autora Aldry Suzuki
VII-
CONCLUSÃO
Foi minha intenção, ao elaborar esta apostila, esclarecer
a respeito dos distúrbios das aprendizagens infantis. Procurei dar uma forma de
cunho didático e acessível, a fim de que a mensagem fosse recebida como um todo
integrado, e não um somatório de partes, conceitos, etc...
Acredito que muitas transformações
no ensino do sistema educacional são necessárias, pois por mais esclarecidos e
bem intencionados que possam ser nossos educadores, ainda constatamos posturas
extremamente conservadoras e tradicionalistas de relacionamento com nossas
crianças, gerando conflitos com o mundo externo dinamizado, no dia-a-dia, o
mundo externo limitante das escolas e o mundo interno, de si própria ,quando é
fundamental que esses três mundos possam estar integrados, ou que pelo menos
não sejam extremamente contraditórios, para que a criança não sofra com choque
de valores mutantes temporo-espaciais.
Educar não pode significar
violentação. Educação deve ser encarada como transformação, permissão,
crescimento e liberdade consciente de opção.
Aprender é descobrir que algo é
possível de ser trabalhado despertando a consciência de que estamos
crescendo,podendo interferir de alguma forma no processo, mesmo que ele não
esteja muito claro diante de nossa cognitude.
A criança, como um ser dinâmico, sensível
e descompromissada das necessidades do adulto esta mais aberta para assimilar
as informações recentes e extrapola-las de forma progressiva.
Qualquer sintoma de regressão é
sinal de que algo não esta indo bem, pois para que haja saúde é necessário um
equilíbrio estruturado na coordenação das funções que atuam no ser humano.
Como profissional coerente, não
devemos trabalhar com crianças através de tutelas, nem permitir que ela seja o
“bode expiatório” da família. Temos de admitir que nossa função é de ajustar a
criança a si própria, enfocando-a como um ser capaz de ter consciência de suas
dificuldades, na medida em que se descobre.
Ultimamente, meu maior
questionamento esta objetivado em relação à escola, a família e a muitos
profissionais da área de saúde que, desconhecendo o trabalho terapêutico de um
fonoaudiólogo, insistem em rotular, bloquear e dificultar o tratamento, de
forma indireta.
Nos dias de hoje ainda existem
testagens tradicionais e rótulos
indiscriminados onde agridem aos profissionais da área terapêutica e
fonoaudióloga que sentem-se prejudicados
e com isto o maior prejudicado e a CRIANÇA.
Finalmente, acredito que a
construção de uma sociedade mais justa, mais livre e mais “humanizada”, só
poderá vir a ser cogitada quando os homens forem mais autênticos, mais
assumidos e mais verdadeiros, tal qual nossas crianças: disse o mais sábio de todos os filósofos.
“Para refletir:A qualidade da
presença do educador”.
Não é o número de horas que
passamos com nossos filhos, nossos amigos, nosso esposo, nossos pais, que
conta. Mas é a qualidade dessa presença que conta.
O tempo passa. É
irreversível, não volta atrás. Tudo o que acontece, acontece para sempre. Cada
acontecimento é irreplegível, irreproduzível. Aquele instante, nós o vivemos apenas
uma vez. O instante que passa jamais voltará. Mas, apesar de toda essa
dramaticidade, o tempo pode ser uma imensa rotina. Vamos vivendo, às vezes sem
perceber realidades profundas, deixando que a vida se gaste num terrível
monotonia de acontecimentos aparentemente iguais. Só existe rotina para quem
não valoriza o tempo. ... gente que
gasta o tempo, perde o tempo, foge do tempo – deixando escapar sua própria
realidade profunda.
Ora, o tempo não se valoriza pela
quantidade, mas pela qualidade. É a qualidade dos nossos atos que valoriza o
tempo. É essa presença – qualidade que deve ser a marca do Educador. Presença
que é compromisso e atuação, com sua tríplice dimensão de passado, presente e
futuro.
PASSADO: que é assumido
integralmente( e jamais negado ou fantasiado)
PRESENTE: que é questionado com
clareza.
FUTURO: que deve ser dinamizado
com ousadia.” (CND, Curitiba, Paraná, 1999)
Aqui vai um dizer de Paulo Freire
que o sito sempre: “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela
tampouco a sociedade muda. Se a nossa opção é progressista, se estamos a favor
da vida e não da morte, da eqüidade e não da injustiça, do direito e não do
arbítrio, não temos outro caminho senão viver plenamente assim a distância
entre o que dizemos e o que fazemos.”
Por amor a educação encontro-me
aqui.
Prof Dr Master Reikiana Aldry Suzuki !
VIII -
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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para estimulação das múltiplas inteligências. Petrópolis, RJ:Vozes, 1998.
CND, Curitiba, Paraná,
2003.
COLLARES, Cecília
ªL., MOYSÉS, M. Aparecida ª preconceitos no cotidiano escolar: ensino e
medicalização. São Paulo: Cortez, 1996.
ESTRELA, Maria
Tereza. Relação pedagógica, disciplina e indisciplina na aula.
2.ed.Porto:Porto,1994
FOUCAULT,
Michel. Microfísica do poder. 2.ed.Rio de Janeiro:Graal, 1981.
MARTINS, Márcia Lígia.
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MATTOS, Carlos.,
DRUMMOND, Regina B. Dificuldades de Aprendizagem. Curitiba, Paraná ,
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PERRENOUD,
Philippe. Ofício de aluno e sentido do trabalho escolar. Porto:Porto,
1995.
REVISTA NOVA
ESCOLA, nº 132 – Maio de 200, pg. 30 à 32.
VASCONCELOS,
Celso S. Disciplina: construção
da disciplina consciente
e interativa em sala de
Aula e na escola. 7.
ed. São Paulo: Libertad, 1996.
-------------.
Para onde vai o professor: resgate do professor como sujeito de
transformação. 3.ed. São Pau
lo:Libertad,
1996.
-------------.
Disciplina consciente e interativa:notas introdutórias . Associação dos
Orientadores Educacionais do R.G.do Sul, 1996. mimeo.
Profr Dr Master Reikiana Aldry Suzuki
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