quarta-feira, 19 de setembro de 2012

DISCURSO DIRETO, DISCURSO INDIRETO - DISCURSO INDIRETO LIVRE!!





ESCOLA CANTINHO BRASILEIRO


Discurso Direto – Discurso Indireto – Discurso Indireto livre

                                                                    Discurso Direto

        O discurso direto no plano expressivo, emite  força na narração, pois constitui sua capacidade de atualizar cada fala, emitindo assim, vida ao personagem, ganham naturalidade e vivacidade, enriquecidas por elementos  linguísticos tais como: exclamações, interrogações, interjeições, vocativos e  imperativos, que costumam impregnar  de emotividade a expressão oral.

Apresenta-se alguns verbos declarativos ou  verbos de elocução que indicam quem esta emitindo a mensagem: acrescentar, afirmar, concordar, consentir, contestar, continuar, declarar, determinar, dizer, esclarecer, exclamar, explicar, gritar, indagar, insistir, interrogar, interromper, intervir, mandar, ordenar, pedir, perguntar, prosseguir, protestar, reclamar, repetir, replicar, responder, retrucar, solicitar . Note que esses verbos caracterizam até estados interiores, ou situações emocionais das personagens, como por exemplo, os verbos protestar, gritar, ordenar, e outros. Esse efeito pode ser também obtido com o uso de adjetivos ou advérbios aliados aos verbos de elocução: falou calmamente, gritou histérica, respondeu irritada, explicou docemente.

A personagem fala diretamente, geralmente é introduzido pelo sinal de travessão (-) ou vem entre aspas(“”), Há autores, no entanto, que preferem em vez do travessão colocam entre aspas as falas das personagens.

“Quando lhe entreguei a folha de hera com formato de coração (um coração de nervuras trementes se abrindo em leque até as bordas verde-azuladas), ela beijou a folha e levou-a ao peito. Espetou-a na malha do suéter: “Esta vai ser guardada aqui”. Mas não me olhou nem mesmo quando eu saí tropeçando no cesto.”    (Lígia Fagundes Teles. “Herbarium” in os melhores contos)

Na passagem do romance  de Graciliano Ramos, “Vidas Secas”, ficamos sabendo do sofrimento e da rudeza de Fabiano, o protagonista, através da forma como ele se dirige ao filho.

“ Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a chorar, sentou-se no chão.

-Anda, condenado do diabo, gritou-lhe o pai.”


Exemplos de Discurso direto

ü  Presente

O eletricista, irritado, comentou:

- agora é o interruptor que não funciona!

ü  Futuro do presente

Pedrinho gritou:

- Só sairei do meu quarto amanhã.

ü  Pretérito perfeito

esperei demais, retrucou com indignação.

ü  Imperativo

Olhou-a e disse secamente:

-Deixe-me em paz.

ü  Primeira ou segunda pessoa

ü  Yasmim disse:

- Não quero sair com Guilherme hoje.

ü  Demonstrativo este ou esse

Retirou o livro da estante e acrescentou:

-Este é o melhor.

ü  Vocativo

Você quer café, John? perguntou a prima.

ü  Forma interrogativa ou imperativa

Abriu o estojo, contou os lápis e depois

Perguntou ansiosa:

-E o amarelo?

ü  Advérbios de lugar e de tempo

Aqui, daqui, agora, hoje, ontem, amanhã.

ü  Pronomes demonstrativos e possessivos

Essa(s), esta(s), esse(s), este(s), isso, isto, meu , minha, teu, tua, nosso, nossa.

No discurso direto o narrador, reproduz textualmente a fala da personagem.



Discurso indireto

                No discurso indireto, o narrador exprime indiretamente a fala da personagem. O narrador funciona como testemunha auditiva e passa para o leitor o que ouviu da personagem. Nessa transcrição,  é imprescindível  a presença  dos verbos declarativos (dizer, responder, retrucar, replicar, perguntar, pedir, exclamar, contestar, concordar, ordenar, gritar, indagar, declarar, afirmar, mandar, etc.) seguidos dos conectivos que (afirmativo) ou se ( interrogativo), para introduzirem a fala da personagem na voz do narrador.

