.
4.7
-Alunos não aprendem porque as famílias não colaboram...
“Uma das queixas mais freqüentes
que a escola faz em relação às famílias, em
tom acusatório, consistem que elas na colaboram com a escola”.
Essa falta de colaboração, que se
apresenta sob bários termos, como falta de disponibilidade, de interesse, de
responsabilidade, de vontade, de conhecimento, etc, torna muito difícil, se não
impossível à escola concretizar a sua tarefa: ensinar às crianças...
A imagem que diretores e professores
tem em sua mente ao se referirem às famílias de seus alunos, revela acima de
tudo, seu aprisionamento a uma concepção idealizada de família...
De modo geral, revelam seu
desconhecimento sobre a vida concreta das pessoas com as quais lidam direta ou
indiretamente...
Quando existe algum conhecimento,
este não costuma ser usado como elemento individualizado da criança... e
enxergar a criança como indivíduo é respeita-la, passo essencial para
estabelecer a relação biunívoca de ensinar e aprender. Com muita freqüência,
este conhecimento alimenta os preconceitos do professor em relação ao
aluno e sua família, alicerçando estigmas
pré-existentes...
Construída uma norma ideológica, a
qual nenhuma família concreta se adapta, esta passa a ser a base para a forma
de pensar consensual das pessoas... os que não se ajustam à norma, por
usufruírem de valores diferentes, ou talvez pela ausência de bens materiais, ou
simplesmente por viverem um padrão distinto de família, passam a ser
considerados, rotulados, ,como desajustados.
Famílias desestruturadas geram
crianças desajustadas, revoltadas, agressivas. Como se poderia pretender que
aprendessem ??
O campo da
normalidade/ anormalidade fica aberto para conveniências momento, de cada um. Em vez de diagnósticos – etapa
final de um processo de investigação e raciocínio – rótulos. Visto pelo
prisma da anormalidade, é o comportamento das famílias que provoca,
linearmente, a não aprendizagem...
E afinal... o que é colaborar com a
escola?
É participar?
E participar, seria a submissão às
normas impostas pela instituição, docilmente, sem questionamentos?
Seria apresentar-se à escola,
participar de reuniões, atender convocações, sobretudo sem poder discordar ou
questionar? Como dialogar, com que acredita que os pais, delegam à escola
responsabilidade que seriam suas?
Seria ajudar os filhos nas lições de
casa? E como ajudar, se a maioria dos pais já passou pelos bancos da escola e também
não descobriu a “chave” que lhe daria acesso à
aprendizagem? Será que este pai, esta mãe, que “não ensinam em casa”,
não são frutos também do fracasso escolar? E agora... é deste pai que a mesma
escola vem exigir que ensine o seu filho, que o ajude nas lições...
4.8 – Avaliar
para ensinar melhor
Para que a avaliação sirva à
aprendizagem é essencial conhecer cada aluno e suas necessidades. Assim o
professor poderá pensar em caminhos para que todos alcancem os objetivos . o
importante, diz Janssen Felippe da Silva, pesquisador da Universidade Federal
de Pernambuco, não é identificar problemas de aprendizagem, mas necessidades.
Se seu objetivo é fazer com que
todos aprendam, uma das primeiras providências é sempre informar o que vai ser
visto em aula e o porquê de estudar aquilo. Isso é parte do famoso contrato
pedagógico ou didático, aquele acordo que deve ser estabelecido logo no início
das aulas entre estudantes e professor com normas de conduta na sala de aula.
A criança deve saber sempre onde está
e o que fazer para avançar. Assim, fica mais fácil se envolver na aprendizagem.
E dá para fazer isso até na pré-escola, desde que a maneira de dizer seja
adequada à idade e ao nível de desenvolvimento da turma. É isso pode ser feito
por meio da auto-avaliação. “se o professor quer que os alunos se avaliem, deve
explicitar por que e para que fazer isso. Ele precisa perceber como essa
prática ajuda a direcionar todo o processo de aprendizagem”. (diz Janssen
Fellippe da Silva)
UM ALERTA; o professor que se
atém ao comportamento do estudante e o rotula acaba tendo uma atitude
prejudicial. O agressivo e conversador sempre tende a ser visto dessa maneira.
