FUNÇÕES SOCIAIS DA EDUCAÇÃO
As ações humanas estão sempre
impregnadas de crenças e valores que as orientam para determinadas finalidades.
Consciente ou inconscientemente, explícita ou implicitamente, quem vive possui uma filosofia de vida, uma concepção
de homem, de sociedade e de mundo.
Por
meio da busca do senso crítico da educação, os professores podem entendê-la,
segundo Luckesi, de três maneiras diferentes, ou seja, cumprindo as funções
sociais de:
Redendora da sociedade: concebe a sociedade como um conjunto de
seres humanos que vivem e sobrevivem num todo orgânico e harmonioso, com
desvios de grupos e indivíduos que ficam à margem desse todo. Ou seja, a
sociedade esta naturalmente composta com todos os seus elementos. O que importa é integrar em sua estrutura
tanto os novos elementos (novas gerações), quanto os que, por qualquer motivo,
se encontram à sua margem. A educação como instância social que está voltada
para a formação da personalidade dos indivíduos, para o desenvolvimento de suas
habilidades e para a veiculação dos valores éticos necessários à convivência
social, que nada mais tem que fazer do que estabelecer-se como redentora da
sociedade, integrando harmonicamente os indivíduos no todo social já existente.
Reprodutora da Sociedade: afirma que a educação faz, integralmente,
parte da sociedade e a reproduz. Aborda a educação como uma instância dentro da
sociedade e exclusivamente ao seu serviço. A educação redentora atua sobre a
sociedade como uma instância corretora dos seus desvios, tornando-a melhor e mais próxima do modelo de perfeição
social harmônica idealizada.
Transformadora da Sociedade: compreende a educação como mediação de
um projeto social. Ou seja, ela nem redime nem reproduz a sociedade, mas serve
de meio, ao lado de outros meios, para realizar um projeto de sociedade,
projeto que pode ser conservador ou transformador. Não coloca a educação a
serviço da conservação. Pretende demonstrar que é possível compreender educação
dentro da sociedade, com seus determinantes e condicionantes, mas com a
possibilidade de trabalhar pela sua democratização.
Além
disso, Dermeval Saviani(1983,p.36) nos alerta para a dificuldade, dizendo-nos o
seguinte:
O caminho é repleto de
armadilhas, já que os mecanismos de adaptação acionados periodicamente a partir
dos interesses dominantes podem ser confundidos com anseios da classe dominada.
Para evitar esse risco, é necessário avançar no sentido de adaptar a natureza especifica
da educação, o que nos levará à compreensão das complexas mediações pelas quais
se dá sua inserção contraditória na sociedade capitalista.
Sendo que o Dermeval Saviani,
indica a necessidade e cuidar daquilo que é especifico da escola, para que esta
venha a cumprir um papel de mediação,
num projeto democrático de sociedade.
Estamos
no Terceiro Milênio sob o signo da perplexidade, da crise de concepções e
paradigmas em todos os campos das ciências, da cultura e da sociedade. É um
momento novo e rico em possibilidades. Entretanto , para não sermos
omissos, a educação tradicional e a educação nova tem um traço em comum, é o
deslocamento da formação permanente individual do homem para o social, o
político, o ideológico. A educação deste fim de século tornou-se permanente e
social, onde as tendências universais, entre elas, a de considerar como
conquista deste século a idéia de que não existe idade para a educação, de que
ela se estende pela vida e que não é neutra, é a luz da história da educação. Observando
o desenvolvimento educacional do século XX, podemos afirmar que a educação
tornou-se instrumento de luta e de emancipação, associando a luta social com a
luta pedagógica. Não se trata mais de reforçar apenas a “escola para todos”,
burocrática, uniformizadora que é a essência da teoria educacional burguesa.
Uma educação para todos não pode ser conseqüência de uma concepção elitista: os
privilégios não são estendidos, mas eliminados, se quer atingir a democracia.
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