domingo, 9 de setembro de 2012

Dificuldades e Distúrbios na Aprendizagem VI COMPROMETIMENTOS PSICOPEDAGÓGICOS




Autora : Aldry Suzuki



B.5 – COMPROMETIMENTOS PSICOPEDAGÓGICOS

      Os comprometimentos psicopedagógicos têm como resultado um mau rendimento escolar acompanhado de um desfavorável desempenho da criança na escola.

      Normalmente, este comprometimento esta ligado a falhas por inaptidão para a aprendizagem, imaturidade, distúrbio psicomotor, dificuldades emocionais e conflitos ligados a criança, a escola e a família.

      Nossa experiência com crianças pré-escolares mostra qual há maior freqüência desses distúrbios no último período de jardim de infância (período preparatório) e em classes alfabetizadoras.

      Citaremos relatos de pacientes de nossa vivência:

ü  mau relacionamento da criança com a escola e/ou professora;

ü  mau relacionamento da criança com seus amigos;

ü  mudanças constantes de escolas e residências que levam a síndrome da migração;

ü  influências do bilingüismo;

ü  excesso e ma dosagem de atividades paralelas a escola que traz para a criança manipulações por diversas pessoas e técnicas diferentes (inglês, ballet, judô, natação, ginástica olímpica e etc...);

ü  choque por uma não integração escola/família;

ü  métodos inadequados para atender a individualidade de cada criança;

ü  pouca importância ao processo criativo;

ü  excesso de preocupação em exercícios e cadernos de prontidão que as vezes atendem mais as necessidades da família do que as da própria criança;

ü  desvalorização das atividades criativas não colaborando para a evolução do grafismo;

ü  métodos ultrapassados;

ü  repressões e castigos (embora amenizados, são perceptíveis pela criança);

ü  discriminação e desinteresse pela criança lenta, pela que não acompanha o grupo e pela introjetda;

ü  preferência individual pela criança mais meiga e carinhosa;

ü  excesso de valorização para as crianças que se desempenham melhor, deixando assim frustações nas demais;

ü  Conceitos, notas e gratificações escritas nos trabalhos das crianças, (muito bem, excelente; parabéns);

ü  Conceitos, notas e observações até bem intencionadas que trazem conflitos para as crianças (você precisa melhorar, vamos estudar, etc...);

ü  Falta de material(que pode até significar pobreza criativa do educador em não usar material de sucata) trazendo falta de interesse na criança por sempre usar o mesmo material que passa a não motiva-la;

ü  Distribuição inadequada de tarefas usando todas as crianças em critério de rodízio, etc...

ü   

Acrescento neste item a discalculia que nada mas é do uma dificuldade na compreensão e nos processos matemáticos, sendo que as causas podem ser pedagógicas, capacidade intelectual limitada ou uma disfunção do sistema nervoso central. Os distúrbios do raciocínio lógico podem ser encontrados em crianças que apresentam incapacidade para:

Estabelecer correspondência um a um, ou termo a termo;

Associar símbolos auditivos e visuais, (faz contagem oral mas não identifica o número visualmente);

Aprender a contagem através dos números cardinais e ordinais;

Visualizar conjunto de objetos dentro de um conjunto maior;

Compreender o princípio de conservação de quantidade;

Compreender o significado dos sinais das quatro operações (audição, subtração, multiplicação e divisão);

Compreender os princípios da medida;

Obedecer e recordar os passos das operações;

Escolher os princípios (somar, subtrair, multiplicar, dividir) para solucionar problemas. (CND, Curitiba – Paraná, 2003)

Como educadores, sabemos o quanto é difícil não falhar, mas tentaremos chegar sempre o mais próximo do quase ideal, pensando sempre que promover crianças de turmas e etapas sem que ela apresente uma prontidão para tal, só nos trará prejuízo, pois é sempre mais fácil trabalhar as áreas prejudicadas, embora com um pequeno atraso, do que para satisfazer a pais e até mesmo a escola, promove-las, deixando lacunas que as prejudicarão no resto da sua escolaridade.

            O bom senso, a observação, a avaliação e os critérios adotados devem ser cuidadosamente vistos e revistos para que se diminua o número de crianças na primeira série com etapas falhas que não foram bem trabalhadas na época ideal.

