segunda-feira, 10 de setembro de 2012

AS MIL E UMA NOITE - CANTINHO BRASILEIRO 2011


CANTINHO BRASILEIRO 2011 – LITERATURA 6 ANO-


1 BIMESTRE




As Mil e Uma Noites


Autor: Paulo Sergio de Vasconcelos

Ao falar nas mil e uma noites, pensamos também num mundo exótico situado na Arábia . 

A origem dessas histórias, narradas em árabe, é controversa.

 Segundo algumas fontes na antiga Pérsia (hoje Irã). 

Outras teriam sido inicialmente elaboradas em Bagdá, no século IX. 

As narrativas mencionam vários países: não apenas a Arábia, O Iraque(cuja capital, Bagdá, foi um dia um poderoso centro cultural), como também Índia, norte da África (onde vem , como se verá , o mago da história de Aladim e a Lâmpada maravilhosa), e , até mesmo, China,(onde se passa essa narrativa).


Como pano de fundo dessas histórias, tem-se o mundo Islâmico, fundadno na religião Muçulmana ou islâmica, cujo iniciador foi o profeta Maomé ( em àrabe, Muhammad), que nasceu por volta de 570 d.c. na cidade de Meca, na Arábia Saudita. 


A religião islâmica é monoteísta, como a católica: acredita na existência de um só Deus, que teria ditado ao profeta , através do arcanjo Gabriel, o texto do Alcorão  (literalmente, a leitura recitada), livro sagrado dos muçulmanos. 

Islã vem do árabe islám e significa “submissão voluntária de Deus”. 

O Alcorão, além de ensinamentos sobre a fé, encontram-se em linguagem poética, regras para a conduta das pessoas em seu dia a dia, para a administração da justiça etc.


 Mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo de hoje se guiam pelos ensinamentos contidos no Alcorão. 

Mas convém lembrar que islâmico ou muçulmano não significa, necessariamente, árabe: os muçulmanos não árabes hoje em dia são muitos mais numerosos que os muçulmanos árabes. 

Além do Oriente Médio, há muçulmanos no norte da África, na Índia, Indonésia e China.  

O templo muçulmano, a mesquita( da palavra árabe masjid, significa “lugar de adoração”) não apresenta imagens de santos, ao contrário do que ocorre na tradição católica. 

O artista, ao desenhar ou esculpir uma figura viva, estaria, dando vida a um ser, para um muçulmano, uma espécie de sacrilégio, pois o único criador é Deus. 

Não obstante, sempre houve artistas muçulmanos que representaram figuras humanas.




A História Da Rainha Sherazade

Num distante País vivia um homem bonito e honrado, esse rei, de nome Shariar, já havia sido muito feliz, sem saber que sua esposa guardava um terrível segredo: apesar de fingir que o amava, ela na verdade estava apaixonada pelo servo mais indigno da corte. Um dia Shariar casualmente a surpreendeu num canto escuro do palácio nos braços do amante. Transtornado pela dor e pelo espanto, o soberano soltou um grito medonho e sacou da espada para cortar a cabeça da mulher infiel e do servo desleal. Pouco tempo mais tarde um cavalo parou na frente do palácio, e o irmão do rei, Shazaman, entrou para visita-lo.  ?Mas é inacreditável!? Shazaman exclamou. ?


Pois pouco antes de partir a mesma coisa aconteceu comigo! Encontrei minha esposa beijando um de meus servos e, como você, também puxei a espada e cortei a cabeça dos pérfidos.? Dias depois Shazaman voltou para seu reino, e Shariar ficou postado junto à fonte, contemplando as águas límpidas com um olhar pensativo.


Por fim fez um juramento terrível: ?Amanhã à noite vou me casar de novo, mas não permitirei que minha mulher desfrute os privilégios de rainha.


 Pois, quando o dia clarear, mandarei executa-la.


 Na noite seguinte tomarei outra esposa e ao amanhecer ordenarei que a eliminem. E assim hei de fazer sucessivamente até que não sobre neste reino uma única representante do gênero feminino?. Dito e feito.


