domingo, 16 de setembro de 2012

Gramática Apanhado Geral - Cantinho Brasileiro





GRAMÁTICA – Apanhado Geral – Cantinho Brasileiro

Língua Portuguesa

A nossa língua portuguesa é um sistema de diferentes formas e significados e de seus entrelaçamentos. Por esse motivo é sistematizada em três modos de análise de elementos que a compõe:

 • Morfologia: é parte da língua que estuda os morfemas, ou seja, tudo que nos diz sobre gênero e número dos substantivos; tempo, modo, número e pessoa de um verbo e classe gramatical.

• Sintaxe: é a parte da língua que estuda o modo como o falante transmite a informação, a maneira com que organiza e relaciona as palavras em uma oração.

• Semântica: é a parte da língua que estuda o significado das palavras, os sentidos que elas podem tomar de acordo com o contexto.

Mas, o que vem a ser língua? A língua, primeiramente, nos remete a um órgão do corpo que é usado na comunicação, e é a partir daí que começamos a entender que o idioma escrito hoje foi, um dia, apenas falado. A partir desse princípio de fala, nós definimos língua como o conjunto de letras que formam palavras com sentidos diversos. E a relação dessas palavras e suas significações nós chamamos de sistema. Logo, a língua é um sistema, ou seja, um conjunto de elementos que relacionam entre si e formam um significado.

Nossa língua recebe adjetivação de “portuguesa” porque veio de Portugal, colonizador do Brasil. Porém, o português de Portugal não permaneceu em sua colônia de maneira pura e simples, mas recebeu uma conotação abrasileirada e, por isso, falamos do português do Brasil. No entanto, não só o Brasil foi colonizado pelos portugueses e fala o português, mas também outros países: Ilha da Madeira, Arquipélago dos Açores, Moçambique, Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.

Como vimos, a língua, acima de tudo, é um código social, um acordo de letras, que em combinações entre si adquirem significado para um determinado grupo social. Contudo, há uma convenção lingüística, a qual permanece em uma sociedade para que a comunicação possa existir entre os falantes. Porém, não quer dizer que todo indivíduo vai escrever e falar da mesma maneira, já que cada um tem a sua particularidade e um objetivo ao se comunicar.

Há distinção ainda entre norma culta e coloquial: a primeira é estabelecida pela obediência a normas e regras da comunicação, enquanto a segunda nos remete àquela mais próxima da fala. Por isso, há o estudo da gramática da língua portuguesa, que é a averiguação da correspondência entre o que se fala ou escreve e as normas ou leis vigentes para o uso da comunicação de forma culta, polida.

Concordância Verbal e Nominal

De acordo com Mattoso Câmara “dá-se em gramática o nome de concordância à circunstância de um adjetivo variar em gênero e número de acordo com o substantivo a que se refere (concordância nominal) e à de um verbo variar em número e pessoa de acordo com o seu sujeito (concordância verbal). Há, não obstante, casos especiais que se prestam a dúvidas”.


Então, observamos e podemos definir da seguinte forma: concordância vem do verbo concordar, ou seja, é um acordo estabelecido entre termos.

O caso da concordância verbal diz respeito ao verbo em relação ao sujeito, o primeiro deve concordar em número (singular ou plural) e pessoa (1ª, 2ª, 3ª) com o segundo.

Já a concordância nominal diz respeito ao substantivo e seus termos referentes: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Essa concordância é feita em gênero (masculino ou feminino) e pessoa.
Como vimos acima, na definição de Mattoso Câmara, existem regras gerais e alguns casos especiais que devem ser estudados particularmente, pois geram dúvidas quanto ao uso. Há muitos casos que a norma não é definida e há resoluções diferentes por parte dos autores,
escritores ou estudantes da concordância.

Veja com mais detalhes esse assunto nos links a seguir: Concordância Verbal – Regra geral e Concordância Verbal - Os casos especiais.

Concordância Nominal - Regra Geral

A Concordância Nominal é o acordo entre o nome (substantivo) e seus modificadores (artigo, pronome, numeral, adjetivo) quanto ao gênero (masculino ou feminino) e o número (plural ou singular).

Exemplo: Eu não sou mais um na
multidão capitalista.

Observe que, de acordo com a análise da oração, o termo “na” é a junção da preposição “em” com o artigo “a” e, portanto, concorda com o substantivo feminino multidão, ao mesmo tempo em que o adjetivo “capitalista” também faz referência ao substantivo e concorda em gênero (feminino) e número (singular).

Vejamos mais exemplos:

Minha
casa é extraordinária.

Temos o substantivo “casa”, o qual é núcleo do sujeito “Minha casa”. O pronome possessivo “minha” está no gênero feminino e concorda com o substantivo. O adjetivo “extraordinária”, o qual é predicativo do sujeito (trata-se de uma oração com complemento conectado ao sujeito por um verbo de ligação), também concorda com o substantivo “casa” em gênero (feminino) e número (singular).

Para finalizar, veremos mais um exemplo, com análise bem detalhada:

Dois
cavalos fortes venceram a competição.

Primeiro, verificamos qual é o substantivo da oração acima: cavalos. Os termos modificadores do substantivo “cavalos” são: o
numeral “Dois” e o adjetivo “fortes”. Esses termos que fazem relação com o substantivo na concordância nominal devem, de acordo com a norma culta, concordar em gênero e número com o mesmo.
Nesse caso, o substantivo “cavalos” está no masculino e no plural e a concordância dos modificadores está correta, já que “dois” e “fortes” estão no gênero masculino e no plural. Observe que o
numeral “dois” está no plural porque indica uma quantidade maior do que “um”.

Então temos por
regra geral da concordância nominal que os termos referentes ao substantivo são seus modificadores e devem concordar com o mesmo em gênero e número.

Importante: Localize na oração o substantivo primeiramente, como foi feito no último exemplo. Após a constatação do substantivo, observe o seu gênero e o número. Os termos referentes ao substantivo são seus modificadores e devem estar em concordância de gênero e número com o nome (substantivo).

Concordância Verbal

Estudar a concordância verbal é, basicamente, estudar o sujeito, pois é com este que o verbo concorda. Se o sujeito estiver no singular, o verbo também o estará; se o sujeito estiver no plural, o mesmo acontece com o verbo. Então, para saber se o verbo deve ficar no singular ou no plural, deve-se procurar o sujeito, perguntando ao verbo Que(m) é que pratica ou sofre a ação? ou Que(m) é que possui a qualidade? A resposta indicará como o verbo deverá ficar.

Por exemplo, a frase As instalações da empresa são precárias tem como sujeito “as instalações da empresa”, cujo núcleo é a palavra instalações, pois elas é que são precárias, e não a empresa; por isso o verbo fica no plural.
Até aí tudo bem. O problema surge, quando o sujeito é uma expressão complexa, ou uma palavra que suscite dúvidas. São os casos especiais, que estudaremos agora:

01) Coletivo: Quando o sujeito for um substantivo coletivo, como, por exemplo, bando, multidão, matilha, arquipélago, trança, cacho, etc., ou uma palavra no singular que indique diversos elementos, como, por exemplo, maioria, minoria, pequena parte, grande parte, metade, porção, etc., poderão ocorrer três circunstâncias:

A) O coletivo funciona como sujeito, sem acompanhamento de qualquer restritivo: Nesse caso, o verbo ficará no singular, concordando com o coletivo, que é singular.
Ex. A multidão invadiu o campo após o jogo.
O bando sobrevoou a cidade.
A maioria está contra as medidas do governo.

B) O coletivo funciona como sujeito, acompanhado de restritivo no plural: Nesse caso, o verbo tanto poderá ficar no singular, quanto no plural.
Ex. A multidão de torcedores invadiu / invadiram o campo após o jogo.
O bando de pássaros sobrevoou / sobrevoaram a cidade.
A maioria dos cidadãos está / estão contra as medidas do governo.

C) O coletivo funciona como sujeito, sem acompanhamento de restritivo, e se encontra distante do verbo: Nesse caso, o verbo tanto poderá ficar no singular, quanto no plural.
Ex. A multidão, após o jogo, invadiu / invadiram o campo.
O bando, ontem à noite, sobrevoou / sobrevoaram a cidade.
A maioria, hoje em dia, está / estão contra as medidas do governo.

Um milhão, um bilhão, um trilhão:

Com um milhão, um bilhão, um trilhão, o verbo deverá ficar no singular. Caso surja a conjunção e, o verbo ficará no plural.
Ex. Um milhão de pessoas assistiu ao comício
Um milhão e cem mil pessoas assistiram ao comício.

02) Mais de, menos de, cerca de, perto de: quando o sujeito for iniciado por uma dessas expressões, o verbo concordará com o numeral que vier imediatamente à frente.

Ex. Mais de uma criança se machucou no brinquedo.
Menos de dez pessoas chegaram na hora marcada.
Cerca de duzentos mil reais foram surripiados.

Quando Mais de um estiver indicando reciprocidade ou com a expressão repetida, o verbo ficará no plural.

Ex. Mais de uma pessoa agrediram-se.
Mais de um carro se entrechocaram.
Mais de um deputado se xingaram durante a sessão.

03) Nome próprio no plural: quando houver um nome próprio usado apenas no plural, deve-se analisar o elemento a que ele se refere:

A) Se for nome de obra, o verbo tanto poderá ficar no singular, quanto no plural.
Ex. Os Lusíadas imortalizou / imortalizaram Camões.
Os Sertões marca / marcam uma época da Literatura Brasileira.

B) Se for nome de lugar - cidade, estado, país... - o verbo concordará com o artigo; caso não haja artigo, o verbo ficará no singular.
Ex. Os Estados Unidos comandam o mundo.
Campinas fica em São Paulo.
Os Andes cortam a América do Sul.

04) Qual de nós / Quais de nós: quando o sujeito contiver as expressões ...de nós, ...de vós ou ...de vocês, deve-se analisar o elemento que surgir antes dessas expressões:

A) Se o elemento que surgir antes das expressões estiver no singular (qual, quem, cada um, alguém, algum...), o verbo deverá ficar no singular.
Ex. Quem de nós irá conseguir o intento?
Quem de vós trará o que pedi?
Cada um de vocês deve ser responsável por seu material.