            Ressaltamos que com nossa experiência profissional consideramos como fator essencial para uma boa aprendizagem que a criança esteja bem com ela mesma e com o mundo que a rodeia.


D - ATRASO NA LINGUAGEM


            Linguagem é o processo pelo qual se  desenvolve a cultura humana. O atraso de linguagem  na sua função expressiva pode estar presente mediante transtornos em suas funções internas  (simbolizações) eu/ou receptivas (decodificações).

           Constatamos atraso de linguagem em crianças com retardo mental(PC) podendo estar afetadas as suas três funções devido a um déficit intelectual, tornando-se muito difícil para ela uma simbolização de acordo com a da sua cultura. Contudo, os atrasos de linguagem que espomos neste capítulo são os atrasos por problemas maturacionais ou psicológicos.

           Através do desenvolvimento da linguagem podemos observar a maturação e o processo de simbolização da criança.

Quando houver um atraso mais fonético do que lingüístico, podemos considerar um atraso simples da fala e quando houver um atraso homogêneo de todas as funções da linguagem, tanto fonético quanto lingüisticamente podemos considerar um atraso simples de linguagem.

O atraso simples da fala é decorrente de problemas maturacionais e de simboliza simbolização.

Podemos considerar como um atraso simples de fala ou de linguagem, quando a criança não atinge o estágio de comunicação verbal relativo a sua idade cronológica.

Para efeito de orientação descrevemos a ontogenia da linguagem, na fase pré-escolar:

1 – Fase Pré-linguística


#Balbucio: São as primeiras manifestações vocais consideradas como um ato reflexo, automático e instintivo. Surge por volta dos três meses.

# Linguagem Gesticulatória : São manifestações de exteriorização de alguns desejos através de gestos e mímica facial. Surge por volta dos 6 mese.


2 – Fase Compreensiva


#Vocalização: É o estágio em que a criança emite sons sem articulação com gritos intencionais ou experimentando a voz em fonemas vocálicos. Surge por volta dos 9 meses.

# Palavra –frase: É o período monovocabular onde surgem as primeiras tentativas de articular a voz e pronunciar as primeiras palavras para expressar seu pensamento. Surge por volta dos 12 mese.

# Linguagem Telegráfica: É um período de estilo telegráfico, pois a criança já fala algumas palavras (inclusive nome de pessoas e objetos conhecidos) de forma substantiva, formando orações rudimentares. Surge por volta dos 15 meses.


3 -  Fase da Organização do Pensamento Concreto


# Linguagem Designativa: É o estágio em que a criança refere-se a si mesma pelo próprio nome, emprega a conjunção “e” e o progressivo “meu”, aprendendo a noção de que cada coisa tem seu nome. Nesta etapa a palavra serve para traduzir necessidades (fase do egocentrismo) e começam as perguntas insistentes. Surge aos 18 meses.


4 – Fase da Interioriazação


# Linguagem Oracional: Neste estágio podemos considerar o início da solicitação da criança que já começa a usar orações mais complexas do ponto de vista gramatical ( substantivo, adjetivo, advérbio) embora de forma restrita a começa a usar o pronome eu referindo-se a si mesma. Surge por volta dos 3 anos.

# Linguagem Melonatica:Nesta etapa  a criança descobre o futuro e intensificam-se as perguntas. O vocabulário  esta por volta de 500 palavras e já integrou a terceira pessoa do verbo, utilizando também o possessivo “seu”. Surge aos 4 anos e vai até os 5 anos,quando as percepções já estão integradas, apresentando um enriquecimento progressivo do vocabulário com maior facilidade de abstração. Aos 6 anos, o pensamento não se dá mais por analogias,  tornando-se lógico e concreto.

            A respeito das causas dos atrasos simples de linguagem, devemos considerar as condições sócio-culturais, as alterações das funções intelectivas, a baixa estimulação externa para seu desenvolvimento psicolingüístico, problemas emocionais decorrentes do relacionamento familiar, bilinguistico e imaturidade neurológica. Quanto aos atrasos simples da fala, encontramos as hipoacusias , baixa estimulação externa para o seu desenvolvimento psicolingüístico, problemas emocionais decorrentes do relacionamento familiar, bilingüismo e imaturidade neurológica .