 Toda a noite ele escolhia uma nova esposa e toda manhã mandava a infeliz para a morte. Seus súditos viviam apavorados, temendo perder filhas, irmãs, netas.


 Muitos fugiram para outros reinos, e por fim restou nos domínios de Shariar uma só noiva disponível. Tratava-se de Sherazade, jovem de alta estirpe, filha do primeiro-ministro do soberano.


 O pobre homem se encheu de pavor e tristeza ao saber que ela estava condenada à morte.


 Sherazade, no entanto, não se desesperou. Era mais sábia e esperta que todas as suas predecessoras, e junto com a irmã caçula elaborou um plano meticuloso.


 Terminada a breve cerimônia nupcial, o rei conduziu a esposa a seus aposentos, mas, antes de trancar a porta, ouviu uma ruidosa choradeira. ?Oh, Majestade, deve ser minha irmãzinha, Duniazade?, explicou a noiva. ?

Ela está chorando porque quer que eu lhe conte uma história, como faço todas as noites. 

á que amanhã estarei morta, peço-lhe, por favor, que a deixe entrar para que eu a entretenha pela última vez!? Sem esperar resposta, a jovem abriu a porta, levou a irmã para dentro, instalou-a no tapete e começou: ?Era uma vez um mágico muito malvado...?. Furioso, Shariar se esforçou ao máximo para impedir a narrativa; resmungou, bufou, tossiu, porém as duas irmãs o ignoraram. 


Vendo que de nada adiantava sua estratégia, ele ficou quieto e se pôs a ouvir o relato de Sherazade, meio distraído no início, profundamente interessado após alguns instantes.


 A pequena Duniazade adormeceu, embalada pela voz suave da rainha. 

O soberano permaneceu atento, visualizando mentalmente as cenas de aventura e romance descritas pela esposa. 

De repente, no momento mais empolgante, Sherazade silenciou. ?Continue!?, Shariar ordenou. ?Mas o dia está amanhecendo, Majestade! Já ouço o carrasco afiar a espada!? ?Ele que espere?, declarou o rei.  Shariar se deitou e logo dormiu profundamente. Despertou ao anoitecer e ordenou à esposa que concluísse o relato, mas não se deu por satisfeito. ?Conte-me outra!?, exclamou. 


Sherazade sorriu e recomeçou: ?Era uma vez...?. Novamente o sol adiou a execução. Quando Sherazade terminou, ela a mandou contar mais uma história. 

E assim a jovem rainha: conseguia postergar a própria morte. 

De dia o rei dormia tranqüilamente,  à noite, acordava sempre ansioso para ouvir o final da narrativa interrompida e acompanhar as peripécias de mais um herói ou heroína. 

Já não conseguia conceber a vida sem os contos de Sherazade, sem as palavras que lhe jorravam da boca como a música mais encantadora do mundo. 

Dessa forma se passaram dias, semanas, meses, anos. 

E coisas estranhas aconteceram. Sherazade engordou e de repente recuperou seu corpo esguio. 

Por duas vezes ela desapareceu durante várias noites e retornou sem dar explicação, e o rei tampouco lhe perguntou nada. Certa manhã ela terminou uma história ao surgir do sol e falou: ?Agora não tenho mais nada para lhe contar. 

Você percebeu que estamos casados há exatamente mil e uma noites?? Um ruído lhe chamou a atenção e, após uma breve pausa, ela prosseguiu; ?Estão batendo na porta! Deve ser o carrasco. 

Finalmente você pode me mandar para a morte!?. Quem entrou nos aposentos reais foi, porém, Duniazade, que ao longo daqueles anos se transformara numa linda jovem. 