B) Se o elemento que surgir antes das expressões estiver no plural (quais, alguns, muitos...), o verbo tanto poderá ficar na terceira pessoa do plural, quanto concordar com o pronome nós ou vós.
Ex. Quantos de nós irão / iremos conseguir o intento?
Quais de vós trarão / trareis o que pedi?
Muitos de vocês não se responsabilizam por seu material.

Pronomes Relativos:

Quando o pronome relativo exercer a função de sujeito, deveremos analisar o seguinte:

A) Pronome Relativo que: o verbo concordará com o elemento antecedente.
Ex. Fui eu que quebrei a vidraça. (Eu quebrei a vidraça)
Fomos nós que telefonamos a você. (Nós telefonamos a você)
Estes são os garotos que foram expulsos da escola. (Os garotos foram expulsos)

B) Pronome Relativo quem: Quando o sujeito é o pronome relativo "quem", utiliza-se o verbo na terceira pessoa do singular, ou este concorda com o seu antecedente, ou seja,  é flexionado de acordo com o sujeito.
Ex: Fui eu quem trouxe os presentes.
Fomos nós quem respondemos às questões.

Sujeito alguns de, poucos de, muitos de, quais de, quantos de

Algumas vezes encontramos o sujeito representado pelas expressões: Alguns de, poucos de, muitos de, quais de, quantos de.

Observe:

a) Alguns de nós ouviram a música.
b) Poucos de vós viestes a minha casa.
c) Muitos de nós conhecemos a Deus.
d) Qual de nós iremos?
e) Quantos de nós devemos ir?

Pode parecer estranho para alguns as orações acima, mas todas estão corretas de acordo com a norma culta.

Isso se deve porque quando o papel de sujeito é exercido por tais expressões, tanto pode-se concordar o verbo com o pronome interrogativo (qual, quais, quantos), quanto com o indefinido (alguns, poucos). E não para por aí! A concordância também pode ser feita com o pronome pessoal (nós, vós, vocês).

Veja mais exemplos:

a) Qual de vós me deixará ir?
b) Quais de vós me deixarão ir?
c) Alguns de vocês poderiam buscar a mesa?
d) Poucos de nós gostamos de ficar até tarde na rua!

Observe que os verbos ou estão concordando com os pronomes pessoais ou com os indefinidos nas letras b, c e d. Já na letra “a”, a concordância foi feita com o pronome interrogativo “qual” e, por esse motivo, ficou no singular: deixará!

Lembre-se de que dizer: Alguns de vocês poderia buscar o vídeo ou Muitos de nós irá ao cinema hoje como combinado, está errado! Pois o verbo não está concordando nem com os pronomes indefinidos (alguns, muitos), nem com os pronomes pessoais (vocês, nós).


Pronome relativo

Pronome relativo é uma classe de pronomes que substituem um termo da oração anterior e estabelece relação entre duas orações.

Não conhecemos
 o aluno. O aluno saiu.

Não conhecemos o
aluno que saiu.

Como se pode perceber, o
que, nessa frase está substituindo o termo aluno e está relacionando a segunda oração com a primeira.

Os pronomes relativos são os seguintes:

Variáveis

O qual, a qual
Os quais, as quais
Cujo, cuja
Cujos, cujas
Quanto, quanta
Quantos, quantas

Invariáveis

Que (quando equivale a o qual e flexões)
Quem (quando equivale a o qual e flexões)
Onde (quando equivale a no qual e flexões)

Emprego dos pronomes relativos

1. Os pronomes relativos virão precedidos de preposição se a regência assim determinar.

                                 preposição             pronome        termo regente
                                           exigida                   relativo
                                           pelo verbo

Havia condições      
    a             
   que 
 nos opúnhamos. (opor-se a)                          
Havia condições
  com   
   que  
 não concordávamos. (concordar com)
Havia condições
  de
   que
 desconfiávamos. (desconfiar de)
Havia condições
   -
   que
 nos prejudicavam. (= sujeito)
Havia condições
 em
   que
 insistíamos. (insistir em)                               

2. O pronome relativo quem se refere a uma pessoa ou a uma coisa personificada.

Não conheço a médica
de quem você falou.
Esse é o livro
a quem prezo como companheiro.

3. Quando o relativo
quem aparecer sem antecedente claro é classificado como pronome relativo indefinido.

Quem atravessou, foi multado.

4. Quando possuir antecedente, o pronome relativo
quem virá precedido de preposição.

João era o filho
a quem ele amava.

5. O pronome relativo
que é o de mais largo emprego, chamado de relativo universal, pode ser empregado com referência a pessoas ou coisas, no singular ou no plural.

Conheço bem a moça
que saiu.
Não gostei do vestido
que comprei.
Eis os instrumentos
de que necessitamos.

6. O pronome relativo
que pode ter por antecedente o demonstrativo o (a, os, as).

Sei
o que digo. (o pronome o equivale a aquilo)

7. Quando precedido de preposição monossilábica, emprega-se o pronome relativo
que. Com preposições de mais de uma sílaba, usa-se o relativo o qual (e flexões).

Aquele é o machado
com que trabalho.
Aquele é o empresário
para o qual trabalho.

8. O pronome relativo
cujo (e flexões) é relativo possessivo equivale a do qual, de que, de quem. Deve concordar com a coisa possuída.

Cortaram as árvores
cujos troncos estavam podres.

9. O pronome relativo
quanto, quantos e quantas são pronomes relativos quando seguem os pronomes indefinidos tudo, todos ou todas.

Recolheu
tudo quanto viu.

10. O relativo
onde deve ser usado para indicar lugar e tem sentido aproximado de em que, no qual.

Esta é a terra
onde habito.

a)
onde é empregado com verbos que não dão idéia de movimento. Pode ser usado sem antecedente.

Nunca mais morei na cidade
onde nasci.

b)
aonde é empregado com verbos que dão idéia de movimento e equivale a para onde, sendo resultado da combinação da preposição a + onde.

As crianças estavam perdidas, sem saber
aonde ir.

Frase – Oração – Período

Frase, oração e período são fatores constituintes de qualquer texto escrito em prosa, pois o mesmo compõe-se de uma sequencia lógica de ideias, todas organizadas e dispostas em parágrafos minuciosamente construídos.
Por isso, é
importante saber o conceito de cada um deles. Então vamos lá!

Frase – É todo enunciado linguistico dotado de significado, ou seja, é uma comunicação clara, precisa e de fácil
entendimento entre os interlocutores, seja na língua falada ou escrita.
Neste caso, temos a frase nominal e verbal. A frase nominal não é constituída por verbo.

Ex: Que dia lindo!

Já na frase verbal há a presença do verbo.

Ex: Preciso de sua ajuda.

Oração - É todo enunciado linguístico dotado de sentido, porém há, necessariamente, a presença do verbo.

Ex: Os garotos adoram ir ao cinema e depois ao clube.

Podemos perceber a presença do sujeito e do predicado.

Período – É a junção de uma ou mais orações organizadas sintaticamente em torno de um ou mais verbos.

Ex: Hoje o dia está lindo, por isso os garotos irão ao cinema, ao clube e depois voltarão para casa felizes.

Para treinarmos um pouco mais sobre o assunto, façamos alguns exercícios completando as lacunas, atribuindo a nomenclatura de frase, oração ou período:

a) Pedro chegou estressado em casa. ________________________
b) Nossa! Pare com tantos comentários indesejáveis. ______________________
c) Razão e emoção... as duas vértices da vida. __________________________
d) Caso você venha amanhã, traga-me aquele seu vestido vermelho. __________
e) Não concordo com suas atitudes, pois elas vão de encontro aos meus princípios. ________________

Gabarito: oração; oração; oração(tendo em vista que o verbo se encontra implícito - "são"); período; período.

Período composto por subordinação sem oração principal!

O período composto por subordinação tende a se estabelecer através de uma oração central. Assim, uma oração (a subordinada) é condicionada, dependente de outra (a principal). Esta é a regra geral estabelecida, no entanto, pode acontecer desta última não aparecer! E então, como fica?

É o caso de: Maxi, a escova que limpa tudo!

Podemos encontrar orações subordinadas adjetivas e substantivas que se referem não a uma oração, mas a um adjetivo ou substantivo! Assim, a referência será mantida por meio de um sintagma nominal e não de uma oração principal, como no exemplo acima!

Observe que temos um nome (Maxi) e um aposto, ou seja, o termo explicativo deste nome (a escova que limpa tudo)! O núcleo deste aposto é um substantivo: escova, a qual se especifica através de uma
qualidade única: limpadora (“que limpa tudo”). Se falamos em qualidade, falamos em adjetivo. Por este motivo, trata-se de uma oração subordinada adjetiva que tem como elemento principal um substantivo (escova) e não uma oração.

Veja: Maxi, a escova
que limpa! Ou Maxi, a escova limpadora!

Observe: o pronome relativo “que” na primeira oração retoma o seu antecedente “escova” e faz a relação entre este e o termo que a qualifica: limpa.
Na segunda oração, com a retirada do pronome relativo “que”, o adjetivo “limpadora” substitui “que limpa”. Fica mais claro, então, para percebermos porque se trata de uma oração subordinada adjetiva.

Observe a diferença em: Maxi, a escova que limpa tudo, é o necessário para você ter uma boca saudável!

Aqui, temos uma oração: Maxi é o necessário para você ter uma boca saudável. O sujeito é representado pelo substantivo Maxi e o termo entre vírgulas é o aposto. Se retirarmos este, a oração não perderá o sentido.

Análise Sintática e Análise Morfológica

Antes de iniciarmos nossos estudos sobre estes dois temas é importante sabermos o conceito de Morfologia e Sintaxe.

A Morfologia é a parte da gramática que estuda as palavras de acordo com a classe gramatical a que ela pertence. Quando nos referimos às classes gramaticais, logo sabemos que se refere àquelas dez, que são: substantivos, artigos, pronomes, verbos, adjetivos, conjunções, interjeições, preposições, advérbios e numerais.