C.1 – ATRASO SEVERO DE LINGUAGEM


            É um distúrbio emocional resultando numa desordem da organização do “eu” e da relação da criança com o mundo que a cerca.

            Encontramos alterações de linguagem como destruição, redução, e neoformação.

            A destruição significa perda da ordem, da organização e do funcionamento da linguagem. Verificamos o desaparecimento da estruturação presa ao diálogo que se desintegra e desaparece em formas mais complexas até mesmo gramaticais. A função é vista como se desaparecesse as noções que foram adquiridas por últimos na evolução da criança, portanto, perde-se e desaparece  a função simbólica, chegando a casos de total desaparecimento(funcional) da linguagem, ficando a criança a nível de emissão de uma série de sons sem conteúdo semântico a que chamamos de linguagem de linguagem motora.

            Quando o paciente encontra-se neste nível, apresenta uma ecolalia  que representa seu nível de destruição. A ecolalia é para ele o que ele ouve dos outros e as vezes o que até acaba de ouvir minutos antes, podendo também apresentar repetição de sons ouvidos em outras situações que se repetem  automaticamente. A ausência da identificação pessoal é a  troca da primeira pela terceira pessoa, é a desordem da organização do seu Eu, referindo-se a sim próprio como “ele” e não como “eu”.

            A redução e a expressão do vazio, da desagregação do paciente. A linguagem se reduz e os períodos são substituídos por frases isoladas, chegando até a palavra frase. Chama-se de linguagem telegráfica . Esta redução poderá evoluir até o mutismo total.

            A neoformação e neologismo de início lingüístico que muitas vezes pode redundar em uma nova linguagem, aparecendo as vezes total recusa do paciente em se expressar convencionalmente. Normalmente esses distúrbios podem vir acompanhados de alterações do timbre e da intensidade da voz que estão relacionadas  com o processo de atraso severo de fala  que tem origem central, não tendo nada a ver com os órgãos da articulação.

            As causas da fragilidade das estruturas dessas crianças ainda  são discutíveis, pensa-se em cargas genéticas que passam de geração e que dentro da relação familiar e necessário se eleger alguém que é a mãe e, por acaso, pensa-se e suspeita-se de hereditariedade, fatores bioquímicos, fatores emocionais graves, papel da mãe desde a fase que foi gerada até o desmame.

            As características ainda não estão definidas, citaremos algumas:

- Crianças que não organizam seu pensamento e apresentam total desinteresse diante de um brinquedo ou trocam de brinquedos sem estilo e muitas vezes são agressivas com esses brinquedos podendo até  destruí-los. Observamos que a medida em que o pensamento começa a se organizar as brincadeiras e os brinquedos também o fazem, fazendo com que essas crianças brinquem por todo tempo indefinidas, mostrando-se totalmente desligadas do ambiente e os que as rodeiam.

-                                          - Irritabilidade quando tentamos desliga-las de sua brincadeira podendo chegar a uma hiperatividade de insistirmos.

- Apresentam um prejuízo no grafismo, negando-se as vezes a desenhar quando solicitadas, apresentando-se quase sempre na fase da rabiscação e/ou com desenhos estranhos.

- A linguagem apresenta-se bastante prejudicada preferindo sempre o uso do ele através de molongos simples.

- As crianças as vezes ainda não iniciaram nada, ainda não começaram.

- Atitude da ansiedade, mostrando-se quase sempre assustadas.

- Não compreensão da ansiedade, mostrando-se quase sempre assustadas.

- Não compreensão intencional de comunicações verbais, mesmo que se use gestos ou sinais.

- As vezes  observa-se nenhuma tentativa de imitação gráfica.

- Fixação a figura materna   nem sempre demostrada.

- Ritmo de procura sem encontro principalmente no que diz respeito aos brinquedos.  

- Pegam-nos e largam-nos, podendo até nem se interessar em pega-los.

- Há uma grande dificuldade de relacionamento, principalmente, quando é com mais de dois.

- Pouca receptividade da mãe com o filho.

De nosso trabalho, podemos dizer que a terapia fonoaudiológica  deve ser complementada com a atuação de uma equipe multiprofissional, que será incorporada a criança lentamente.