Trazia dois gêmeos nos braços, e um bebê a acompanhava, engatinhando. ?Meu amado esposo, antes de ordenar minha execução, você precisa conhecer meus filhos?, disse Sherazade. ?Aliás, nossos filhos. Pois desde que nos casamos eu lhe dei três varões, mas você estava tão encantado com as minhas histórias que nem percebeu nada...? Só então Shariar constatou que sua amargura desaparecera.


 Olhando para as crianças, sentiu o amor lhe inundar o coração como um raio de luz. Contemplando a esposa, descobriu que jamais poderia matá-la, pois não conseguiria viver sem ela.


Assim,  escreveu a seu irmão  e lhe propondo que se casasse com Duniazade. O casamento se realizou numa dupla cerimônia, pois Shariar esposou Sherazade pela segunda vez, e os dois reis reinaram felizes até o fim de seus dias. .



O Pescador e o Gênio












Um pescador solitário, ao recolher certo dia sua rede, nela encontrou uma garrafa de bronze com uma rolha de chumbo. Ainda que o aspecto da garrafa fosse muito diferente das que Um pescador solitário, ao recolher certo dia sua rede, nela encontrou uma garrafa de bronze com uma rolha de chumbo. Ainda que o aspecto da garrafa fosse muito diferente das que estava acostumado a encontrar no mar, pensou que pudesse conter alguma coisa valiosa. E como a pesca naquele dia não fora boa, no pior dos casos poderia vender a garrafa a quem negociasse com metais usados.
A garrafa não era muito grande. 

No tampo estava gravado um estranho símbolo, o Selo de Salomão, Rei e Mestre. Dentro dela estava aprisionado um temível gênio. 

A garrafa fora lançada ao mar pelo próprio Salomão, para que os homens se vissem protegidos do espectro até surgir alguém que pudesse controlá-lo, encaminhando-o para sua função precípua de servir a humanidade.


Mas o pescador desconhecia tal história. Só sabia haver algo naquela garrafa que podia averiguar, retirando disso algum proveito talvez. 


Seu exterior era brilhante, uma obra de arte.



- Pode ser que aí dentro haja diamantes...- murmurou o pescador, e esquecendo-se da sentença "O homem só pode usar aquilo que aprendeu a usar", destampou a garrafa.


O pescador revirou a garrafa, que parecia vazia, então colocou-a na posição correta sobre a areia, fitando-a. Aí percebeu um tênue fio de fumaça, que pouco a pouco se adensou até formar um torvelinho. 


Assumiu então a aparência de um ser enorme e ameaçador, que lhe disse com voz de trovão:
- Sou o Chefe dos Gênios que conhecem os segredos de fatos miraculosos. Fui aprisionado por ordem de Salomão contra o qual me rebelei, e agora vou destruir você!


Aterrorizado, o pescador arrojou-se sobre a areia e gritou:
- Vai destruir aquele que lhe devolveu a liberdade?
- Eu o farei, sem dúvida - retrucou o gênio, - pois a rebelião faz parte da minha natureza, e a destruição é a minha capacidade, embora me tenham mantido imóvel por milhares de anos.


O pescador compreendeu muito bem que, além de não tirar proveito de sua inoportuna pescaria, provavelmente seria destroçado sem nenhuma razão plausível a seu ver.


Ao fitar a rolha e o selo, de repente uma idéia lhe veio à mente.
- Você nunca poderia ter saído dessa garrafa, pois é muito pequena.
- Que diz? Duvida por acaso da palavra do Chefe dos Gênios? - bradou a aparição, logo se dissolvendo em forma de fumaça e retornando ao interior da garrafa.

Mais que depressa, o pescador tampou a garrafa e lançou-a o mais longe que pode, novamente às profundezas do oceano.


Transcorridos muitos anos, certo dia, outro pescador, neto do anterior, lançou sua rede no mesmo lugar, e recolheu a mesma garrafa de bronze.


Colocou-a sobre a areia e estava prestes a abrí-la quando um pensamento se impôs em sua mente. Era um conselho que lhe fora transmitido por seu pai, que por sua vez o recebera do avô do pescador.


Eis o conselho: "O homem só pode usar aquilo que aprendeu a usar".