A Sintaxe é a parte que estuda a função que as palavras desempenham dentro da oração.
Agora, referimo-nos a sujeito, adjunto adverbial, objeto direto e indireto, complemento nominal, aposto, vocativo, predicado, entre outros.
Para melhor entendermos o que foi dito, tomemos como exemplo as seguintes orações:

A manhã está ensolarada
Agora faremos a análise morfológica de todos os seus termos:

A - artigo
Manhã - substantivo
Está - verbo (estar)
Ensolarada - adjetivo

Quanto à análise sintática, temos:

A manhã - Sujeito simples
Está ensolarada - predicado
nominal, pois o verbo proposto denota estado, logo é um verbo de ligação.
Ensolarada - predicativo do sujeito, pois revela uma característica (qualidade) sobre o mesmo.

Marcos e Paulo gostam de
estudar todos os dias.

Morfologicamente temos:

Marcos - substantivo próprio
Paulo - substantivo próprio
Gostam- verbo (gostar)
De - preposição
Estudar - verbo no infinitivo (forma original)
Todos- pronome indefinido
Os- artigo definido
Dias- substantivo simples

E sintaticamente:

Marcos e Paulo - sujeito composto (dois núcleos)
Gostam de
estudar todos os dias- predicado verbal
De
estudar - objeto indireto (complementa o sentido do verbo)
Todos os dias - adjunto adverbial de tempo
Podemos perceber que quando se trata da análise morfológica, os termos da oração são analisados passo a passo, já na análise sintática, eles são analisados de acordo com a posição desempenhada.

O modo subjuntivo e imperativo dos verbos

Dentre as flexões relacionadas aos verbos figuram-se as de modo, conjugadas aos tempos que a elas se relacionam.

Desta feita, ao nos referirmos ao tempo
subjuntivo, o mesmo é caracterizado por uma incerteza, uma probabilidade em relação ao fato verbal. Como por exemplo:

Caso eu tenha que chegar um pouco mais cedo, avise-me.
Teria condições de realizar um trabalho, se tivesse planejado melhor.

Referindo-nos aos seus respectivos tempos, destacam-se: presente, pretérito imperfeito e
futuro, dentre os quais pautam-se por apresentar algumas formas fixas de construção. Às quais enfatizaremos a seguir, tendo como suporte o verbo cantar:

Presente
Pretérito Imperfeito
Que eu cante
Se eu cantasse
Quando eu cantar
Que tu cantes
Se tu cantasses
Quando tu cantares
Que ele cante
Se ele cantasse
Quando ele cantar
Que nós cantemos
Se nós cantássemos
Quando nós cantarmos
Que vós canteis
Se vós cantásseis
Quando vós cantardes
Que eles cantem
Se eles cantassem
Quando eles cantarem


Em se tratando do modo
imperativo, este indica uma ordem, expressa um pedido, retrata um conselho, caracterizando a ação verbal. Como podemos conferir adiante:

Alunos, tragam-me o histórico escolar com urgência.
Não faças isto, pode ser arriscado e perigoso.

O modo imperativo apresenta-se sob duas formas –
a afirmativa e a negativa, cuja forma correta sobre como conjugá-las evidencia-se a seguir:

Afirmativo
Negativo
Canta tu
Não cantes tu
Cante você
Não cante você
Cantemos nós
Não cantemos nós
Cantai vós
Não canteis vós
Cantem vocês
Não cantem vocês

O acento indicador da crase – Uma análise interpretativa

Em se tratando das peculiaridades gramaticais, fontes geradoras de inúmeros questionamentos, o acento indicador da crase é um típico exemplo de tal representatividade.

Quantas vezes em determinadas circunstâncias, sentimo-nos rodeados por dúvidas em relação ao uso correto deste sinal gráfico. Como por exemplo:
festa a fantasia? Ou festa à fantasia? Frango a milanesa? Ou frango à milanesa?

Este é um fato que aos poucos, mediante à prática assídua da leitura e escrita, torna-se menos complexo, pois as famigeradas regras que tanto insistem em nos confundir, paulatinamente incorporam-se ao nosso
conhecimento linguístico à medida que as apreendemos de maneira efetiva.

Muitas vezes, uma análise contextual é o bastante para detectarmos ou não a sua presença, tendo em vista duas funções básicas:

* Sinalizar a fusão básica de duas vogais idênticas referentes a um termo que exija o uso da preposição “a” com outro que permita o uso do artigo definido. Como demonstra o exemplo:

Vamos à piscina – Quem vai, sempre vai a algum lugar.

Piscina é um substantivo feminino antecedido do artigo do mesmo gênero.
Portanto, neste caso constitui-se a referida ocorrência.

* Evitar a ambiguidade nas frases em função desta semelhança (duas vogais idênticas, porém com funções distintas). Neste caso, faz-se necessário estabelecermos uma relação de sentido ligado à semântica discursiva para que o impasse seja solucionado. Vejamos:

Carlos pintou a máquina.
Neste caso temos um artigo definido acompanhando o substantivo máquina.

O discurso revela-nos que foi aplicado tintura a um determinado objeto.

Carlos pintou à máquina.
Aqui já denota outro sentido: o de usar algum tipo de mecanismo para realizar tal atividade. A pintura poderia ser realizada à mão.

Cheirar a gasolina.
Cheirar à gasolina.

Na primeira incidência, temos a noção de significância ligada ao ato de aspirar o combustível. Já a segunda revela um odor com características semelhantes ao combustível.

Apenas nos restou a vontade de revê-lo.
Os convidados sentiram-se à vontade no recinto.

Fato semelhante ocorre neste exemplo.

Diante do exposto, retomemos à afirmativa anteriormente mencionada em relação ao
emprego correto da crase. Em ambos os casos, faz-se necessário o emprego da crase, por tratar-se de expressões que denotam (mesmo que implícitas) à moda de, à maneira de.

Torna-se
importante ressaltar que mesmo em se tratando de casos antepostos a termos masculinos, prescinde-se da referida exigência. Como nos mostra o exemplo:

A bela mulher usufrui de seus modelos à Luis XV.

Período misto ou período composto por coordenação e subordinação

Para entendermos o que é período misto, vamos retomar, primeiramente, o que é período composto por coordenação e período composto por subordinação.

O período composto é formado por dois tipos de orações que são estruturadas de formas diferentes, ou por coordenação ou por subordinação.

O período composto por coordenação é formado por orações sintaticamente autônomas e com sentido próprio, ou seja, morfologicamente independentes. Observe:

A mãe chamou o filho, mas o pai não quis conversar sobre o boletim.

A primeira oração “A mãe chamou o filho” tem sentido completo e forma um enunciado com sentido, assim também é a segunda oração “o pai não quis conversar sobre o boletim”.

Já o período composto por subordinação é constituído de uma oração principal acrescida de oração subordinada para que haja sentido completo. Então, há uma dependência mútua tanto sintaticamente (estrutura) quanto morfologicamente (significado). Veja:

Queremos apenas uma coisa: que você
estude!

A oração subordinada “que você
estude” exerce uma função sintática em relação à oração principal “Queremos apenas uma coisa”. Observe que a oração subordinada relaciona-se com o verbo da oração principal “queremos” e equivale como complemento quando exerce morfologicamente a função de objeto direto, ausente na oração principal.

Pode ocorrer ainda o período misto ou período composto por orações coordenadas e subordinadas no mesmo período. Veja:

A professora corrigiu as provas e ajudou os
alunos que estavam com mais dificuldade.

A oração “A professora corrigiu as provas” é uma oração coordenada e, portanto, tem sentido completo, bem como a oração “ajudou os
alunos”. Já a oração “que estavam com mais dificuldade” é subordinada à “ajudou os alunos”.

O vocábulo como e suas classificações morfológicas

Ao estudarmos sobre as classes morfológicas, ou seja, as classes gramaticais a que pertencem determinadas palavras, apreendemos que o termo “como” pertence aos pronomes e às conjunções.

Entretanto, quando realizamos minuciosamente um estudo sobre o mesmo, concluímos que se trata de elemento múltiplo em relação às posições em que ele ocupa. Antes de tudo, torna-se necessário compreendermos que o sentido contextual é fator preponderante nesta ocorrência.

Assim como as palavras “que” e “se”, o referido termo também desempenha diversificadas classificações morfológicas tendo em vista o contexto em que se encontra inserido.

Assim sendo, no intuito de aprimorarmos cada vez mais nosso perfil linguístico, enfatizaremos os casos de maior incidência pautando-nos pelas particularidades a que eles referem:

Substantivo

Ocorre quando surge antecedido de um determinante ou especificando outro termo:

Hoje estudaremos sobre o como.
Nesta oração, o como é conjunção ou pronome?

Interjeição

Quando expressa espanto, admiração. Encontra-se geralmente seguida de uma pausa forte:

Como! Não tínhamos combinado que você viria?!

Preposição

Quando posposto a ele, se puder subentender a forma nominal caracterizada pelo gerúndio do verbo ser (sendo), ou houver a possibilidade de ser substituído pela locução “na qualidade de”.
Neste caso, a palavra como sempre introduz um predicativo na oração.

Este aluno concebido como (sendo) superdotado.
Durante o evento, o funcionário serviu como recepcionista. (na qualidade de)

Advérbio

Relaciona-se a um verbo ou a um adjetivo, exprimindo circunstância de intensidade ou modo. Exercendo sintaticamente a função de adjunto adverbial de intensidade ou de modo.

Como você está elegante! Equivale a um advérbio de intensidade.
Como você consegue ser tão dinâmica? Refere-se a um advérbio de modo.

Conjunção

Introduz uma oração subordinada adverbial, podendo ser classificada, tendo como referência as seguintes circunstâncias adverbiais:

* Causal equivale a porque, já que, uma vez que.

Como não foi convidado, optou por não comparecer ao aniversário.

* Conformativa – Quando for substituível por conforme, segundo.

Como havíamos informado, o show precisou ser cancelado em razão das condições climáticas.

* Comparativa – É substituível por tal qual, representando o segundo elemento de uma comparação.

Ele é carinhoso como você.