- Observamos que a criança com severo atraso de linguagem luta para se manter isolada, parecendo não querer se comunicar. Cabe-nos persistência, tranqüilidade e paciência para trata-la.

Em alerta a educadora, lembramos que estas crianças são muito sensíveis a pessoas “novas e estranhas” e principalmente quando elas são tratadas por uma “equipe”.

            Aconselhamos que mudanças de terapeutas devem sob qualquer  hipótese ser evitadas pois elas reagem a modificações que logo observamos pela mudança de seu comportamento. Levando até a casos de regressão terapeutica. Nossa experiência tem mostrado êxitos na terapia fonoaudilogica que não tem por finalidade específica fazer com que a criança fale. É importante para nos um desenvolvimento mais amplo de sua fase oral que sempre se apresenta carente. Nos preocupamos com seu  desenvolvimento psicomotor, com sua criatividade e com especificamente a sua linguagem seja ela de que forma for. Na estimulação dessa linguagem expressiva, assim como de todas as áreas em que a criança e carente, é utilizada terapia de forma lúdica, usamos música e um instrumento como direção desta.

            Finalizamos dizendo que em nossa experiência altamente positiva  com pacientes portadores de severo atraso na fala, a família é de real importância, principalmente a mãe, que tem de ser trabalhada paralelamente para aceitar e ajudar seu filho.

            Nossa conduta terapêutica e de que a criança seja mantida em escola de crianças normais(principalmente os pré-escolares) e que  o elo escola, terapeutas, família seja uma constante.

            A terapia que empregamos não é programada e sim conduzida conforme o estado emocional e sua disponibilidade naquele momento e contato terapêutico.

            Reintegra-lo, dar fala ao seu “eu” consiste o básico para nos neste distúrbio tão grave.


D- AFASIA


            É um termo que não é coerente com o distúrbio que representa porque tem todo afásico apresenta ausência de fala, mas sim transtornos de linguagem interferindo na fala (disfasia), podendo chegar até ausência de fala (afasia).

”Entretanto afasia está associada à pertubação da linguagem decorrente de distúrbios no funcionamento cerebral. Caracteriza-se por falhas na compreensão  e na expressão verbal.

Podemos observar a afasia em uma criança que:

o  Ouve a palavra mas não consegue interioriza-la com significado;

o  Apresenta gestos inadequados e deficientes;

o  Demora em compreender o que lhe é solicitado;

o  Confunde frases ou palavras com outras similares;

o  Apresenta dificuldade de evocação, exteriorizada por ausência de respostas ou tentativa incompleta para achar a expressão ou emissão que a substituem.” (CND, Curitiba- Paraná, 2003)

Algumas vezes, a dificuldade de evocação manifesta-se com substituições do tipo descritivo, como coisa de comer  em lugar de colher, em outras, é parafrásica : garfo em lugar de colher.

            Nos casos mais graves de afasia, a recepção oral está sempre prejudicada, ou seja:  a criança é incapaz de compreender o que ouve.

            Quanto a inteligência, as crianças afásicas  não apresentam deficiência em testes não-verbais.

            O aluno que manifesta características afásicas deve ser encaminhado ao foniatra, que se encarregará da terapia, fazendo a correção de seu gesto, criando um significado e iniciando a linguagem.(Distúrbios da fala. Fiu- Pereira Barreto)

Mas, para não criarmos grandes controvérsias, momentaneamente consideramos o termo afasia, levando em conta que esta nossa abordagem será em crianças fisiopatologicamente diferentes de uma afasia em adultos, visto a ilogicidade em comparar a integração e a organização funcional do encéfalo são adulto com o da criança pequena.

            Geralmente, a designação de afasia infantil é um rótulo sintomático diagnosticado pelo fonoaudiologo para caracterizar os distúrbios de linguagem de origem neurológica , excluídas as alterações sensoriais, intelectuais ou psíquicas que possam se apresentar por ausência de linguagem.

            A nossa classificação das afasias infantis foi baseada em ORLANDO SCHRAGER:

Afasia Sensorial Infantil

1)      afasoidismo – caracterizado por uma perturbação compreensivo-expressiva.