E foi assim que quando o gênio, despertado de seus sonhos pelo movimento de sua prisão metálica, disse através do bronze: - Filho de Adão, seja quem for, abra a tampa desta garrafa e me liberte, já que sou o Chefe dos Gênios que conhecem os segredos de fatos miraculosos. 

O jovem pescador, recordando o rifão secular, colocou a garrafa cuidadosamente numa cova e escalou um rochedo próximo em busca do refúgio de um homem sábio que ali vivia.


Após ouvir a história contada pelo rapaz, o sábio disse:
- Seu adágio é perfeitamente correto, e você tem que fazer isso pessoalmente, ainda que tenha que saber como fazê-lo.



- Mas o que devo fazer? - indagou o rapaz.
- Certamente há alguma coisa que você sente que deve fazer.
- O que desejo é libertar o gênio, a fim de que me possa conceder o conhecimento milagroso, ou talvez montanhas de ouro, e mares feitos de esmeraldas, e todas as outras coisas que os gênios podem conceder.


- Naturalmente você não pensou que o gênio poderia não lhe dar essas coisas ao ser libertado; ou que poderia concedê-las e logo depois despojá-lo delas porque você não dispõe de meios para guardá-las. Isso sem falarmos no que lhe poderia ocorrer quando você possuísse tais coisas, já que "o homem só pode usar aquilo que aprendeu a usar".



- Então como devo proceder?
- Peça ao gênio uma amostra do que ele pode oferecer-lhe. Pense numa maneira de salvaguardar essa amostra e de testá-la. 


Procure o conhecimento, não bens materiais, porque sem o conhecimento são inúteis, e esta é a causa de todas as nossas distrações.



Então, como estava atento e reflexivo, o rapaz idealizou um plano de ação enquanto voltava ao lugar onde deixara a garrafa de bronze.


Bateu na garrafa e a voz do gênio se fez ouvir, mais fraca através do metal, mas mesmo assim assustadora:
- Em nome de Salomão, o Poderoso, sobre quem recaia a paz, liberte-me, filho de Adão!
- Não creio que seja quem alega ser e que tenha os poderes que diz possuir.
- Então não acredita em mim? Ignora que sou incapaz de mentir? - bradou o gênio.
- Ignoro - respondeu o jovem pescador.
- Então como posso convencê-lo?
- Faça uma demonstração. Pode exercer algum de seus poderes através dessa garrafa?
- Sim - admitiu o gênio - mas esse poderes não servirão para libertar-me.
- Muito bem; então, conceda-me a aptidão necessária para conhecer a verdade acerca do problema que me preocupa.


Imediatamente após os gênio consumar suas estranhas artes mágicas, o pescador adquiriu consciência da origem verdadeira da sentença herdada de seu avô. 

Contemplou, também, a cena completa da libertação do gênio da garrafa, vendo além disso como poderia transmitir a outros a maneira de adquirirem tais dotes dos gênios. 

Mas também percebeu ser isso tudo quanto poderia fazer. Sendo assim, o jovem pescador pegou a garrafa e, como outrora fizera seu avô, lançou-a longe, no mar.


Passou o resto de sua vida não como um pescador, mas sim como um homem que procurava explicar aos demais os perigos que ameaçam  "o homem que busca usar aquilo que não aprendeu a usar".


Mas já que raras pessoas se viram diante de gênios encerrados em garrafas, e como, de modo algum, havia um sábio para aconselhá-los, os sucessores do pescador distorceram o que denominavam seus "ensinamentos" e parodiaram suas descrições. 

Como o passar do tempo estas se transformaram numa religião, com garrafas de bronze, em que algumas vezes bebiam alojados em templos caros e bem adornados. 

E por respeitarem o comportamento daquele pescador, esforçaram-se, de todos os modos possíveis, para emular seus atos e seu modo de ser.


A garrafa, agora, depois de muitos séculos, permanece como o símbolo sagrado e fonte de mistério para essas pessoas. 

