Noções de Morfologia. Substantivo próprio/comum; concreto/abstrato;
simples/composto; primitivo/derivado; coletivo.
LIÇÕES DE PORTUGUÊS
1 – TEMA: Noções
de Morfologia. Classificação do substantivo: próprio/comum, concreto/abstrato,
simples/composto, primitivo/derivado e coletivo.
2 –
PRÉ-REQUISITO: Ler compreensivamente
3 – META: As
atividades deste Roteiro foram organizadas com o objetivo de oferecer condições
de compreensão sobre as características dos substantivos usados na Língua
Portuguesa.
4 – PRÉ-AVALIAÇÃO:
Se você já tem algum conhecimento a respeito do conteúdo deste Roteiro,
responda à autoavaliação que se encontra no final deste livreto. Se você
obtiver um mínimo de 80 pontos, parabéns! Você não precisa estudar esta lição.
Caso contrário, aconselho-o a ler os textos, procurando entender as explicações
dadas.
5 – ATIVIDADES DE
ESTUDO: Ler com entendimento é fundamental para se aprender qualquer coisa
através da leitura. Por isso, leia o texto do ANEXO A, para treinar sua
interpretação. Embora a leitura dos anexos, em si, seja também interpretação de
texto, ela é voltada para uma finalidade mais específica, que é a aprendizagem
dos conceitos gramaticais. O texto do ANEXO A é mais genérico e serve de
treinamento para a compreensão geral da língua. Portanto, faça o seguinte:
a) Tenha um
dicionário de Português ao seu alcance, para consultá-lo sobre as palavras que
você desconhece o significado.
b) Procure um
lugar sossegado para ler os textos e fazer os exercícios. Leitura é uma
atividade que necessita de concentração e ambiente adequado, sem barulho.
c) Leia primeiro
o texto; faça, em seguida, os exercícios; compare suas respostas com o
gabarito; veja o que errou e retorne ao texto para verificar o porquê do erro.
6 –
PÓS-AVALIAÇÃO: Após realizar todas as atividades previstas e quando você tiver
certeza de que aprendeu o conteúdo deste Roteiro, responda à autoavaliação.
Você deverá obter, no mínimo, 80 pontos, para se considerar apto nesse assunto.
7 – ATIVIDADES
SUPLEMENTARES: Se você não atingiu os padrões exigidos neste Roteiro, refaça a
leitura e os exercícios até ter certeza de não haver mais dúvidas. Só então
refaça a auto-avaliação.
ANEXO A – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
O texto que você
vai ler é uma crônica de Carlos Drummond de Andrade, poeta e cronista mineiro,
consagrado no Brasil e em todo o mundo. Sua obra está traduzida em várias
línguas, entre elas o inglês, alemão e o espanhol. Seus trabalhos se destacam
pela ternura, pelo senso de humor e pela qualidade da linguagem.
O texto está com seus parágrafos
numerados para se localizar melhor as palavras e expressões utilizadas nos
exercícios.
CASO DE CANÁRIO
1.
Casara-se havia duas semanas. Por isso, em casa dos sogros, a família resolveu
que ele é que daria cabo do canário:
2.
– Você compreende. Nenhum de nós teria coragem de sacrificar o pobrezinho, que
nos deu tanta alegria. Todos somos muito ligados a ele, seria uma
barbaridade. Você é diferente, ainda não teve tempo de afeiçoar-se ao
bichinho. Vai ver que nem reparou nele, durante o noivado.
3.
– Mas eu também tenho coração, era essa.Como é que vou matar um pássaro
só porque o conheço há menos tempo do que vocês?
4.
– Porque não tem cura, o médico já disse.Pensa que não tentamos tudo? É para
ele não sofrer mais e não aumentar o nosso sofrimento. Seja bom, vá.
5.
O sogro, a sogra apelaram no mesmo tom. Os olhos claros de sua mulher
pediram-lhe com doçura:
6.
– Vai, meu bem.
7.
Com repugnância pela obra de misericórdia que ia praticar, ele
aproximou-se da gaiola. O canário nem sequer abriu o olho. Jazia a um
canto, arrepiado, morto-vivo. É, esse está mesmo na última lona e dói
ver a lenta agonia de um ser tão precioso, que viveu para cantar.
8.
– Primeiro me tragam um vidro de éter e algodão. Assim ele não sentirá o horror
da coisa.
9.
Embebeu de éter a bolinha de algodão, tirou o canário para fora com infinita
delicadeza, aconchegou-o na palma da mão esquerda e, olhando para outro lado,
aplicou-lhe a bolinha no bico. Sempre sem olhar para a vitima, deu-lhe uma
torcida rápida e leve, com dois dedos no pescoço.
10.
E saiu para a rua, pequenino por dentro, angustiado, achando a condição humana uma
droga. As pessoas da casa não quiseram aproximar-se do cadáver. Coube à
cozinheira recolher a gaiola, para que sua vista não despertasse saudade e
remorso em ninguém.Não havendo jardim para sepultar o corpo, depositou-o
na lata de lixo.
11.
Chegou a hora de jantar, mas quem é que tinha fome naquela casa enlutada?
O sacrificador, esse, ficara rodando por aí, e seu desejo seria não voltar
para casa nem para dentro de si mesmo.
12.