No discurso indireto o narrador conta o que a personagem fala.

Obs: Os sinais de pontuação (aspas, travessões, dois-pontos) e outros recursos como grifo ou itálico, presentes no discurso direto, não aparecem no discurso indireto, a não ser que se queira insistir na autenticidade do enunciado.   

A mesma passagem de Graciliano Ramos em “Vidas Secas”, no discurso indireto, o narrador “conta” o que a personagem disse. Conhecemos suas palavras indiretamente. A passagem mencionada acima ficaria assim:

O pai gritou-lhe que andasse, chamando-o de condenado do diabo.

Exemplos de Discurso Indireto

ü  Pretérito imperfeito

O eletricista, irritado, comentou que naquele momento (ou instante) era o interruptor que não funcionava.

ü  Futuro do pretérito

Pedrinho gritou que só sairia do seu quarto (ou do quarto dele) no dia seguinte.

ü  Pretérito mais-que-perfeito

Retrucou com indignação que já esperava (ou tinha esperado) demais.

ü  Pretérito imperfeito do subjuntivo

Olhou-a e disse secamente que ela o deixasse em paz.

ü  Terceira pessoa

Yasmim  disse que não queria sair com Guilherme  naquele dia.

ü  Demonstrativo aquele

Retirou o livro da estante e acrescentou que aquele era o melhor.

ü  Objeto indireto na oração principal

A prima perguntou a John se ele queria café.

ü  Forma declarativa

Abriu o estojo, contou os lápis e depois perguntou ansiosa pelo amarelo.

ü  Advérbios de lugar e de tempo

Lá, dali, de lá, naquele momento, naquela ocasião, então, naquele dia, no dia anterior, na véspera, no dia seguinte.

ü  Pronomes demonstrativos e possessivos

Aquela(s), aquele(s), aquilo, seu, sua (dele(s), dela(s)).


Discurso indireto livre

                Resultante da mistura dos discursos direto e indireto,são pontuações que marque a passagem da fala do narrador para a fala da personagem, mas com transposições do tempo do verbo (pretérito imperfeito), dos pronomes (primeira pessoa) e, como são questionamentos da personagem, os trechos aparecem geralmente com ponto de interrogação. O foco narrativo deve ser de terceira pessoa. Pois, o narrador  passa do discurso indireto para o direto sem usar o verbo declarativo ou travessão.A fala surge de repente, no meio da narração, como se fossem palavras do narrador, Mas na verdade, são palavras do personagem, que surgem como atrevidas, sem avisar.Em  outras palavras, funde-se a terceira pessoa, usada pelo escritor para narrar a história , e a primeira pessoa, com a personagem onde  exprime seus pensamentos, já que este tipo de discurso pode revelar o fluxo do pensamento da personagem (as idéias, os sentimentos, as reflexões).

Exemplos de discurso indireto livre

Carolina já não sabia o que fazer .Estava desesperada, com a fome encarrapitada. Que fome! Que faço? Mas parecia que uma luz existia...

A fala da personagem – em negrito, para que você possa enxergá-la, não foi destacada. Cabe ao leitor atento a sua identificação.

Exemplo do mesmo romance, de Graciliano Ramos “Vidas Secas”, em outra passagem do romance ,o narrador utiliza o discurso indireto livre para caracterizar a personagem de seu Tomé.

Seu Tomé da bolandeira falava bem, estragava os olhos em cima de jornais e livros , mas não sabia mandar: pedia. Esquisitice de um homem remediado ser cortês. Até o povo censurava aquelas maneira. Mas todos obedeciam a ele. Ah! Quem disse que não obedeciam?




Podemos observar que a última reflexão não é do narrador, e sim da personagem, pensando sobre a questão.

Prof Dr Master Reikiana Aldry Suzuki

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