Procuram amar-se uns aos outros somente por amarem aquele pescador; e no mesmo lugar onde ele se estabeleceu e construiu uma humilde cabana, se vestem luxuosamente e efetuam rituais sofisticados.

Sem que eles se apercebam, os discípulos do homem sábio ainda vivem; os descendentes do pescador, estes são desconhecidos. A garrafa de bronze jaz ainda no fundo do mar, com o gênio nela encerrado.


estava acostumado a encontrar no mar, pensou que pudesse conter alguma coisa valiosa. E como a pesca naquele dia não fora boa, no pior dos casos poderia vender a garrafa a quem negociasse com metais usados.


A garrafa não era muito grande. No tampo estava gravado um estranho símbolo, o Selo de Salomão, Rei e Mestre. Dentro dela estava aprisionado um temível gênio. 

A garrafa fora lançada ao mar pelo próprio Salomão, para que os homens se vissem protegidos do espectro até surgir alguém que pudesse controlá-lo, encaminhando-o para sua função precípua de servir a humanidade.


Mas o pescador desconhecia tal história. Só sabia haver algo naquela garrafa que podia averiguar, retirando disso algum proveito talvez. 


Seu exterior era brilhante, uma obra de arte.


- Pode ser que aí dentro haja diamantes...- murmurou o pescador, e esquecendo-se da sentença "O homem só pode usar aquilo que aprendeu a usar", destampou a garrafa.

O pescador revirou a garrafa, que parecia vazia, então colocou-a na posição correta sobre a areia, fitando-a. Aí percebeu um tênue fio de fumaça, que pouco a pouco se adensou até formar um torvelinho. 

Assumiu então a aparência de um ser enorme e ameaçador, que lhe disse com voz de trovão:
- Sou o Chefe dos Gênios que conhecem os segredos de fatos miraculosos. 

Fui aprisionado por ordem de Salomão contra o qual me rebelei, e agora vou destruir você!

Aterrorizado, o pescador arrojou-se sobre a areia e gritou:
- Vai destruir aquele que lhe devolveu a liberdade?
- Eu o farei, sem dúvida - retrucou o gênio, - pois a rebelião faz parte da minha natureza, e a destruição é a minha capacidade, embora me tenham mantido imóvel por milhares de anos.


O pescador compreendeu muito bem que, além de não tirar proveito de sua inoportuna pescaria, provavelmente seria destroçado sem nenhuma razão plausível a seu ver.


Ao fitar a rolha e o selo, de repente uma ideia lhe veio à mente.
- Você nunca poderia ter saído dessa garrafa, pois é muito pequena.
- Que diz? Duvida por acaso da palavra do Chefe dos Gênios? - bradou a aparição, logo se dissolvendo em forma de fumaça e retornando ao interior da garrafa.


Mais que depressa, o pescador tampou a garrafa e lançou-a o mais longe que pode, novamente às profundezas do oceano.

Transcorridos muitos anos, certo dia, outro pescador, neto do anterior, lançou sua rede no mesmo lugar, e recolheu a mesma garrafa de bronze.

Colocou-a sobre a areia e estava prestes a abrí-la quando um pensamento se impôs em sua mente. Era um conselho que lhe fora transmitido por seu pai, que por sua vez o recebera do avô do pescador.
Eis o conselho: "O homem só pode usar aquilo que aprendeu a usar".
E foi assim que quando o gênio, despertado de seus sonhos pelo movimento de sua prisão metálica, disse através do bronze: - Filho de Adão, seja quem for, abra a tampa desta garrafa e me liberte, já que sou o Chefe dos Gênios que conhecem os segredos de fatos miraculosos. 

O jovem pescador, recordando o rifão secular, colocou a garrafa cuidadosamente numa cova e escalou um rochedo próximo em busca do refúgio de um homem sábio que ali vivia.