Pronome relativo

Exercendo a função sintática de adjunto adverbial de modo, aparece sempre antecedida de um substantivo e equivale a com o(a) qual, pelo qual, pelas quais, e demais variações.

O modo como você se apresentou, causou uma boa impressão.
Esta é a forma como resolverei o problema.

Complemento Nominal

Complemento nominal é o termo da oração que é ligado a um nome por meio de uma preposição, completando o sentido desse nome (substantivo, adjetivo ou advérbio).


                   Obj. direto                  complemento nominal
Ex.: Faça uma rápida leitura   do texto.

                  núcleo do adjunto adverbial de lugar
Ele mora perto    de um grande hotel.
                               Complemento nominal do advérbio perto.

O núcleo do complemento nominal é representado por um substantivo (ou palavra com
valor de substantivo), poderá ser também representado por um pronome oblíquo.

                                                          núcleo do objeto direto.
Ex.: Tenho-lhe uma justificada admiração.
                    complemento nominal de admiração

O complemento nominal pode caber a uma oração com
valor de substantivo, receberá o nome de oração subordinada substantiva completiva nominal.

Ex.: Chego à conclusão  de que o contrato só beneficiou

                                                     os americanos.
          oração principal                    oração subordinada substantiva
                                                                 completiva nominal
 

Senão ou se não?

Veja:

Se não der para você vir, não tem problema.

Caso não dê para você vir, não tem problema.

As duas orações acima não têm o mesmo sentido?

Agora, observe:

O que é isso, senão uma briga?

O que é isso, caso não uma briga?

A substituição feita acima de “senão” por “caso não” foi insatisfatória, pois não ficou coerente, não tem sentido!

Logo, percebemos que “se não” e “senão” NÃO possuem o mesmo significado, uma vez que não podem ser substituídos pela mesma expressão.

Use
“se não” (união da conjunção se + advérbio não) quando puder trocar por “caso não”, “quando não” ou quando a conjunção “se” for integrante e estiver introduzindo uma oração objetiva direta: Perguntei a ela se não queria dormir em minha casa.

Use
“senão” quando puder substituir por “do contrário”, “de outro modo”, “caso contrário”, “porém”, “a não ser”, “mas sim”, “mas também”.

Veja alguns exemplos:

a) Você tem de comer toda a comida do prato, senão é desperdício. (de outro modo)
b) Se o clima estiver bom você vai, senão não vai. (do contrário)
c) Não lhe resta outra coisa senão pedir perdão. (a não ser)
d) Se não fosse o trânsito, não tinha me atrasado. (caso não)
e) Não fui eu se não der certo. (caso não)

Traz ou trás?

É comum a permuta das palavras “traz” e “trás” na linguagem escrita, pois na falada não há uma maneira exata de saber qual dos dois termos está sendo utilizado.

Você já deve ter ouvido esta oração em algum lugar: O
dinheiro trás ou não felicidade?
A resposta dependerá de cada um, mas vamos nos ater à gramática.

O termo
“trás” (com acento e grafado com “s”) tem o mesmo significado de atrás, detrás. Tem função de advérbio de lugar, vem sempre acompanhado de uma preposição, formando com esta uma locução adverbial.

Exemplos: Ela olhou para trás e se arrependeu do que fez.
O menino surgiu de trás da moita.
Na coreografia você deve passar por trás do seu par e não na frente dele.

O termo
“traz” (sem acento e escrito com “z”) tem o mesmo significado de conduzir, transportar, causar, ocasionar, oferecer. É a conjugação do verbo “trazer” na terceira pessoa do singular do indicativo ou na primeira pessoa do singular do imperativo.

Exemplos: Ele traz notícias boas para nós!
A água contaminada da enchente traz doenças à população, como a leptospirose.
Ele traz café da manhã todos os dias para mim.
dinheiro não traz felicidade a ninguém.

Retomando a pergunta em questão “O
dinheiro trás ou não felicidade?” e de acordo com a análise do que foi exposto, observamos que o emprego da palavra “trás” está errada, pois não se trata de um advérbio e sim de um verbo. Veja quando substituímos pelo verbo “trazer”:

O dinheiro traz ou não felicidade? ou O dinheiro pode ou não trazer felicidade?

Ou ainda, na substituição de um similar do verbo “trazer”:

O dinheiro ocasiona (traz) ou não felicidade?

Encima ou em cima?

Por muitas vezes ficamos em dúvida sobre a grafia correta das seguintes palavras: “encima” e “em cima”. Qual é a correta ou qual devo usar?

A palavra “encima” vem do verbo “encimar” conjugado ou na terceira pessoa do singular do indicativo ou na segunda pessoa do singular do imperativo. Tem significado de “colocar em cima de”, “coroar”, “algo situado acima de”, “elevar”. Observe:

1. O
slogan criado encima toda a campanha.
2. O gerente foi encimado
diretor do departamento financeiro.

Já a expressão “em cima” é um advérbio ou preposição e significa “na parte mais elevada”, “na parte superior”, “sobre”, e é antônimo de “embaixo”. Veja:

1. Esse livro estava em cima da cômoda ou embaixo?
2. Pode colocar em cima da mesa, por favor.


Curiosidade: Por que embaixo se escreve junto e em cima separado? Isso ocorre por uma questão de fonética e também de ortografia. Os fonemas bilabiais “m” e “b” se adaptam facilmente na língua portuguesa, além de ser admitida a união entre os mesmos. Agora, no caso de “em cima” seria necessária a troca do “m” pelo “n”, o que não é aceito ortograficamente, contudo, é muito comum encontrarmos “encima”.

Iminente ou eminente?

É fato iminente de que devemos votar em quem nos dá segurança!

Bom, se você não tem uma urna do seu lado, é
melhor que não diga essa frase ou semelhantes com o uso de “iminente”, querendo dar conotação de importância a algo. Pois este vocábulo sugere que algo está prestes a acontecer.

O certo é a palavra parônima desta: eminente. Lembre-se que parônimos são termos que possuem proximidade na forma escrita e significados diferentes.

Eminente quer dizer notável, ilustre, alto, elevado.
Iminente, como dito anteriormente, expressa algo que vai ocorrer em breve.

Portanto, é fato notável ou eminente de que devemos
votar em quem nos dá segurança!

Veja outros exemplos:

a) João era figura eminente em seu bairro, pois era um cozinheiro de mão cheia!
b) O prédio precisou ser interditado, pois havia perigo iminente.
c) O risco do
parlamentar ser detido e cassado é iminente.
d) Foram convocados para assumir postos mais eminentes, pois deram o melhor de si mesmos!

A ou Há?

Para saber se você deve usar “a” ou “há” apresentamos aqui algumas dicas para facilitar a eliminação de dúvidas a esse respeito:

Usa-se “há” quando o verbo “haver” é impessoal, tem sentido de “existir” e é conjugado na terceira pessoa do singular.

Exemplo: Há um modo mais fácil de fazer essa massa de bolo.
Existe um modo mais fácil de fazer essa massa de bolo.

Ainda como impessoal, o verbo “haver” é utilizado em expressões que indicam tempo decorrido, assim como o verbo “fazer”.

Exemplos: Há muito tempo não como esse bolo.
Faz muito tempo que não como esse bolo.

Logo, para identificarmos se utilizaremos o “a” ou “há” substituímos por “faz” nas expressões indicativas de tempo. Se a substituição não alterar o sentido real da frase, emprega-se “há”.

Exemplos: Há cinco anos não escutava uma música como essa.
Substituindo por faz: Faz cinco anos que não escutava uma música como essa.

Quando não for possível a conjugação do verbo “haver” nem no sentido de “existir”, nem de “tempo decorrido”, então, emprega-se “a”.

Exemplos: Daqui a pouco você poderá ir embora.
Estamos a dez minutos de onde você está.

Importante: Não se usa “Há muitos anos atrás”, pois é redundante, pleonasmo. Não é necessário colocar “atrás”, uma vez que o verbo “haver” está no sentido de tempo decorrido.

Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
Equipe Brasil
Escola

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A semântica das preposições

A classe gramatical representada pelas preposições ocupa a função de ligar dois termos em uma oração. E, dependendo do contexto em que se inserem, denotam sentidos distintos.

Para que possamos compreender
melhor este fato linguístico, daremos ênfase ao termo “semântica”, uma vez que o mesmo representa uma das partes que se relaciona à Gramática, estando diretamente ligado ao significado das palavras em meio a um enunciado.

Ao retratarmos sobre tal significado, é importante sabermos que um mesmo vocábulo pode apresentar diferentes sentidos, e este atribui-se única e exclusivamente a uma análise contextual.

No caso das preposições, de modo mais específico, subsidiaremos nos seguintes exemplos em evidência:

Discutiu-se sobre as pendências da empresa durante a reunião.

O livro está sobre a mesa.



Atendo-nos ao significado representado pelas preposições, concluímos que a primeira oração revela o “assunto” que permeou a reunião, ou seja, as pendências da empresa.

Na segunda, temos o “lugar” no
qual se encontra o livro.

Visando aprimorar cada vez mais os nossos
conhecimentos, analisaremos alguns casos representativos da referida ocorrência.

Valores semânticos de:

Posse:
Estes objetos escolares são de Pedro.

Causa:
Os atingidos pelo terremoto estão morrendo de fome.

Matéria:
Os objetos feitos com porcelana encontram-se expostos ao evento.

Assunto:
Os jornais noticiaram sobre a violência que assola a sociedade.

Companhia:
Irei com meus amigos à festa.

Finalidade:
Viajaremos nas férias para nos divertirmos.

Instrumento:
O garoto feriu-se com o objeto cortante.

Lugar:
 A universidade que pretendo ingressar-me fica em Brasília.

Origem:
Os visitantes vinham do Maranhão.

Tempo:
A trajetória percorrida foi de trinta minutos.

Meio:
A comunicação feita pela Internet é muito dinâmica.

Conformidade:
Realizei a pesquisa conforme as fontes bibliográficas indicadas.

Modo:
Recebemos as visitas com imensa alegria.