2)      Surdez troncular integrativa – caracterizada por uma pertubação severa devido a falta de conexão entre os diferentes níveis do SNC para a formação verbal e proprioceptivo-cinestésica.

3)      Agnosia auditiva – caracterizada por uma pertubação severa onde os sons puros não adquirem significado.

Afasia mista infantil

1)      síndrome cortico-sub-corticais caracterizada por um transtorno misto de compreensão e expressão, de grau variável.

Afasia Motora Infantil

1)      Apractognosia infantil – caracterizada por atraso na aquisição da fala, com falhas do esquecimento corporal, proprioceptividade, percepção e potencialidade corporal, com nível de compreensão relativamente bom.

2)      Desorganização proprioceptiva – vestibular caracterizada por apraxia, dispraxia para a linguagem falada por não estruturação do esquema corporal a alterações posturais, do equilíbrio do tronco muscular que impedem o desenvolvimento da potencialidade corporal e conseqüentemente, o aprendizado.

Levando em conta que o diagnóstico diferencial da afasia deve ser feito por uma equipe médica e terapêutica, descrevemos aspectos genéricos que são observados em crianças afásicas e que servem de orientação para pais e educadores, em geral:

·         dificuldade em comunicar-se;

·         isolamento;

·         audição variável;

·         difícil reconhecimento de sua imagem corporal;

·         dominância lateral não definida;

·         falhas no desenho do corpo humano;

·         falhas de percepção visual;

·         falhas de atenção e memorial;

·          a inteligência pode estar próxima do normal, dependendo da lesão;

·          linguagem interior pobre e mal integrada;

·         compreensão pobre e nula;

·         expressão pobre ou nula.

      Atualmente, usamos o atendimento precoce a criança que não consegue seguir as etapas de linguagem, com orientações a família que será a  nossa grande colaboradora para o processo de estimulação nas A . V. D., contribuindo assim para um desenvolvimento mais rápido da criança.

  Convém esclarecer que independentemente dos processos citados, existem patologias neurológicas e neurocirúrgicas bem definidas, tais como: hemorragias cerebrais, isquemias e tumores que podem levar, conseqüentemente a uma afasia adquirida que após o tratamento neurológico será encaminhada a equipe terapêutica  para a reabilitação. Lembramos também, de que a afasia adquirida na criança difere da do adulto, na sua reabilitação,em virtude da própria estrutura cerebral ainda estar num processo de amadurecimento, ao passo que no adulto, o seu sistema nervoso já esta estruturado.

      Finalizando, é importante diagnosticar o mais precocemente possível a afasia infantil porque o atraso em seu tratamento adia as possibilidades de melhorar o completo sistema de inter-comunicação para associar a linguagem com as experiências vividas.


E – DEFICIÊNCIA AUDITIVA

      O desenvolvimento da função auditiva é todo um processo que o individuo passa desde o momento em que nasce até a habilidade plena de ouvir reconhecer e interpretar os sons através do que ouve.

-  Classificação dos distúrbios auditivos:

# hipoacusia leve – è a diminuição da audição ou seja a incapacidade de ouvir a voz normal além de uma distância de 3 metros.

# hipoacusia moderna – é a dificuldade de ouvir conversa normal a pequena distância ou seja 1 metro.

# hipoacusia grave – o paciente não pode ouvir conversação a não ser em voz alta ou com o uso de próteses.

  • Causas:
  • Podem ser adquiridas (otites comuns na infância, tampões ceruminosos, etc...) e podem ser congênitas ou hereditarias-microtia e melotia (atresia do meato acústico externo) membrana do tímpano rudimentar ou ausente, etc. Na hipoacusia grave a rebeola  e a principal causa adquirida pela mãe no terceiro mês de gestação, e a sífilis.


-          Quanto a localização do fator etiológico:

Disacusia de transmissão ou condução:

     # Características – lesões situadas no aparelho transmissor da onda sonora, que é formada pelo ouvido        externo e ouvido médio.

# Causas – ouvido externo – tampão ceruminoso, otite externa, corpo estranho, traumatismo, etc...

                    ouvido médio – modificações na membrana do tímpano:

  • otoesclerore;
  • retração;
  • espessamento;
  • processo inflamatórios do ouvido médio;
  • traumatismo, etc.