Após ouvir a história contada pelo rapaz, o sábio disse:
- Seu adágio é perfeitamente correto, e você tem que fazer isso pessoalmente, ainda que tenha que saber como fazê-lo.


- Mas o que devo fazer? - indagou o rapaz.

- Certamente há alguma coisa que você sente que deve fazer.
- O que desejo é libertar o gênio, a fim de que me possa conceder o conhecimento milagroso, ou talvez montanhas de ouro, e mares feitos de esmeraldas, e todas as outras coisas que os gênios podem conceder.

- Naturalmente você não pensou que o gênio poderia não lhe dar essas coisas ao ser libertado; ou que poderia concedê-las e logo depois despojá-lo delas porque você não dispõe de meios para guardá-las. Isso sem falarmos no que lhe poderia ocorrer quando você possuísse tais coisas, já que "o homem só pode usar aquilo que aprendeu a usar".



- Então como devo proceder?
- Peça ao gênio uma amostra do que ele pode oferecer-lhe. Pense numa maneira de salvaguardar essa amostra e de testá-la. 


Procure o conhecimento, não bens materiais, porque sem o conhecimento são inúteis, e esta é a causa de todas as nossas distrações
o, como estava atento e reflexivo, o rapaz idealizou um plano de ação enquanto voltava ao lugar onde deixara a garrafa de bronze.


Bateu na garrafa e a voz do gênio se fez ouvir, mais fraca através do metal, mas mesmo assim assustadora:
- Em nome de Salomão, o Poderoso, sobre quem recaia a paz, liberte-me, filho de Adão!

- Não creio que seja quem alega ser e que tenha os poderes que diz possuir.

- Então não acredita em mim? Ignora que sou incapaz de mentir? - bradou o gênio.

- Ignoro - respondeu o jovem pescador.

- Então como posso convencê-lo?

- Faça uma demonstração. Pode exercer algum de seus poderes através dessa garrafa?

- Sim - admitiu o gênio - mas esse poderes não servirão para libertar-me.

- Muito bem; então, conceda-me a aptidão necessária para conhecer a verdade acerca do problema que me preocupa.

Imediatamente após os gênio consumar suas estranhas artes mágicas, o pescador adquiriu consciência da origem verdadeira da sentença herdada de seu avô. Contemplou, também, a cena completa da libertação do gênio da garrafa, vendo além disso como poderia transmitir a outros a maneira de adquirirem tais dotes dos gênios. 

Mas também percebeu ser isso tudo quanto poderia fazer. Sendo assim, o jovem pescador pegou a garrafa e, como outrora fizera seu avô, lançou-a longe, no mar.

Passou o resto de sua vida não como um pescador, mas sim como um homem que procurava explicar aos demais os perigos que ameaçam  "o homem que busca usar aquilo que não aprendeu a usar".

Mas já que raras pessoas se viram diante de gênios encerrados em garrafas, e como, de modo algum, havia um sábio para aconselhá-los, os sucessores do pescador distorceram o que denominavam seus "ensinamentos" e parodiaram suas descrições. 

Como o passar do tempo estas se transformaram numa religião, com garrafas de bronze, em que algumas vezes bebiam alojados em templos caros e bem adornados. 

E por respeitarem o comportamento daquele pescador, esforçaram-se, de todos os modos possíveis, para emular seus atos e seu modo de ser.

A garrafa, agora, depois de muitos séculos, permanece como o símbolo sagrado e fonte de mistério para essas pessoas. 

Procuram amar-se uns aos outros somente por amarem aquele pescador; e no mesmo lugar onde ele se estabeleceu e construiu uma humilde cabana, se vestem luxuosamente e efetuam rituais sofisticados.

Sem que eles se apercebam, os discípulos do homem sábio ainda vivem; os descendentes do pescador, estes são desconhecidos. A garrafa de bronze jaz ainda no fundo do mar, com o gênio nela encerrado.
ALI BABÁ E OS 40 LADRÕES




Era uma vez um jovem chamado Ali Babá. Ele viajava pelo reino da Pérsia levando e trazendo notícias para o rei.