Oposição:
Somos contra as ideias daquele professor

Preposição

Preposição é a classe de palavras que liga palavras entre si; é invariável; estabelece relação de vários sentidos entre as palavras que liga.

Sintaticamente, as preposições não exercem propriamente uma função: são consideradas conectivos, ou seja, elementos de ligação entre termos oracionais. As preposições podem introduzir:

Complementos verbais: Obedeço “aos meus pais”.
Complementos nominais: continuo obediente “aos meus pais”.
Locuções adjetivas: É uma pessoa “de caráter”.
Locuções adverbiais: Naquele momento agi “com cuidado”.
Orações reduzidas: “Ao chegar”, foi abordado por dois ladrões.

As preposições podem ser de dois tipos:

1.
Preposição essencial: sempre funciona como preposição.
Exemplo: a, ante, de, por, com, em, sob, até...

2.
Preposição acidental: palavra que, além de preposição, pode assumir outras funções morfológicas.
Exemplo: consoante, segundo, mediante, tirante, fora, malgrado...

Locução prepositiva

Chamamos de locução prepositiva ao conjunto de duas ou mais palavras que têm o
valor de uma preposição. A última palavra dessas locuções é sempre uma preposição.

Exemplos: por causa de, ao lado de, em virtude de, apesar de, acima de, junto de, a respeito de...

As preposições podem combinar-se com outras classes gramaticais.

Exemplos: do (de + artigo o)
                    no (em + artigo o)
                    daqui (de + advérbio aqui)
                    daquele (de + o pronome demonstrativo aquele)

Emprego das preposições

- as preposições podem estabelecer variadas relações entre os termos que ligam.

Ex.: Limpou as unhas
com o grampo (relação de instrumento)
        Estive
com José (relação de companhia)
        A criança arrebentava
de felicidade (relação de causa)
        O carro
de Paulo é novo(relação de posse)

- as preposições podem vir unidas a outras palavras.
Temos
combinação quando na junção da preposição com outra palavra não houver perda de elemento fonético.
Temos
contração quando na junção da preposição com outra palavra houver perda fonética.

Contração
Combinação
Do (de + o)
Ao (a +o)
Dum (de + um)
Aos (a + os)
Desta (de + esta)
Aonde (a + onde)
No (em + o)
Neste (em + este)


- a preposição a pode se fundir com outro a, essa fusão é indicada pelo acento grave ( `), recebe o nome de crase.
Ex.: Vou à
escola (a+a)

Complementos verbais

Complemento verbal diz respeito ao termo que completa o sentido do verbo transitivo, e pode ser: objeto direto e objeto indireto.

Objeto direto

O objeto direto completa o sentido do verbo sem o uso de preposição, ou seja, se liga diretamente ao verbo transitivo sem o uso de preposição. Este tipo de complemento verbal pode ter como núcleo substantivos, palavras com função de substantivo e pronomes pessoais do caso oblíquo.
Vejamos alguns exemplos:

O cachorro matou o rato. (o rato – objeto direto; núcleo - rato)
A menina trouxe água. (água – objeto direto; núcleo – água)
A criança estava chorando. A mãe colocou-a em uma cadeira. (a – objeto direto; núcleo – remete à “menina” na primeira oração)

Objeto indireto

O objeto indireto completa o sentido do verbo transitivo com o uso de preposição, ou seja, a junção entre o verbo e seu complemento é feita através de uma preposição. A
necessidade da preposição é exigida pelo próprio verbo. Os pronomes pessoais oblíquos “lhe” e “lhes” são essencialmente objetos indiretos quando ligados ao verbo.
Vejamos alguns exemplos:

Entregaram-
lhe a correspondência?
Aspirava
ao cargo de presidente da República.
Assistimos
ao jogo da seleção brasileira de vôlei.

Temos por definição de objeto o termo da oração que sofre a ação do sujeito expressa pelo verbo e complementa o sentido deste verbo transitivo.

Período Composto por Coordenação

Períodos compostos por coordenação são os períodos que, possuindo duas ou mais orações, apresentam orações coordenadas entre si. Cada oração coordenada possui autonomia de sentido em relação às outras, e nenhuma delas funciona como termo da outra.

As orações coordenadas, apesar de sua
autonomia em relação às outras, complementam mutuamente seus sentidos. A conexão entre as orações coordenadas podem ou não ser realizadas através de conjunções coordenativas. Sendo vinculadas por conectivos ou conjunções coordenativas, as orações são coordenadas sindéticas. Não apresentando conjunções coordenativas, as orações são chamadas orações coordenadas assindéticas.

Orações Coordenadas Assindéticas

São as orações não iniciadas por conjunção coordenativa.

Ex. Cheguei, vi, venci. (Júlio César)

Orações Coordenadas Sindéticas

São cinco as orações coordenadas, que são iniciadas por uma conjunção coordenativa.

A) Aditiva: Exprime uma relação de soma, de adição.

Conjunções: e, nem, mas também, mas ainda.

Ex. Não só reclamava da escola, mas também atenazava os colegas.

B) Adversativa: exprime uma idéia contrária à da outra oração, uma oposição.

Conjunções: mas, porém, todavia, no entanto, entretanto, contudo.

Ex. Sempre foi muito
estudioso, no entanto não se adaptava à nova escola.

C) Alternativa: Exprime idéia de opção, de escolha, de alternância.

Conjunções: ou, ou...ou, ora... ora, quer... quer.

Estude, ou não sairá nesse sábado.

D) Conclusiva: Exprime uma conclusão da idéia contida na outra oração.

Conjunções: logo, portanto, por isso, por conseguinte, pois - após o verbo ou entre vírgulas.

Ex. Estudou como nunca fizera antes, por isso conseguiu a aprovação.

E) Explicativa: Exprime uma explicação.

Conjunções: porque, que, pois - antes do verbo.

Ex. Conseguiu a aprovação, pois estudou como nunca fizera antes

Processos de Derivação

Na Língua Portuguesa, além dos processos de formação de palavras pelo acréscimo de prefixos e sufixos, existem outras formas de derivação.

Derivação parassintética

Ocorre quando se acrescenta ao mesmo tempo, um prefixo e um sufixo à palavra primitiva. É a simultaneidade da afixação que constitui a parassíntese.
Assim, na palavra infelizmente não ocorre parassíntese, pois o prefixo in- e o sufixo –mente são acrescentados ao radical em momentos diferentes. Já na palavra enraivecer ocorre parassíntese, pois o fato de não existirem os termos enraiva ou raivecer indica que a junção dos afixos ocorreu simultaneamente.

Derivação regressiva

Ocorre a derivação regressiva quando se reduz a palavra primitiva. É esse
processo que produz os substantivos deverbais, que são substantivos derivados a partir de verbos, pela eliminação da desinência verbal e acréscimo das vogais temáticas nominais –a, -o ou –e ao radical verbal.
É o que ocorre nas palavras: abalo (de abalar), troca (de trocar), busca (de buscar), choro (de chorar), combate (de combater).

Derivação imprópria

Ocorre quando a palavra primitiva muda de classe gramatical, não sofrendo alteração em sua estrutura.
Ex: Não admito um não vindo de você! (advérbio torna-se substantivo)
O movimentar de suas mãos denunciava-o. (verbo torna-se substantivo)

Período Composto por Subordinação

Períodos compostos por subordinação são períodos que, sendo constituídos de duas ou mais orações, possuem uma oração principal e pelo menos uma oração subordinada a ela. A oração subordinada está sintaticamente vinculada à oração principal, podendo funcionar como termo essencial, integrante ou acessório da oração principal. As orações subordinadas que se conectam à oração principal através de conjunções subordinativas são chamadas orações subordinadas sindéticas. As orações que não apresentam conjunções subordinativas geralmente apresentam seus verbos nas formas nominais, sendo chamadas orações reduzidas.

I. Orações Subordinadas Substantivas:

São seis as orações subordinadas substantivas, que são iniciadas por uma conjunção subordinativa integrante (que, se)

A) Subjetiva : funciona como sujeito da oração principal.
Existem três estruturas de oração principal que se usam com subordinada substantiva subjetiva:
verbo de ligação + predicativo + oração subordinada substantiva subjetiva.

Ex. É necessário que façamos nossos deveres.
verbo unipessoal + oração subordinada substantiva subjetiva.

Verbo unipessoal só é usado na 3ª pessoa do singular; os mais comuns são convir, constar, parecer, importar, interessar, suceder, acontecer.
Ex. Convém que façamos nossos deveres.

verbo na voz passiva + oração subordinada substantiva subjetiva.
Ex. Foi afirmado que você subornou o guarda.

B) Objetiva Direta: funciona como objeto direto da oração principal.

(sujeito) + VTD + oração subordinada substantiva objetiva direta.
Ex. Todos desejamos que
seu futuro seja brilhante.

C) Objetiva Indireta: funciona como objeto indireto da oração principal.

(sujeito) + VTI + prep. + oração subordinada substantiva objetiva indireta.
Ex. Lembro-me de que tu me amavas.

D) Completiva Nominal: funciona como complemento nominal de um termo da oração principal.

(sujeito) + verbo + termo intransitivo + prep. + oração subordinada substantiva completiva nominal.
Ex. Tenho
necessidade de que me elogiem.

E) Apositiva: funciona como aposto da oração principal; em geral, a oração subordinada substantiva apositiva vem após dois pontos, ou mais raramente, entre vírgulas.

oração principal + : + oração subordinada substantiva apositiva.
Ex. Todos querem o mesmo destino: que atinjamos a felicidade.

F) Predicativa: funciona como predicativo do sujeito do verbo de ligação da oração principal.

(sujeito) + VL + oração subordinada substantiva predicativa.
Ex. A verdade é que nunca nos satisfazemos com nossas posses.

Nota: As subordinadas substantivas podem vir introduzidas por outras palavras:

Pronomes interrogativos (quem, que, qual...)

Advérbios interrogativos (onde, como, quando...)

Perguntou-se quando ele chegaria.

Não sei onde coloquei minha carteira.

