quarta-feira, 26 de setembro de 2012

PLANEJAR NA EDUCAÇÃO!! ALDRY SUZUKI




PLANEJAR É...


Fazer a planta da casa, prever o futuro desejável, verificar as possibilidades, os limites que se tem; estudar o terreno, vendo dificuldades e pontos de apoio;propor ações, modos de agir e regras, para construir a casa de modo que ela fique o mais próxima possível da realidade expressa pela planta.(Gandin e Cruz)




            Planejamento faz parte da nossa vida. Pense no seu dia-a-dia: você planeja a que horas vai acordar, o horário que pretende sair de casa, o caminho que vai seguir para chegar ao trabalho ou a outro lugar, as tarefas que deve cumprir... você planeja uma viagem, um curso, casamento, filhos... vida.


            Planejar é analisar uma dada realidade, refletindo sobre as condições existentes, e prever as formas alternativas de ação para superar as dificuldades ou alcançar os objetivos desejados. Portanto, o planejamento é um processo mental que envolve análise, reflexão e previsão. (Haydt,1997:94) No campo da educação temos vários níveis de planejamento de acordo com os âmbitos administrativos: sistema, escola, currículo e ensino (curso, unidade didática e aula).


            O planejamento didático ou de ensino constituiu a expressão das ações e procedimentos que o professor/a professora realizará junto a seus alunos/suas alunas, em conformidade com objetivos educacionais anteriormente definidos. É a operacionalização do plano curricular.


            Entre os autores tradicionais, a principal utilidade do planejamento didático é neutralizar a rotina e a improvisação. Mas podemos acrescentar benefícios: um planejamento serve para explicitar a intencionalidade e o compromisso de uma ação, indicar a racionalidade da dinâmica a adotar(metodologia), dirigir o empenho dos participantes, estabelecer critérios de rendimento, localizar falhas e prover ajustes oportunos; serve para adequar/adaptar o processo ensino-aprendizagem; serve para amparar a inventividade docente.


            A intencionalidade e o compromisso de uma ação estão invariavelmente relacionados aos objetivos do ensino. A determinação dos objetivos educacionais específicos no planejamento de ensino condiciona a seleção do conteúdo e dos procedimentos de ensino e estratégias de aprendizagem para uma situação dada.


            A noção de objetivo no planejamento didático significa: um resultado esperado em função de uma ação particular. Ou melhor ainda, o objetivo educacional é um ponto de chegada de uma ação que conduz à mudança (Martin e Savary, 1996). Ele é preciso, observável e personalizável (expressa-se em cada pessoa).


            Os objetivos no planejamento didático se exprimem de acordo com a estrutura da seqüência das aprendizagens. O seu começo, no entanto, parte das seguintes considerações (Meirieu, 1998:129-135):


a)      Só se pode ensinar, apoiando-se no sujeito, em suas aquisições anteriores, nas estratégias que lhe são familiares. Paradoxalmente, o que é determinante em uma aprendizagem é o “já-existente”.


b)      A ação didática deve, portanto, esforçar-se para fazer com que haja a emergência da informação que possibilita essa articulação.


c)      A ação didática, se só pode partir do sujeito tal como ele é, deve ter como fim enriquecer suas competências e suas capacidades e permitir que ele experimente novas estratégias.


     Planejar o ensino é adapta-lo às estratégias de aprendizagem dos alunos; é descobrir aquilo que se pode variar em seu ensino, como se pode negociar a situação-problema, adaptar a programação didática, organizar um quadro de propostas e recursos(Meirieu,1998).


      Todos conhecem a forma tradicional de planejar o ensino. Todavia, em muitas partes de nosso mundo, a escola rompeu com a transmissão clássica de conhecimentos e introduziu a “pedagogia do problema”. Assim, fala-se menos em aula e mais em atividades, tarefas,


      Uma aula ou uma unidade didática(algumas aulas) supõe atividades que devem ser selecionadas segundo as condições e necessidades dos alunos/das alunas, as quais podem ser assim resumidas (Meirieu, 1998:150-1):




Sensibilização: aquilo que “prende” e permite iniciar mais facilmente o trabalho...


Identificação: aquilo que ajuda a ficar atento, a escutar, ver ou ler aquilo que é proposto...


Estruturação: aquilo que facilita a compreensão, permite ligar o que se aprende aquilo que já se sabia e construir um sistema de explicações...


Apropriação: aquilo que permite tornar efetivamente sua aprendizagem, é capaz de explica-la a outrem e de responder a suas eventuais questões ou objeções...


Memorização: aquilo que fornece os meios de acumular as aquisições efetuadas a fim de poder restituí-las...


Revisão: aquilo que garante a melhor eficiência  nas retomadas e revisões sistemáticas efetuadas posteriormente sobre conjuntos de conhecimentos...


Transferência: aquilo que torna possível a utilização pessoal de um conhecimento em um novo contexto, sua aplicação em situações inéditas.


Auto-avaliação: aquilo que coloca o sujeito em situação de visão crítica sobre seu próprio trabalho e o ajuda a melhorar seus resultados...




Boa leitura, com carinho Prof Dr Aldry Suzuki


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