Assim como o atencioso e comportado. Por isso, não classifique seus alunos como
se eles fossem sempre do mesmo jeito, com hábitos imutáveis – e, o mais
importante, incapazes de se transformar. O ideal é tentar entender por que se
comportam de determinada forma diante de uma situação. Rotular não leva a nada.
MADELENA:
É uma criança que não apresenta nenhum tipo de dificuldade na leitura,
escrita, tabuada. Ela tem a letra bonita, mas só que ela começava a escrever
quase no meio da linha do caderno. Seu parágrafo era uma regulação de uns três
a quadro dedos e sua profº tinha que olhar o seu caderno e marcar com um lápis
o parágrafo, para que ela começasse a segui-lo. E uma menina inquieta em sua
carteira derruba várias vezes os seus
lápis a sua borracha é uma criança
HIPERATIVA – DISPRAXIAS.
A Professora muito atenta, quando a
criança não entende na 1ª explicação ela procura sempre mudar seu jeito de
explicar até que a criança entende.
A Professora desenha um desenho um
desenho na lousa e forma uma historinha para que as crianças passe a entender.
Outro dia ela manda as crianças cada
um desenhar o seu desenho e depois manda eles formar sua historinha, depois ela
manda cada um cantar a sua historinha.
Depois que cada criança mostra o seu
desenho e conta sua historinha , ela
elogia escrevendo que lindo !! Parabéns!! Você é maravilhoso!! Você
é a menina ou menino dos meus sonhos.
Na aula de matemática ela explica e
a criança não entende ela procura cantar para que as crianças passe a entender.
Na hora em que ela corrige seus cadernos, ela procura chamar de um em um.
As outras crianças ficam quietas no seu lugar.
O mais incrível
é que ela não bate, não grita com as crianças, ela só conversa com as crianças.
Ela não é aquela profº que dá só prova para avaliar o seu aluno. A professora
ela procura sempre dar desenhos para que ele procure pintar, contornar o seu
desenho. Procura dar brincadeiras, como uma
dinâmica, de par ou impar, quantas vezes ele jogou a bola para seu
amiguinho. E assim por diante. A profª mandar quatro, cinco, cada um com uma
letra do alfabeto para que eles possam
aprender a ler e escrever, em fim ela avalia seus alunos de várias maneiras.
Na medida em que algumas relações
humanas orientam-se por preconceitos, estas perdem sua qualidade maior, quer
seja, a promoção do desenvolvimento das partes nelas envolvidas...
Lembramos aqui, que os preconceitos
não nascem espontaneamente nas pessoas, mas são sustentados por “explicações”,
por “idéias “ que atendem a interesses, em geral, interesses da classe
dominante, que vitimam tanto aquele que sofre o preconceito, quanto aquele que
os tem.
Mas quando se estabelecem relações
construtivas entre professores e alunos, quando são levadas em conta as
características do desenvolvimento infantil, quando existe o domínio teórico
dos conteúdos a serem ensinados e a competência técnica exigida pelas ações pedagógicas, todos os alunos se mostram
capazes de aprender, pois suas potencialidades passam a ser adequadamente
exploradas na escola, e todos os professores, capazes de ensinar, pois
assumiram de fato o seu papel enquanto educadores.
Seria interessante citar as fontes de onde pegou os textos, como por exemplo, o meu livro de Disciplina. Saudações.
ResponderExcluirCelso Vasconcellos
www.celsovasconcellos.com.br
Boa Noite Prezado Celso Vasconcelos, seu nome esta na referência bibliográfica , como dividi em partes , ela esta na conclusão do livro . Você é magnânimo, meu muito obrigada por tudo. com carinho e admiração Aldry Suzuki , desculpe a demora para responder!
ResponderExcluirCelso Vasconcellos, muita paz e luz em sua existência, com glórias e realizações sempre... Parabéns, pelos seus magníficos trabalhos.
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