No dia seguinte, pela manhã, a cozinheira foi ajeitar a lata de lixo para o
caminhão, e recebeu uma bicada voraz no dedo.
13.
– Ui!
14.
Não é que o canário tinha ressuscitado, perdão, reluzia vivinho da silva,
com uma fome danada?
15.
– Ele estava precisando mesmo era de éter – concluiu o estrangulador, que se
sentiu ressuscitar, por sua vez.
I. Assinale a alternativa correta para
cada item.
1. A expressão: “… daria cabo do
canário…” (par. 1) significa:
a.( ) dar o canário a
alguém
b.( ) soltar o canário da
gaiola
c.( ) matar o canário
d.( ) prender o canário na
gaiola
2. Na frase: “Você ainda não teve tempo
de afeiçoar-se ao bichinho” (par. 2), a palavra em destaque pode ser
substituída por:
a.( ) apegar-se
b.( ) enfurecer-se
c.( ) desencantar-se
d.( ) preocupar-se
3. Na frase: “Com repugnância
pela obra de misericórdia que ia praticar…” (par. 7), a palavra em destaque
pode ser substituída por:
a.( )
escrúpulo b.( )
tédio c.( )
ansiedade d.( ) raiva
4. Na frase: “O canário …. jazia
a um canto…” (par. 7), a palavra em destaque pode ser substituída por:
a.( ) cantava
b.( ) arrepiava-se
c.( ) estava deitado
d.( ) saltitava
5. Na frase: “Tirou o canário com infinita
delicadeza…” (par. 9), a palavra em destaque pode ser substituída por:
a.( )
arrogante b.( )
enorme c.( ) desajeitado
d.( ) espontânea
6. Nas frases abaixo, aparecem em
destaque, expressões da fala coloquial. Relacione as duas colunas, de
acordo com o significado dessas expressões:
1. “…esse está mesmo na última lona…”
(par. 7)
2. “…achando a condição humana uma
droga…” (par. 10)
3. “O canário reluzia vivinho da
silva…” (par. 14)
4. “ O canário estava com uma fome danada.”
(par. 14)
a. ( ) uma coisa muito ruim
b. ( ) muito grande, fora
do comum
c. ( ) no fim
d. ( ) vivo, sem nenhuma
dúvida
II – Responda com base no texto.
7. Por que os sogros e a esposa
escolheram o rapaz para sacrificar o canário?
______________________________________________________
8. O que o genro quis dizer com a
frase: “Mas eu também tenho coração.”? (par. 3)
____________________________________________
9. Por que a família decidiu matar o
canário de estimação? ___________________________________________________
10. Por que o jovem marido considerou o
sacrifício do canário como uma obra de misericórdia?
____________________________________________________________
11. Como procedeu ele para matar o
canário?
____________________________________________________________
12. Transcreva do texto a frase que
mostra o estado de espírito do personagem depois que executou o passarinho.
____________________________________________________________
13. As expressões sepultar (par.
10) e enlutada (par. 11) referem-se normalmente à morte de pessoas. Por
que o narrador as empregou referindo-se ao canário?
____________________________________________________________
14. Como você entende a expressão “voltar
para dentro de si mesmo” (par. 11)?
____________________________________________________________
15. Na crônica, não aparece o nome do
personagem escolhido para matar o canário. Retire do texto as palavras
empregadas para se referir a ele.
____________________________________________________________
16. Como se explica o fato de o canário
estar vivo?
____________________________________________________________
17. Por que o personagem, no final,
também se sentiu ressuscitado?
____________________________________________________________
18. Na crônica, o canário aparece em
duas situações diferentes. Primeiro, ele está muito mal, semimorto. Depois, ele
aparece curado, bem vivo. Transcreva as frases que mostrem o canário nessas
duas situações.
1a.
___________________________________________________________
2a.
___________________________________________________________
GABARITO Noções de Morfologia. Substantivo próprio/comum;
concreto/abstrato; simples/composto; primitivo/derivado; coletivo.
1. c 2.
A 3. A 4.
C 5. B 6.
A(2) b.(4) c.(1)
d.(3)
7. Porque ele, sendo novo na família, ainda
não tivera tempo de se apegar ao canário.
8. Ele quis dizer que também era sensível e que
tinha pena do bichinho.
9. Porque o médico afirmara que ele estava muito
doente, não tinha cura.
10. Porque seria um ato de caridade abreviar o
sofrimento do canário.
11. Deu-lhe éter para cheirar e depois torceu-lhe
de leve o pescoço.
12. “E saiu para a rua, pequenino por dentro,
angustiado, achando a condição humana uma droga.”
13. O canário era como uma pessoa da família. Todos
lhe queriam bem, como a uma criatura humana.
14. A expressão significa parar para pensar, para
meditar.
15. As palavras usadas para se referir ao
personagem são sacrificador e estrangulador.
16. Na verdade, o canário não tinha morrido. A
torcida rápida e leve no pescoço não foi suficiente para matá-lo.
17. O personagem estava desolado com a morte do
canário. Ao saber que ele estava vivo, sentiu grande alivio e felicidade.
18. 1a. – Jazia a um canto, arrepiado,
morto-vivo. (par. 7)
2a. – Não é que o canário tinha
ressuscitado, perdão, reluzia vivinho da silva com uma fome danada? (par.
14)
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