Disacusia de Percepção ou Neuro-sensorial:

Características – o elemento lesivo se localiza no órgão de corti e/ou num nervo acústico ou nas vias auditivas centrais, da cóclea e retrococlea (tronco cerebral e lobo temporal).

Causas – ouvido interno – problemas vasculares, problemas traumáticos, processo inflamatórios e infeccionsos, trauma acústico, alguns medicamentos específicos.


Disacusia Mista:

Características – comprometimento simultâneo da patologia  que lesa o ouvido externo, o médio e o interno, na transmissão e percepção. Como exemplo podemos citar os casos de otoesclerose em estados avançados, otites crônicas e etc...

-          Problemas audiológicos na criança e os distúrbios de linguagem.

Um estudo médico e terapêutico  complexo e essencial para o início do trabalho com o deficiente auditivo.

Esperamos desse resultado condutas para analisar a linguagem da criança, sua capacidade mental, seu estado psicológico(estudo do seu comportamento e seu desenvolvimento afetivo) e uma posição psicosocial.

A nível fonoaudilógico observamos  uma linguagem muito rudimentar às vezes inexistente, presença da linguagem mínima gestual aonde vamos através de atividades lúdicas(jogos e etc...) observar possibilidade de comunicação da criança.

Partindo do princípio de que existe linguagem propriamente dita, trabalharemos a evolução de seu nível de expressão verbal, de elementos da palavra, onde encontraremos na articulação, na voz, etc...

E importante avaliar e comparar a compreensão e a realização do ato da linguagem expressiva como nível auditivo mental e emocional que se encontra na criança. Assim podemos julgar a linguagem e como ela mesma pode e deve estar atuando e servindo de meio de comunicação para a criança.

E importante citar que após a avaliação fonoaudiológica, deve-se encaminhar o paciente para um otorrino que avaliará a criança visando um estudo de audição através de um registro que graficamente nos fornece as perdas auditiva. Esse registro gráfico chama-se audiograma, que de  acordo com as respostas aos sons puros de diversas freqüências nos da uma resposta aos sons e uma medida objetiva da função auditiva. Esse exame tem a denominação de audiometria.

A equipe que avaliou e reeducará a criança, deverá orientar o otorrino a prescrever o uso  de prótese auditiva que e primordialmente médica, já que caberá a este diagnosticar a patologia auditiva do paciente e ver se há ou não indicação.

A difícil tarefa do otorrrino é a seleção do aparelho adequado para  cada criança. Sabemos que em princípio e em alguns casos a prótese poderá ser uma alternativa no tratamento e o paciente em alguns casos poderá escolher entre uma cirurgia ou uma prótese. Em outras situações a prótese poderá ser complementar a cirurgia.

Citar os casos de pacientes que precisam de prótese, é para a equipe muito difícil, pois sentimos que a prótese auditiva esta ligada ao meio sócio-cultural do paciente.

A utilização de prótese otofonicas nas crianças cria as vezes problemas especiais. Atualmente adaptamos a prótese o mais cedo possível. Alguns médicos aconselham sua utilização aos 18 meses de idade. Nos particularmente aconselhamos o médico a medir a idade mental da criança para que sua adaptação seja ideal e não tão precoce, a nível de haver rejeição ou inadequação. Sentimo-nos responsáveis pela criança, pois ela  necessita ser ouvida e entendida para que se estruture para a expressão.

Aconselhamentos de atividades especificas que facilitarão o desenvolvimento da criança com problemas auditivos (consciência auditiva, científicação auditiva, discriminação auditiva, seguência auditiva, memória e ritmo “percepção auditiva”, rimas e brincadeiras auditivas).

Pensamos sempre que nunca precisaremos ensinar a criança os “sons do mundo”, e sim fazer com o decorrer do tempo que ela vá adquirindo sua linguagem dentro de suas limitações e de nossos conhecimentos para ajuda-la.

Lembramos ainda que o ouvido humano é composto de mecanismo de defesa para os sons produzidos pela natureza. Logo, não estamos capacitados auditivamente para agüentar os sons que o homem vem produzindo crescentemente sem limites que acabam trazendo danos severos e até irreversíveis para a audição.


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