Orações Subordinadas Adjetivas

As orações subordinadas adjetivas são sempre iniciadas por um pronome relativo. São duas as orações subordinadas adjetivas:

A) Restritiva: é aquela que limita, restringe o sentido do substantivo ou pronome a que se refere. A restritiva funciona como adjunto adnominal de um termo da oração principal e não pode ser isolada por vírgulas.
Ex. A garota com quem simpatizei está à sua procura.

B) Explicativa: serve para esclarecer melhor o sentido de um substantivo, explicando mais detalhadamente uma característica geral e própria desse nome. A explicativa funciona como aposto explicativo e é sempre isolada por vírgulas.
Ex. Londrina, que é a terceira cidade do região Sul do país, está muito bem cuidada.

Orações Subordinadas Adverbiais

São nove as orações subordinadas adverbiais, que são iniciadas por uma conjunção subordinativa

A) Causal: funciona como adjunto adverbial de causa.

Conjunções: porque, porquanto, visto que, já que, uma vez que, como, que.
Ex. Saímos rapidamente, visto que estava armando um tremendo temporal.

B) Comparativa: funciona como adjunto adverbial de comparação. Geralmente, o verbo fica subentendido

Conjunções: (mais) ... que, (menos)... que, (tão)... quanto, como.
Ex. Diocresildo era mais esforçado que o irmão(era).

C) Concessiva: funciona como adjunto adverbial de concessão.

Conjunções: embora, conquanto, inobstante, não obstante, apesar de que, se bem que, mesmo que, posto que, ainda que, em que pese.
Ex. Todos se retiraram, apesar de não terem terminado a prova.

D) Condicional: funciona como adjunto adverbial de condição.

Conjunções: se, a menos que, desde que, caso, contanto que.
Ex. Você terá um futuro brilhante, desde que se esforce.

E) Conformativa: funciona como adjunto adverbial de conformidade.

Conjunções: como, conforme, segundo.
Ex. Construímos nossa casa, conforme as especificações dadas pela Prefeitura.

F) Consecutiva: funciona como adjunto adverbial de conseqüência.

Conjunções: (tão)... que, (tanto)... que, (tamanho)... que.
Ex. Ele fala tão alto, que não precisa do microfone.

G) Temporal: funciona como adjunto adverbial de tempo.

Conjunções: quando, enquanto, sempre que, assim que, desde que, logo que, mal.
Ex. Fico triste, sempre que vou à casa de Juvenildo.

H) Final: funciona como adjunto adverbial de finalidade.

Conjunções: a fim de que, para que, porque.
Ex. Ele não precisa do microfone, para que todos o ouçam.

I) Proporcional: funciona como adjunto adverbial de proporção.

Conjunções: à proporção que, à medida que, tanto mais.

À medida que o tempo passa, mais
experientes ficamos.

Orações Reduzidas

quando uma oração subordinada se apresenta sem conjunção ou pronome relativo e com o verbo no infinitivo, no particípio ou no gerúndio, dizemos que ela é uma oração reduzida, acrescentando-lhe o nome de infinitivo, de particípio ou de gerúndio.
Ex. Ele não precisa de microfone, para o ouvirem.

Advérbio

Advérbio é a palavra invariável que modifica o sentido do verbo, acrescentando a ele determinadas circunstâncias de tempo, de modo, de intensidade, de lugar, etc. Ex.

Um lindo balão azul atravessava o céu.
Um lindo balão azul atravessava lentamente o céu.

Nesse caso, lentamente modifica o verbo atravessar, pois acrescenta uma idéia de modo. Os advérbios de intensidade têm uma característica particular, pois além de intensificar o verbo, eles podem intensificar o sentido de adjetivos e de outros advérbios. Ex.

Nosso amigo é inteligente demais.
As encomendas chegaram muito tarde.

• Locução Adverbial

Locução adverbial é toda expressão formada por mais de uma palavra e que funciona como advérbio. Ex.

As notícias chegaram cedo.
As notícias chegaram de manhã.

• Classificação do Advérbio

Dependendo da circunstância que expressam, os advérbios classificam-se em:

Lugar: lá, aqui, acima, por fora, etc.
Modo: bem, mal, assim, devagar, às pressas, pacientemente, etc.
Dúvida: talvez, possivelmente, acaso, porventura, etc.
Negação: não, de modo algum, de forma nenhuma, etc.
Afirmação: sim, realmente, com certeza, etc.
Intensidade: muito, demais, pouco, tão, menos, em excesso, etc.
Tempo: agora, hoje, sempre, logo, de manhã, às vezes, etc.

• Palavras Denotativas

Existem palavras e locuções semelhantes aos advérbios, as palavras denotativas, que indicam idéia de:

Inclusão: até, mesmo, inclusive, etc.
Exclusão: só, apenas, menos, etc.
Retificação: isto é, aliás, ou
melhor, etc.
Explicação: por exemplo, ou seja, etc.

O uso do “lhe”

A dúvida sobre o uso do “lhe” é de ordem regencial. Há muitas dúvidas quanto a correta regência verbal. Os verbos são transitivos diretos, indiretos ou intransitivos? Exigem preposição ou não? Possuem objetos diretos ou indiretos?

Vejamos:

- O verbo intransitivo não exige complemento, então dizemos que possui sentido completo. Exemplo: O menino nasceu.

- O verbo transitivo exige complemento e é dividido em: transitivo direto e indireto.

Transitivo indireto: quando o complemento do verbo vem antecedido por preposição:

Nós precisamos de carinho. (de carinho = objeto indireto)
Transitivo direto: quando o complemento não exige preposição:
Nós buscamos amor e carinho. (amor e carinho = objeto direto)

O pronome oblíquo “lhe” é substituto dos objetos indiretos, ou seja, dos complementos que possuem preposição. Enquanto os pronomes o, a, os, as e variações como lo, la são dos objetos diretos.

Assim, a expressão “cumprimentar-lhe” está errada, pois o verbo “cumprimentar” é transitivo direto, ou seja, exige complemento, porém sem preposição.

a) Quero cumprimentar meu pai pelo esforço. Quero cumprimentá-lo pelo esforço.

Agora, observe uma oração na qual o verbo exige um complemento com preposição:

a) Respondeu ao 
chefe prontamente. Respondeu-lhe prontamente.

Em caso de dúvida é necessário a observação do verbo, pois é ele quem diz se é necessário o uso ou não de preposição.

Vejamos mais um exemplo: Vou convidar a minha
melhor amiga para a festa.

Qual o correto: Vou convidar-lhe para a festa ou Vou convidá-la para a festa?

O verbo “convidar” é transitivo direto, ou seja, exige complemento. Contudo, este complemento é ou não precedido de preposição? Não. Quem convida, convida alguém e não de alguém, por alguém, etc. Logo, a correta é a segunda oração.



Classificação dos Verbos

Os verbos da língua são classificados em: regulares, irregulares, anômalos, defectivos e abundantes.

• Regulares: são aqueles em que o radical permanece o mesmo em toda a conjugação.
Exemplo: verbo cantar.

Presente
Perfeito  


Radical
Terminação
Radical
Terminação
Cant
o
Cant
ei
Cant
as
Cant
aste
Cant
a
Cant
ou
Cant
amos
Cant
amos
Cant
ais
Cant
astes
Cant
am
Cant
 aram


• Irregulares: são os verbos cujos radicais se alteram ou cujas terminações não seguem o modelo da conjugação a que pertence.
Exemplo: verbo ouvir.

Presente
Perfeito   


Radical
Terminação
Radical
Terminação
Ouç
o
Ouv
i
Ouv
es
Ouv
iste
Ouv
e
Ouv
iu
Ouv
imos
Ouv
imos
Ouv
is
Ouv
istes
Ouv
em
Ouv
iram



• Anômalos: verbos que sofrem profundas alterações em seus radicais.
Exemplo: verbo ser e ir.
No verbo ser ocorrem radicais diferentes, note pela diferença entre:
sede, era.
No verbo ir, da mesma forma:
vou, fui, irei.

• Defectivos: não se apresentam em todas as flexões.
Exemplos: 

verbo abolir  
verbo reaver 


Presente do indicativo
Presente do indicativo
Eu #   
Eu #
Tu aboles  
Tu #
Ele abole  
Ele #
Nós abolimos  
Nós reavemos
Vós abolis  
Vós reaveis
Eles abolem
Eles #



• Abundantes: apresentam duas ou mais formas equivalentes.
Exemplo:

aceitar
aceitado
aceito
acender
acendido
aceso
corrigir
corrigido
correto
eleger
elegido
eleito
emergir
emergido
emerso
entregar
entregado
entregue
encher
enchido
cheio
expelir
expelido
expulso
extinguir
extinguido
extinto
fritar
fritado
frito
imergir
imergido
imerso
imprimir
imprimido
impresso
inserir
inserido
inserto
limpar
limpado
limpo
matar
matado
morto

Adjetivo e Locuções Adjetivas

Adjetivo

Adjetivo é a palavra variável em gênero, número e grau que caracteriza o substantivo, indicando-lhe qualidade, estado, modo de ser ou aspecto.

Ex.: neve
branca; cidade moderna.

Classifica-se em:

- Simples: quando apresentam um único radical.
Ex.: comida saborosa.

- Composto: quando apresentam mais de um radical.
Ex.: programa sociocultural.

- Primitivo: quando não provém de outra palavra da língua portuguesa.
Ex.: inimigo leal.

- Derivados: quando provém de outra palavra da língua portuguesa.
Ex.: calça esverdeada.


Locuções Adjetivas

Locução adjetiva é a expressão formada de preposição + substantivo (ou advérbio), com valor de adjetivo.

Noite de chuva
(chuvosa)

Atitudes de anjo
(angelical)

Pneu de trás
(traseiro)

Menina do Brasil
(brasileira)

Lista de locuções adjetivas acompanhadas dos adjetivos correspondentes:

Locução adjetiva
Adjetivo correspondente
De abdômen
abdominal
De abelha
apícola
De abutre
vulturino
De alma
anímico
De aluno
discente
De anjo
angelical
De asno
asinino
De boca
Bucal, oral
De boi
bovino
De cabelo
capilar
De campo
rural
De cavalo
eqüino
De chuva
pluvial
De cidade
urbano
De estômago
estomacal
De leão
leonino
De ovelha
ovino
De paixão
passional
De rim
renal

Trazido ou Trago? Tinha chego ou tinha chegado?