Numa das viagens, enquanto descansava,ouviu vozes. Subiu numa árvore e viu quarenta ladrões diante de uma enorme pedra. Um deles adiantou-se e gritou: ''Abre-te Sésamo!''
A enorme pedra se moveu, mostrando a entrada de uma caverna, os ladrões entraram e a pedra fechou-se.

Quando os ladrões saíram, Ali Babá resolveu experimentar  
A enorme pedra se abriu e Ali Babá entrou na caverna. Viu um imenso tesouro e carregou o que pôde no seu cavalo e partiu direto em direção ao palácio para pedir a filha do sultão, por quem estava apaixonado há muito tempo, em casamento . 

Quando o sultão viu o dote,aceitou imediatamente.
Ali Babá ficou muito feliz e resolveu contar para todos que ia se casar. Mas para isso precisava comprar um palácio para a sua princesa. Voltou à pedra e falou: ''Abre-te Sésamo!''
Um dos ladrões estava escondido e viu Ali Babá sair da caverna carregando o tesouro. O ladrão foi contar aos outros o que viu e decidiram pegá-lo. Com as jóias, Ali Babá comprou um palácio para sua amada e avisou a todos que daria uma festa no dia do seu casamento.


Os ladrões, sabendo da festa, enfiaram-se em tonéis de vinho vazios para atacar Ali Babá à meia-noite, quando estivesse dormindo. A festa foi tão alegre que o vinho acabou. Ali Babá então, foi à adega verificar se havia mais e, sem querer, escutou um susurro: ''Já deu meia-noite?'' perguntou um dos ladrões.


''Já, mas esperem a festa acabar! Aí vamos pegar aquele que está usando o nosso tesouro.''
Voltando à festa, Ali Babá disse: ''O vinho estragou e preciso de ajuda para levá-lo daqui.''
Alguns guardas ajudaram a levar os tonéis até um despenhadeiro. ''Vamos jogá-los lá em baixo'', disse Ali Babá.

Ao perceber que seriam jogados, os quarenta ladrões estregaram-se aos guardas. Com os ladrões presos, Ali Babá ficou com o tesouro. E a princesa e ele viveram felizes para sempre com a fortuna encontrada.





As aventuras de simbad, o marujo



Simbad o Marujo


   Era uma vez, um rapaz chamado Simbad.Ele gostava de aventuras e resolveu ir para a Índia.



   Depois de navega pelos mares,Simbad desembarcou numa pequena ilha.E eis a ilha se moveu!aí perceberam que a ilha era uma grade baleia e jogaram-se ao mar.



   Simbad nadou muito para se salvar, até que chegou a uma praia deserta. então, viu um ovo de uma enorme ave marinha e teve a idéia de amarrar-se ás patas da ave quando ela viesse chocá-lo.



   A ave apareceu, chocou o ovo e depois voou. Simbad, num instante viu-se num vale cheio de diamantes, e conseguiu até pegar alguns. depois,a ave voou para o litoral e ele se soltou.



     Quando pousou perto de algumas casas.Os pescadores, então arranjaram outro barco para outras aventuras de Simbad.



     Mas,veio uma tempestade e o capitão decidiu aportar no outro lado da ilha.Enquanto descansavam  na antiga casa de piratas, um gigante ia devorar a todos, mas Simbad usou um tronco de madeira e jogou-o direto no olho do gigante, que ficou cego. O gigante fugiu tateando nas árvores.



     
Simbad e os marinheiros seguiram o gigante até sua casa.



        Lá, encontraram muitos tesouros deixados pelos piratas.Com o tesouro, Simbad voltou para sua casa e viveu feliz durante muitos anos.



ALADIM E A Lâmpada Maravilhosa








Não existem manuscritos  árabes com a história de Aladim anteriores ao século XVIII. 