O verbo trazer, assim como o verbo chegar não é abundante, ou seja, não apresenta mais de uma forma de particípio, como os verbos: salvar (salvado/salvo), aceitar (aceitado, aceito); entregar (entregado/entregue), dentre outros.

O verbo “trazer” e “chegar” apresentam somente as formas regulares do particípio: trazido e chegado. É comum a associação destes verbos com outros que admitem duas formas de particípio, o que faz com que o falante acredite estar correto quando diz “Esse sapato foi trago para mim”. Mais ainda: uma das formas do particípio é idêntica ao presente do indicativo e deve ser mais um motivo pelo qual há tanta confusão. Observe:

a)
Trago na festa quem quiser vir. (presente do indicativo)
b) Ele tinha
trago à festa quem pôde vir. (erro no emprego do particípio do verbo “trazer”)

Outra suposta explicação para o uso de “trago” ao invés de “trazido” pode ser no uso da primeira pessoa do singular na oração com particípio. O cérebro associa a pessoa do discurso ao verbo de forma instantânea: Veja:

a)
Eu tinha trago minhas roupas para arrumar. (Errado)
b)
Eu tinha trazido minhas roupas para arrumar. (Certo)

Da mesma forma acontece com algumas construções com o verbo “chegar”, contudo, menos usuais:

a) Eu tinha chego atrasada.
(Errado)
b) Eu tinha chegado atrasada.
(Certo)

Logo, não diga “Eu tinha trago”, diga “ Eu tinha trazido”!

Anexo ou em anexo?

A palavra “anexo” indica que algo está ligado, ajuntado. E, neste caso, terá função de adjetivo, ou seja, concordará com o substantivo que o acompanha. Veja:

a) O documento está anexo.
b) As cópias estão anexas.
c) Envio carta anexa.

Há, em contrapartida, o uso de estruturas, tais como:

a) Segue em anexo.
b) Seguem em anexo, as planilhas de produção mensal.

Neste caso, observamos que existe uma vontade por parte do interlocutor de expressar o modo pelo qual algo está sendo enviado. Não podemos dizer que a expressão está errada, pois o verbo “segue” está sendo complementado por uma locução adverbial de modo.

Agora, se pretendo dizer que algo está indo dentro de um anexo, é melhor que diga “no anexo” ao invés de “em anexo”.

Exemplos: A carta segue no anexo.
Segue
no anexo, o convite individual.

Nas orações acima temos o entendimento de que a carta e o convite estão dentro do anexo, ou seja, estão inseridos no anexo.

Já na oração: Segue o anexo solicitado, “o anexo” é um sintagma nominal que tem função de sujeito da frase e, portanto, faz concordância com o verbo “segue”.

O importante é verificar a função que o termo “anexo” exerce em determinada alocução: complemento adverbial, sujeito da oração (sintagma nominal) ou adjetivo, pois cada caso exigirá uma forma de escrever o termo “anexo” ou a expressão que integra esse vocábulo.

Observação: Lembre-se que sintagma nominal tem como núcleo um substantivo ou termo equivalente. Na oração: Seguem os anexos solicitados, o núcleo é “anexos”, ou seja, é suporte de entendimento da frase.


De repente ou derrepente?

A expressão “de repente” significa “de súbito”, “de ímpeto”, “repentinamente” e tem função sintática de advérbio de tempo ou de modo e, portanto, é uma locução adverbial, uma vez que é o conjunto formado pela preposição “de” com o substantivo “repente”.

A preposição
“de” é antecedente e introdutória do substantivo “repente”, logo, não há junção, fusão entre os dois termos e sim uma conexão, a fim de que haja um sentido completo. Então, a expressão usada de forma correta é separada: “de repente”.

De repente, um barulho estranho veio pela janela.
De súbito, um barulho estranho veio pela janela.
Repentinamente, um barulho estranho veio pela janela.

Veja um exemplo com “de repente” na função de advérbio de modo:

Ele entrou de repente na sala. (o modo como ele entrou)

Diferente de:

De repente, o menino entrou na sala. (tem relação ao tempo em que o menino entrou na sala)

O uso dos verbos Ver, Vir e Ser

Qual a forma correta de pronunciarmos o futuro do subjuntivo do verbo ver?
Dizemos:
Se ela me “ver” ou “Se ela me “vir”? Quando ela me “vê” ou Quando ela me “vir”?

Os verbos
“ver” e “vir” nos causam dúvidas quando empregados no futuro do subjuntivo. Um assume a forma do outro. Caso semelhante ocorre com os derivados de ver: antever, entrever, prever e rever e com os derivados de vir: advir, convir, intervir, provir, sobrevir, entre outros.

A resposta correta para o questionamento acima, em ambos os casos, é a segunda opção. Pode- se extrair o
futuro do subjuntivo da terceira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo. Vejamos a seguir:

Do verbo “ver” - eles viram - tira-se o sufixo (AM) e obtém-se a primeira pessoa do futuro do subjuntivo: “vir”.

Do verbo “vir” - eles vieram; menos a terminação “AM”: “vier”. A conjugação de verbos terminados em ver ou vir (como prover e intervir) também obedecem ao esquema geral aplicado a eles no futuro do subjuntivo:

VER
VIR
Vir
Vier
Vires
Vieres
Vir
Vier
Virmos
Viermos
Virdes
Vierdes
Virem
Vierem



O verbo “prover”, no entanto, difere-se do verbo “ver”. Conjuga - se como “ver”, mas é regular no perfeito (provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram). No mais-que-perfeito (provera), no imperfeito do subjuntivo (provesse), no futuro do subjuntivo (prover, proveres, prover, provermos, proveres, proverem). No particípio (provido).

Já o verbo “ser”, é diferente dos outros verbos, uma vez que em vários casos ele deixa de concordar com o sujeito para concordar com o predicativo do sujeito. Como por exemplo:

O resto é silêncio
Silêncio é o predicativo do sujeito por tratar-se de um predicado nominal.

Nem tudo são flores
Concorda com o predicativo pelo fato de o mesmo estar no plural.

Para facilitar nossa compreensão, analisaremos alguns casos em que se dá a concordância do verbo em estudo:


Dois pronomes pessoais:
Concorda com o primeiro nome

Ex: Ela não é eu.
Nós somos eles amanhã

Predicativo com pronome demonstrativo “o”:
Concorda de preferência com o predicativo

Ex: Amigos foi o que lhe faltou
Mulheres é o que não existe por aqui

Sujeito expresso por medida ou quantidade
Concorda de preferência com o predicativo

Nove meses é demais
Dez anos de casados não é fácil

Sujeito indicando data, tempo e distância
Concorda com o predicativo, se houver mais de número, o verbo concordará com o que estiver mais próximo.

Ex: São 20 de setembro
É 01 de dezembro

A nível de ou em nível de?

É muito comum, principalmente em linguagem informal, a expressão “a nível de”.
Contudo, seu
emprego não é aceito pelos gramáticos, bem como de outra expressão: “em nível de”.

Na linguagem coloquial, as construções citadas acima tem significado aproximado de outras locuções, como “em âmbito”, “em termos de status”. Contudo, é
melhor que o falante use palavras de sentidos indiscutíveis, para que não sofra constrangimentos em determinados ambientes sociais.

Então, quando for dizer orações do tipo: “Em (A) nível de capital, a Itália está praticamente falida.”, prefira dizer: “A Itália está praticamente falida, pois não tem capital.”

Porém, o uso de “a nível de” está correto quando a preposição “a” está aliada ao artigo “o” e significa “à mesma altura”:

a) Não posso dizer que quem mata está ao nível de pessoas que roubam, no que diz respeito às conseqüências.
b) Hoje, Florianópolis acordou ao nível do mar.

Da mesma forma, a expressão "em nível de" está empregada corretamente quando equivale a "de âmbito" ou "com status de":

a) A pesquisa será realizada em nível nacional.
b) A votação da nova
lei federal será feita em nível de direção.

O importante é saber que as expressões "a nível de" e "em nível de" não estão erradas, mas são  refutadas pelos gramáticos, ou seja, pela norma culta da língua. Há sim um exagero e o uso equivocado de tais locuções que já tomaram o lugar de outras como: "com relação", no âmbito", "em relação a", "no que concerne", "quanto a", dentre outras. Essse fato não é bom, pois delimita a língua portuguesa, a qual é vasta, versátil e rica em vocabulário!

Por que / Por quê / Porque ou Porquê?

uso dos porquês é um assunto muito discutido e traz muitas dúvidas. Com a análise a seguir, pretendemos esclarecer o emprego dos porquês para que não haja mais imprecisão a respeito desse assunto.

Por que

O por que tem dois
empregos diferenciados:

Quando for a junção da preposição por + pronome interrogativo ou indefinido que, possuirá o significado de “por qual razão” ou “por qual motivo”:

Exemplos: Por que você não vai ao cinema? (por qual razão)
Não sei por que não quero ir. (por qual motivo)

Quando for a junção da preposição por + pronome relativo que, possuirá o significado de “pelo qual” e poderá ter as flexões: pela qual, pelos quais, pelas quais.

Exemplo: Sei bem por que motivo permaneci neste lugar. (pelo qual)

Por quê

Quando vier antes de um ponto, seja final, interrogativo, exclamação, o por quê deverá vir acentuado e continuará com o significado de “por qual motivo”, “por qual razão”.

Exemplos: Vocês não comeram tudo? Por quê?
Andar cinco quilômetros, por quê? Vamos de carro.

Porque

É conjunção causal ou explicativa, com
valor aproximado de “pois”, “uma vez que”, “para que”.

Exemplos:
Não fui ao cinema porque tenho que
estudar para a prova. (pois)
Não vá fazer intrigas porque prejudicará você mesmo. (uma vez que)

Porquê

É substantivo e tem significado de “o motivo”, “a razão”. Vem acompanhado de artigo, pronome, adjetivo ou numeral.

Exemplos: O porquê de não estar conversando é porque quero estar concentrada. (motivo)
Diga-me um porquê para não fazer o que devo. (uma razão)

Estrutura e Formação de Palavras

Observe as seguintes palavras:
escol-
a
escol-
ar
escol-
arização
escol-
arizar
sub-escol-
arização
Observando-as, percebemos que há um elemento comum a todas elas: a forma escol-. Além disso, em todas há elementos destacáveis, responsáveis por algum detalhe de significação. Compare, por exemplo, escol
a e escolar: partindo de escola, formou-se escolar pelo acréscimo do elemento destacável -ar.

Por meio desse trabalho de comparação entre as diversas palavras que selecionamos, podemos depreender a existência de diferentes elementos formadores. Cada um desses elementos formadores é uma unidade mínima de significação, um elemento significativo indecomponível, a que damos o nome de morfema.

Classificação dos morfemas:

Radical


Há um morfema comum a todas as palavras que estamos analisando: escol-. É esse morfema comum – o radical – que faz com que as consideremos palavras de uma mesma família de significação – os cognatos. O radical é a parte da palavra responsável por sua significação principal.

Afixos

Como vimos, o acréscimo do morfema –
ar cria uma nova palavra a partir de escola. De maneira semelhante, o acréscimo dos morfemas sub- e –arização à forma escol- criou subescolarização. Esses morfemas recebem o nome de afixos.
Quando são colocados antes do radical, como acontece com
sub-, os afixos recebem o nome de prefixos. Quando, como –arização, surgem depois do radical os afixos são chamados de sufixos. Prefixos e sufixos, além de operar mudança de classe gramatical, são capazes de introduzir modificações de significado no radical a que são acrescentados.

Desinências

Quando se conjuga o verbo
amar, obtêm-se formas como amava, amavas, amava, amávamos, amáveis, amavam. Essas modificações ocorrem à medida que o verbo vai sendo flexionado em número (singular e plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). Também ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do verbo (amava, amara, amasse, por exemplo).

Podemos concluir, assim, que existem morfemas que indicam as flexões das palavras. Esses morfemas sempre surgem no fim das palavras variáveis e recebem o nome de desinências. Há desinências nominais e desinências verbais.

• Desinências nominais: indicam o gênero e o número dos nomes. Para a indicação de gênero, o português costuma opor as desinências -o/-a:
garot
o/garota; menino/menina

Para a indicação de número, costuma-se utilizar o morfema –s, que indica o plural em oposição à ausência de morfema, que indica o singular: garoto/garotos; garota/garotas; menino/meninos; menina/meninas.
No caso dos nomes terminados em
–r e –z, a desinência de plural assume a forma -es: mar/mares; revólver/revólveres; cruz/cruzes.

• Desinências verbais: em nossa língua, as desinências verbais pertencem a dois tipos distintos. Há aqueles que indicam o modo e o tempo (desinências modo-temporais) e aquelas que indicam o número e a pessoa dos verbos (desinência número-pessoais):

cant-á-va-mos
cant-á-sse-is
cant: radical
cant:
radical
-á-: vogal temática
-á-: vogal temática
-va-: desinência modo-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do indicativo)
-sse-:desinência modo-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do subjuntivo)
-mos: desinência número-pessoal (caracteriza a primeira pessoa do plural)
-is: desinência número-pessoal (caracteriza a segunda pessoa do plural)

Vogal temática

Observe que, entre o radical
cant- e as desinências verbais, surge sempre o morfema –a.
Esse morfema, que liga o radical às desinências, é chamado de
vogal temática. Sua função é ligar-se ao radical, constituindo o chamado tema. É ao tema (radical + vogal temática) que se acrescentam as desinências. Tanto os verbos como os nomes apresentam vogais temáticas.

• Vogais temáticas nominais: São
-a, -e, e -o, quando átonas finais, como em mesa, artista, busca, perda, escola, triste, base, combate. Nesses casos, não poderíamos pensar que essas terminações são desinências indicadoras de gênero, pois a mesa, escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. É a essas vogais temáticas que se liga a desinência indicadora de plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados em vogais tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) não apresentam vogal temática.

• Vogais temáticas verbais: São
-a, -e e -i, que caracterizam três grupos de verbos a que se dá o nome de conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática é -a pertencem à primeira conjugação; aqueles cuja vogal temática é -e pertencem à segunda conjugação e os que têm vogal temática -i pertencem à terceira conjugação.

primeira conjugação
segunda conjugação
terceira conjugação
govern-a-va
estabelec-e-sse
defin-i-ra
atac-a-va
cr-e-ra
imped-i-sse
realiz-a-sse
mex-e-rá
ag-i-mos

Vogal ou consoante de ligação

As vogais ou consoantes de ligação são morfemas que surgem por motivos eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Temos um exemplo de vogal de ligação na palavra escolaridade: o
-i- entre os sufixos -ar- e -dade facilita a emissão vocal da palavra. Outros exemplos: gasômetro, alvinegro, tecnocracia, paulada, cafeteira, chaleira, tricota.

Emergência e urgência, qual a diferença?

Você já viu em hospitais, ambulâncias, prontos-socorros e postos de atendimento, placas com os enunciados: urgência ou emergência?

Creio que respondeu “sim”, pois são termos muito comuns aos tipos de ambientes citados acima.

Mas como diferenciá-los? Parecem ter o mesmo significado, não é mesmo?
Como diferenciar algo que é urgente de algo que é emergente? Não é tão simples, pois os significados destes vocábulos são semelhantes, porém, no âmbito da saúde são totalmente diferenciados, até por uma questão de encaminhamento.

Emergência é quando há uma situação crítica ou algo iminente, com ocorrência de perigo; incidente; imprevisto. No âmbito da medicina, é a circunstância que exige uma cirurgia ou intervenção médica de imediato. Por isso, em algumas ambulâncias ainda há “emergência” escrita ao contrário e não “urgência”.

Urgência é quando há uma situação que não pode ser adiada, que deve ser resolvida rapidamente, pois se houver demora, corre-se o risco até mesmo de morte. Na medicina,
ocorrências de caráter urgente necessitam de tratamento médico e muitas vezes de cirurgia, contudo, possuem um caráter menos imediatista. Esta palavra vem do verbo “urgir” que tem sentido de “não aceita demora”: O tempo urge, não importa o que você faça para tentar pará-lo.

No entanto, há situações de emergência que necessitam de uma intervenção urgente, ou seja, que não podem se prolongar.

A diferença concentra-se mais no campo da medicina. Por exemplo: hemorragias, parada respiratória e parada cardíaca são emergência. Luxações, torções, fraturas (dependendo da gravidade), dengue são urgência.

Atualmente, a maioria das ambulâncias só vem escrita em letras capitais a palavra AMBULÂNCIA, já que o encaminhamento é feito na chegada ao hospital, e ao motorista só basta saber que deve abrir caminho.

Polissemia

Consideremos as seguintes frases:

A manga de sua camisa está amarrotada
A manga é uma fruta deliciosa.

Paula tem uma mão para cozinhar que dá inveja!
Vamos! Coloque logo a mão na massa!
As crianças estão com as mãos sujas.
Passaram a mão na minha bolsa e nem percebi.

Chegamos à conclusão de que se trata de palavras idênticas no que se refere à grafia, mas será que possuem o mesmo significado?
Existe uma parte da gramática normativa denominada Semântica. Ela
trabalha a questão dos diferentes significados que uma mesma palavra apresenta de acordo com o contexto em que se insere.

Tomando como exemplo as frases já mencionadas, analisaremos os vocábulos de mesma grafia, de acordo com seu sentido denotativo, isto é, aquele retratado pelo dicionário.
Na primeira, “manga” significa parte constituinte de um vestuário (camisa).
Já na segunda, refere-se à fruta.
Na terceira, a palavra “mão” significa
habilidade, eficiência diante do ato praticado.
Nas outras que seguem o significado é de: participação, interação mediante a uma tarefa realizada; mão como parte do corpo humano e por último, simboliza o roubo, visto de maneira pejorativa.

Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo percebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se em consideração as situações de aplicabilidade.

Há uma infinidade de outros exemplos em que podemos verificar a ocorrência da polissemia, como por exemplo:

O rapaz é um tremendo gato.
O gato do vizinho é peralta.
Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.

Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua sobrevivência
O passarinho foi atingido no bico.

Esse ou este

Constantemente, ao ler ou escrever nos deparamos com uma dúvida: devo usar esse ou este?

“Esse” ou “este” são pronomes demonstrativos que tem suas formas variáveis de acordo com o número ou gênero. A definição de pronomes demonstrativos demonstra muito bem a função dos mesmos: são empregados para indicar a posição dos seres no tempo e espaço em relação às pessoas do discurso: quem fala (1ª pessoa) e com quem se fala (2ª pessoa), ou ainda de quem se fala (3ª pessoa). Neste último caso, o pronome é aquele (aquela, aquilo)

Vejamos: 1ª pessoa: este, esta, isto; 2ª pessoa: esse, essa, isso e 3ª pessoa: aquele, aquela, aquilo.

a) Este, esta e isto são usados para objetos que estão próximos do falante. Em relação ao tempo, é usado no presente.

Exemplos: Este brinco na minha orelha é meu.
Este mês vou
comprar um sapato novo.
Isto aqui na minha mão é de comer?

b) Esse, essa, isso são usados para objetos que estão próximos da pessoa com quem se fala, ou seja, da 2ª pessoa (tu, você). Em relação ao tempo é usado no passado ou futuro.

Exemplos: Quando comprou esse brinco que está  na sua orelha?
Esse mês que virá vai ser de muita prosperidade!
Isso que você pegou na geladeira é de comer?

Quando ficar com dúvida a respeito do uso de “esse” ou “este” lembre-se: “este” (perto de mim, presente) e “esse” (longe de mim, passado e futuro).


Meus querido alunos, desejo-lhe um maravilhoso estudo com muita paz e luz e que este material sirva de suporte para os seus estudos. Com carinho Prof Dr Master Reikiana Aldry Suzuki

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