Segundo Antoine Galland, primeiro editor das Mil e Uma Noites, foi um contador de histórias chamado Hanna Diab, um maronita  de Alepo  que narrou-lhe o conto de Aladim e a Lâmpada Maravilhosa em sua casa, em 1709. 


Só no século XVIII a narrativa passou a constar nos manuscritos árabes das Mil e Uma Noites.
"Aladim saudou-a com alegria", ilustração de Virginia frances Sterret  para uma edição das Mil e Uma Noites de 1928.
A origem do conto é difícil de datar pela falta de elementos no texto que ajudem a situar a ação. Segundo o estudioso René R. Khawam   é possível que o conto tenha origem na segunda metade do século XI, entre a história de Simbad  (fins do século VIII) e as Mil e Uma Noites (compiladas em árabe a partir do século XIII).Outros supõe uma origem ainda mais antiga, como E.



 Gáll, que encontrou paralelos com histórias contidas em pairos  da Antiguidade helenística  e romana do Egito e com a prática do roubo de tumbas egípcias, o que o fez propor que a história poderia ter-se originado no século VII, após a conquista árabe do Egito.

Ainda outros autores creem que o conto de Aladim contém muitos elementos europeus - introduzidos na versão de Galland - e que as versões árabes, inclusive as folclóricas, seriam baseadas nesta.

 Sinopse:Aladim é nascido na China ,entendido naIdade Média   árabe como a parte daRota da Seda   que compreendia a região do Quirguistão e Sinkiang (no noroeste da atual China).


O conto possui diversas edições, mas a maioria delas preserva o teor central do enredo. 


Na versão do Francês Antoine Galland , que inspirou as variadas traduções nos diferentes idiomas no Ocidente,  o protagonista Aladim é descrito como um jovem adolescente que se recusa a aprender o ofício do pai, que é alfaiate, sendo descrito por sua mãe como imaturo, "esquecido que não é mais criança". 


Mesmo depois da morte do pai, quando tinha quinze anos, ele não se modifica – é travesso e prefere brincar a trabalhar. 


Por este motivo, é também descrito como mau e desobediente.

Aladim mantém-se despreocupado com uma definição para sua vida até ter um encontro com um feiticeiro ou mágico  que o procurava. 

Este encontro foi determinante para modificar sua trajetória. 

O mago   possuidor de muitos poderes e capaz de realizar muitos feitos, procura Aladim como um auxiliar eficaz para concretização de uma meta específica – obter uma"Lâmpada  maravilhosa", uma lamparina semelhante àquelas utilizadas na iluminação doméstica, mas que continha um"Gênio" (em árabe djin)   que a habitava e que era capaz de realizar todo e qualquer desejo a ele dirigido.

 A lamparina com o gênio era para o mago um recurso mágico que lhe daria mais poderes e que lhe permitiria realizar os desejos irrestritamente; mas ela estava guardada no interior de um jardim encantado, em uma espécie degruta ou caverna.

 Que continha muitas joías e moedas de ouro. 


O mago pede a Aladim que entre na caverna misteriosa para retirar de lá a lâmpada e, em troca, lhe oferece uma fortuna. 

Aladim entra na caverna e pega a lâmpada, mas o mago tenta ludibriá-lo na saída da gruta, e ele acaba preso na caverna com a lâmpada. O gênio que habitava a lâmpada se manifesta após um gesto acidental de esfregá-la, e concede a Aladim a realização de seus pedidos, que são todos consumados. 

Um dos desejos de Aladim foi o de se tornar um princípe   e desposar a princesa, filha do sultão.  

Ao transformar radicalmente sua realidade pessoal tornando-se príncipe, transforma-se em adulto, casa-se e passa a ser o governador de seu reino.

Adaptações:O conto foi adaptado inúmeras vezes para o teatro, ópera, literatura e cinema. Uma adaptação particularmente  em termos de audiência foi o desenho animado  de longa metragem de Disney , Aladin , estreado em 1992.

Prof Dr Master Reikiana Aldry Suzuki

 

Prof Prof  



Nenhum comentário:

Postar um comentário